quarta-feira, 16 de novembro de 2016

AMÉRICA ADEUS OU SAUDADES DE ROMA!

Prof Eduardo Simões

Muito obrigado aos amigos de Brasil, França, EUA, Portugal, Índia, Áustria, Espanha, Indonésia, Holanda, Rússia. Deus os abençoe

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Recado de eleitor de Trump para o mundo. Daqui a quatro anos será a vez de o mundo dar o seu recado à administração Trump...

__ Não é um problema só de ausência ou enfraquecimento de lideranças; mas de uma cultura nacional que desde o seus primórdios buscou ativamente o isolamento do mundo, por meio de falsas ideias de superioridade moral ou racial, obcecada com a primazia sobre o resto do mundo. O cidadão americano médio, de estirpe germânica, branca anglo-saxônica, se vê sempre em competição contra tudo e todos, é um isolacionista social – ouviu-se outra vez, sob os céus da América, o brado “América First” (Primeiro a América), levantado em 1940, quando grupos ligados à supremacia branca, com importantes personagens da sociedade americana, saíram às ruas para impedir que os Estados Unidos entrassem, ou sequer interferissem muito, no encaminhamento da guerra em curso na Europa.  E foi esse grupo que, se manifestando forte e desembaraçado, ganhou as últimas eleições.
__ É certo, creio eu, que não haverá nenhum desengajamento relâmpago dos Estados Unidos, como predito no discurso de Donald Trump, criando um perigoso vácuo de poder geopolítico, a ser preenchido por potências ou governantes oportunistas, como o da Coreia do Norte, mas haverá sim abandono paulatino de áreas de influência da mesma forma que os atores secundários, agora órfãos, deverão procurar novos patrocínios. É a vez da Rússia e da China, com algumas sobras para a Ìndia. O novo questionamento é: quem terá poder, apetite e competência para substituir os EUA da liderança mundial, uma vez que o povo americano dá uma clara indicação de estar cansado dela? Eu, pessoalmente aposto na China, embora não em um curto prazo... Há uma cultura chinesa propensa a isto?
__ De fato, no Ocidente apenas um povo, os romanos, mostraram ao longo da história apetite, recursos (no sentido cultural), método e persistência para criar um domínio mundial longo e estável – cerca de mil anos em Roma, e outros mil anos em Bizâncio, lutando pela sobrevivência. E hoje, nesta cidade, está a sede de uma religião universal que também se mostra estranhamente duradoura, estável e consciente de sua missão...
__ Os romanos tinham uma característica ímpar. Uma capacidade, quase natural, de projetar a sua força e a sua cultura na mesma intensidade em assimilava povos e culturas estrangeiras, adicionando-as ao seu patrimônio cultural originário. A assimilação da cultura grega foi, nesse sentido, emblemática, bem ao contrário de franceses, por exemplo, ingleses e alemães, a agora americanos, que, depois de um auge, com a criação de vastos impérios, esgotaram-se e fecharam-se sobre si mesmos, saudosos da glória passada e temerosos de mudanças na sua cultura ou conformação racial. Não foi por isso que a Inglaterra, ponto de origem cultural e racial da sociedade americana, num movimento análogo ao de sua ex-colônia, optou por separar-se de seu objetivo histórico: a Europa, excessivamente “enegrecida” e pouco “cristã” pela chegada de levas de imigrantes de seus restos coloniais?
__ Os germânicos sempre confundiram a flexibilidade e a autonomia do espírito latino com a falta de persistência, fluidez ou fraqueza de caráter, etc. Mas não é bem assim, e a persistência, a obstinação, absolutamente ímpar que os latinos mostraram na luta contra a sede de seu próprio império, para assimilar livremente a religião cristã, como antes já haviam feito com o vasto território de seu império obtido ao ritmo da marcha, mostra que estamos diante de um fato psicológico muito mais rico e complexo do que parece à primeira vista, principalmente na indústria cinematográfica americana onde os romanos são invariavelmente mostrados como cruéis, rapaces e pouco inteligentes, protótipos dos nazistas (vejam “O gladiador”), mais ou menos como aqueles que, em nome da grandeza da América, votaram em Trump.
__ Os romanos nunca viram nenhum problema em se deixar governar por um imperador vindo de uma província distante, ou de outra raça, exceto os gregos, que nunca foram permitidos no trono do Império (os gregos desprezavam ostensivamente aos romanos), mas que também nunca foram discriminados, exceto para melhor (os romanos sempre demonstraram uma grande admiração pelos gregos), enquanto os americanos não conseguem sequer esconder o desconforto que lhes deu ser governado por outro americano, mas de pele preta, como a prefeita de Clay, na Virgínia Ocidental, curtindo a vitória de Trump e o fato de a próxima primeira-dama ser “requintada, bonita, digna da Casa Branca”, arrematou: “Estou cansada de ver uma macaca de salto”...

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“Faça da América uma chacota”

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idem


“A ironia dos americanos em 2016 – Uma imigrante eslovena, com uma forte tendência a plagiar a fala de mulher negra, e é entusiasticamente aplaudida em um estádio repleto de homens brancos, que acreditam que os negros e os imigrantes estão destruindo a nação” 

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