SABEDORIA
PARA ESCOLARES – III
Prof
Eduardo Simões
Torna-se
sábio, menos por ler livros, do que por ler pessoas.
Grande ilusão é crer que o conhecimento
entre diretamente pelos sentidos e que a lógica nos advém pelo discurso lógico,
como acontece durante uma leitura, ou uma aula expositiva, como acreditam os
behavioristas e as autoridades educacionais brasileiras. De nada adianta
guardar de memória textos de discursos e recomendações de vida que não são
experimentadas na realidade. Como dizia o grande Piaget, o conhecimento, o
desenvolvimento da inteligência, é fruto da ação, justamente porque não é um
fenômeno meramente cognitivo, mas também afetivo e social, além de natural.
Disso nos vem a segunda lição: a
importância fundamental dos processos de socialização, do contato direto,
afetivamente “quente”, com envolvimento emocional, com outras pessoas, seja
como amigos, como namorados e até como inimigos. Só não vale a indiferença,
pois é convivendo com os outros, em especial os diferentes, que se aprende a
ler homens... e mulheres também.
Dito isso há um grave alerta a ser
dado, referente ao interesse compulsivo que muitos jovens e adultos estão
desenvolvendo, pela manipulação diuturna de celulares e outros eletrônicos,
muitas vezes com o incentivo da escola pública, como um substituto à saudável e
absolutamente imprescindível convivência cara a cara com outras pessoas. Sem essa
convivência não se adquire sabedoria, o conhecimento do outro e da natureza se
torna superficial ou ilusório, arrastando a existência do indivíduo a uma
sucessão fracassos; e até tragédias.
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