A SABEDORIA DOS MINEIROS
Prof Eduardo Simões
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/c/cd/Caipira_picando_fumo.jpg/640px-Caipira_picando_fumo.jpg]
Fonte Wikipedia, pt
Caipira picando fumo de Almeida Junior. Muito incrível! A essência de um Brasil que não desapareceu.
Não
existe nada mais adequado, saneador e aprimorador do regime democrático e dos
partidos, para o bem das gentes, que a alternância no poder. Vivi isso no meu
estado, presa corriqueira de poderosos e antiquados coronéis, que, confiados em
seus currais eleitorais e na violência dos militares, locupletavam-se do poder,
dando pouco ou quase nada em troca, quando não tiravam muito para si. Com o fim
da Oligarquia Militar, o povo teve a sabedoria de buscar algo diferente, e os
políticos idem, o que permitiu o arejamento do poder e a dinamização da
sociedade de uma forma impressionante. Coube a um político novo,
sintomaticamente ligado ao PSDB, o empresário Tasso Jereissati, puxar uma avalanche
de mudanças que contaminou os outros partidos, em especial o acomodado PMDB, fazendo
com que o IDH do estado se tornasse o segundo do Nordeste.
O mesmo
descortino mostrou o povo mineiro, nas últimas eleições, ao perceber que a
proposta do PSDB começava a se esgotar, vide o colapso no sistema de saúde de
Minas, devido a acomodação ao poder de um grupo que já se sentia dono do
estado. A longa permanência do PSDB no poder estadual, obrigou o PT mineiro a
aprimorar o seu discurso e seu método, da mesma forma que obrigará o PSDB a
aperfeiçoar-se, inclusive na virtude da humildade, para chegar na disputa ao poder com mais chances, daqui a quatro anos. É
preciso rever prioridades, mudar quadros, etc.
Tal
sabedoria não teve o povo paulista, mesmo com os índices gravíssimos e muito
preocupantes do aumento da violência, queda no padrão das escolas públicas, vide
IDEB, para não falar de algo apavorante, e que já dava amplos sinais que estava
para ocorrer, sem que os donos do poder tomassem qualquer medida, antes a
negassem peremptoriamente, que é a crise hídrica, que ainda pode assumir
proporções bíblicas, se a natureza não vier em socorro do grupo no poder.
A grande
maioria dos paulistas, infelizmente, optou por aferrar-se às conquistas do
passado e garantir o que tinha à mão, ainda que fosse como areia escorrendo
entre os dedos, garantindo uma vantagem eleitoral tão grande a um grupo, há
vinte anos no poder, que este nem se deu ao trabalho de formular um programa de
governo! Ou seja, em São Paulo nada se muda, nada se areja, nada se aprimora,
apenas se aprofunda, ou afunda-se, um modelo que há tempos mostra sinais de
esgotamento. A situação se acomoda, a oposição se exaspera, a paixão política
sai do controle.
Vamos
torcer para que não seja apenas a crise que vai nos fazer mexer em nosso
estado, antes mexamo-nos para aprender com a sabedoria de compatriotas, e
torçamos para chegar incólumes às próximas eleições.
(visite o blogue construindopiaget.blogspot.com.br)
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