terça-feira, 1 de setembro de 2015

SABEDORIA PARA ESCOLARES – III

Prof Eduardo Simões

Torna-se sábio, menos por ler livros, do que por ler pessoas.

         Grande ilusão é crer que o conhecimento entre diretamente pelos sentidos e que a lógica nos advém pelo discurso lógico, como acontece durante uma leitura, ou uma aula expositiva, como acreditam os behavioristas e as autoridades educacionais brasileiras. De nada adianta guardar de memória textos de discursos e recomendações de vida que não são experimentadas na realidade. Como dizia o grande Piaget, o conhecimento, o desenvolvimento da inteligência, é fruto da ação, justamente porque não é um fenômeno meramente cognitivo, mas também afetivo e social, além de natural.
         Disso nos vem a segunda lição: a importância fundamental dos processos de socialização, do contato direto, afetivamente “quente”, com envolvimento emocional, com outras pessoas, seja como amigos, como namorados e até como inimigos. Só não vale a indiferença, pois é convivendo com os outros, em especial os diferentes, que se aprende a ler homens... e mulheres também.

         Dito isso há um grave alerta a ser dado, referente ao interesse compulsivo que muitos jovens e adultos estão desenvolvendo, pela manipulação diuturna de celulares e outros eletrônicos, muitas vezes com o incentivo da escola pública, como um substituto à saudável e absolutamente imprescindível convivência cara a cara com outras pessoas. Sem essa convivência não se adquire sabedoria, o conhecimento do outro e da natureza se torna superficial ou ilusório, arrastando a existência do indivíduo a uma sucessão fracassos; e até tragédias. 

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