HISTÓRIA
DA IGREJA (BASEADA EM H. JEDIN) III
Prof
Eduardo Simões
Historicidade
de Jesus
http://www.answering-christianity.com/empty-tomb.jpg
http://www.answering-christianity.com/
Da existência concreta de um homem
Jesus, historicamente situado em seu ambiente cultural, depende radicalmente a
credibilidade da mensagem cristã e a existência da Igreja. A percepção desse
fato foi precoce e premente nos primeiros membros da Igreja; São Paulo dirá em
1 Cor 15,14.19: “se Cristo não ressuscitou, vazia é a nossa opregação, vazia
também é a vossa fé... Se temos esperança em Cristo somente para esta vida,
somos os mais dignos de de compaixão de todos os homens” (Bíblia de Jerusalém).
Durante mais de mil e setecentos anos,
ninguém pôs em dúvida a existência histórica de Jesus, até que no final do
século XVIII, na França, essa questão é apresentada pela primeira vez – a
Wikipedia em inglês, Jesus Myth,
atribui ao filósofo iluminista e político Constantin-François Volney
(1757-1820), a iniciativa de lançar pela primeira vez dúvidas sobre a existência
de Jesus. A argumentação de Volney é simples, para não dizer simplista, mas
complexa demasiado para quem acredita que tudo pode ser reduzido à razão: a
Bíblia, dizia ele, é um livro cheio de mitos e lendas, como seus similares da
antiguidade pagã, e, por conseguinte, nada que existe nela, inclusive a
existência de um indivíduo histórico chamado Jesus Cristo, jamais aconteceu,
sendo uma criação espúria, entre ingênua e desonesta, das primeiras gerações de
cristãos. A iniciativa de Volney foi devidamente sistematizada pelo filósofo
alemão Bruno Bauer (1809-1882), nos três argumentos a seguir, exaustivamente
repetidos até os dias de hoje.
“1
– os evangelhos foram escritos muitas décadas ou mesmo um século após o ano
estimado da morte de Jesus, por indivíduos que simplesmente nunca estiveram com
Jesus, e foram editados e modificados ao longo dos séculos por escribas
desconhecidos, com seus próprios apontamentos; 2 – não existe nenhum registro
histórico sobre Jesus de Nazaré de qualquer autor não judeu até o segundo
século, e Jesus não deixou nenhum escrito ou evidência arqueológica; 3 –
algumas passagens dos evangelhos assemelham-se àquelas de morte-e-ressurreição
de semideuses... deidades solares, salvadores, ou outros homens divinos como
Horus, Mitra, Prometeu... assim como personagens históricos “crísticos” como
Apolônio de Tiana (1)” (tradução
livre da Wikipedia – Jesus Myth)
É claro que esses argumentos levantados
na primeira metade do século XIX, apesar de lógicos, não tinham como
“adivinhar” as descobertas arqueológicas, que ocorreriam nos século seguinte,
confirmando muitas das afirmações contidas nos evangelhos e nas cartas apostólicas,
além do extraordinário avanço dos métodos de análise textual, que permitem
levantar cada vez com mais certeza o que é original e o que não é, nos textos
antigos, mas que, infelizmente, não são consideradas suficientes pelos modernos
“céticos”, que continuam a repetir essa fórmula “surrada” de Bauer, quando não
caem no ridículo, como o ex-pastor batista Robert McNair Price, que afirma só
ser possível reconhecer a historicidade de Jesus se for descoberto o seu
cadáver ou o seu diário pessoal (idem). Com gente portadora desse tipo de
argumento não adianta perder tempo.
O objetivo desse artigo é, portanto,
dar ao crente cristão-católico alguns fatos que possam fortalecer a sua fé, mostrando
elementos que evidenciam de forma muito categórica a historicidade de sua fé,
e, eventualmente argumentos para dialogar com outros crentes ou não crentes, que
não sejam como Price, para não incorrerem no erro descrito em Mt 7,6.
A
Multidão de Testemunhos Cristãos
A vida de Jesus, como sabemos, foi descrita
em diversos livros, de diversas maneiras, entre os quais os mais importantes e
aceitos como “inspirados” ou “canônicos” pela vasta maioria dos cristãos são os
Evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João. Ora, sobre esses livros nós podemos
dizer o seguinte:
1 – a quantidade de cópias deles
existente em museus e bibliotecas do mundo é simplesmente absurda, são
milhares! (2), nada que se lhes
compare, e a concordância entre eles também é impressionante – existem,
evidentemente, variantes, algumas muito estranhas, como as que aparecem nos
evangelhos apócrifos, evangelhos não aceitos como canônicos, de autenticidade
duvidosa, dúvida claramente suprimida pela multidão de cópias dos evangelhos
autênticos, manuseados por grande número de pessoas de autoridade na Igreja.
2 – quem lê os textos dos evangelhos
percebe logo uma coisa que não se vê nem nas farsas literário-religiosas, que
ainda hoje são montadas, uma preocupação incomum para a época, em nomear referências
geográficas e autoridades, de sorte a facilitar a construção de uma cronologia
e um ambiente que são confirmados de maneira cada vez mais exata pela moderna
arqueologia (3).
3 – a lista de personagens
históricos citados pelo Segundo Testamento, e confirmados por fontes
independentes ou pela arqueologia é enorme, e cresce cada vez mais. Entre estes
citamos: César (Otávio) Augusto, Herodes o Grande, Herodes Antipas, João
Batista, Publio Sulpício Quirino, Anás, Caifás, Herodes Arquelau, Poncio
Pilatus, etc. – há uma lista completa no verbete List of biblical figures identified in extra-biblical sources, na
Wikipedia. Aqui se pode por uma questão de lógica rasteira: quer os evangelhos
tenham sido escritos com o claro intuito de enganar, quer seja obra de “fanáticos
ingênuos”, porque eles iriam rechear o conteúdo com personagens que de fato
existiram, e eram bem conhecidos no mundo romano, que poderiam facilmente
desmoralizar o “embuste” ou a “fantasia”? É obvio que o senso de objetividade
histórica e relato fiel dos fatos era um conceito estranho para eles, mas tudo
indica que os evangelhos e as cartas foram escritos com uma clara intenção de
narrar fatos realmente acontecidos.
4 – outra fonte que confirma a nossa crença
atual na realidade desses fatos são os escritos dos Santos Padres, personagens
importantes da história da Igreja nascente, homens de grande cultura e
discernimento, cujas citações dos evangelhos canônicos são tão abundantes, que,
diz-se, se os evangelhos todos se perdessem, seria possível reescrevê-los só
ajuntando as passagens citadas por esses homens.
https://www.lds.org/scriptures/bc/scriptures/nt/matt/27/images/057-057-TheCrucifixion-full.jpg?download=true
www.lds.org/
5 – outro argumento fortíssimo que
se pode aduzir sobre a historicidade dos evangelhos, e ao mesmo tempo ao
caráter maravilhoso e único da religião cristã, é a própria natureza dos fatos
ali relatados, quando comparados com a biografia de fundadores de outras
religiões. A história de Jesus é, fundamentalmente, a história de um fracasso,
o mais retumbante da história. Jesus é um fracassado por excelência, ou como
dizem os americanos: um perdedor nato – embora, ironicamente, ele não cesse de
ser usado pelos falsos profetas de religiões de “resultado”. Entretanto, é
justamente sobre ele que se assenta o movimento e a estrutura religiosa mais
consistente, volumosa e duradoura, até hoje. Quem, em sã consciência, iria
criar uma religião baseada em um mito tão derrotado quanto este? (4) Ao aplicarmos a forma mais elementar
da lógica humana seremos obrigados a aceitar que os fundadores do cristianismo
resolveram, sabe-se lá porque razão, inventar quatro manuais para uma religião
inviável, ou seremos obrigados a, usando novamente a lógica humana, reconhecer
que estamos diante de um fato que supera, em muito, a mais complexa e refinada expressão
dessa mesma lógica. Como, aliás, já havia notado um dos fundadores da Igreja,
Paulo, em 1 Cor 1,25.
Contra a tese de que os relatos
sobre a vida de Cristo e as verdades essenciais ao cristianismo foram criadas
por padres e monges, no fim da Antiguidade e começo da Idade Média, há o
testemunho de Paulo, em algumas de suas sete cartas reconhecidas e datadas com
certa precisão, a saber: 1 Tessalonicenses (ano de 51), Filipenses (52-54),
Filemon (52-54), 1 Coríntios (53-54), Gálatas (55), 2 Coríntios (55-56) e
Romanos (55-58), nas quais ele fala sobre acontecimentos da vida de Jesus e de
crenças anteriores ao seu apostolado, que já eram artigo de fé junto às
primeiras comunidades cristãs. Em 1 Cor 15,3-5 ele diz: “Transmiti-vos, em
primeiro lugar, aquilo que eu mesmo recebi. Cristo morreu por nossos pecados,
segundo as Escrituras. Foi sepultado, ressuscitou ao terceiro dia, segundo as
Escrituras. Apareceu a Cefas, e depois aos Doze”. O primeiro Credo cristão,
anterior à conversão de Paulo!
Seja como for, se aplicarmos ao
conjunto dos personagens e fatos históricos da Antiguidade, e mesmo da História
Medieval ou Moderna, os mesmos critérios que esses “céticos” inventaram para
justificar sua descrença na historicidade de Jesus, então teríamos que cancelar
quase toda a história do mundo conhecida até hoje. Isso não é razoável nem...
científico.
O
testemunho de Mara bar Serapion
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMGw43bGT2-q5ADnYQJHZg4bOkzj9ZeYgsVqTLZWKhUcIdO1tSD-6TXsRxdEPuYEtr63QGEsBVMF9hmbRJZh5VbO6WmB-DrZwCVm5ucicEsYR2GFP-fmPCvB-ZiZdIBRiBav7yLQI9_FE/s1600/crucifiction+of+Yahshua+-+jews+say+crucify+him.jpg
http://truthseeker-archive.blogspot.com.br/
Em 1843, o padre anglicano e
pesquisador inglês Henry Tattam, comprou de um mosteiro copta, do deserto da
Nitria, no Egito, um antigo manuscrito que, traduzido, causou furor. Nesse
manuscrito um homem chamado Mara bar Serapion, de origem assíria, natural da
cidade de Samosata, na Ásia Menor, atual Turquia, passando por uma terrível
situação, exilado de sua pátria pela intervenção de uma força estrangeira,
escreve uma mensagem de alento ao seu filho, Serapion, citando exemplos de
desventuras de homens célebres, como Pitágoras, Sócrates e o misterioso “rei
sábio dos judeus”. Pelas informações contidas na carta deduz-se que ela foi
escrita ou em 73, ou em 161-162, ou ainda em 256, sendo que a maioria dos
estudiosos, e o próprio texto da carta, induzem muito fortemente à primeira data.
A parte que fala de Jesus diz o seguinte:
“Que
vantagem obtiveram os judeus quando condenaram à morte o seu rei sábio? Depois
desse fato o seu reino foi abolido [deve se referir à guerra de 66-73]. Deus, com justiça, vingou aqueles três
homens... Sócrates não morreu definitivamente: continuou vivendo nos
ensinamentos de Platão. Pitágoras não morreu: continuou vivendo na estátua de
Juno [?]. Nem tampouco o rei sábio
morreu verdadeiramente: continuou vivendo na nova lei que deixou” (tradução
da Wikipedia em espanhol).
Com certeza ele não era nem judeu
nem cristão, talvez um pagão com simpatias pelo monoteísmo. Da mesma forma não
há qualquer indício de que ele estivesse mancomunado com os fundadores do
cristianismo, para fabricar um falso elogio a Jesus.
O
Testemunho de Flávio Josefo
Tito Flavio Josefo, é o nome latino
do judeu José ben Matatias, de família sacerdotal, e um dos líderes da revolta
contra os romanos de 66 a 73. Aprisionado pelos romanos no início da guerra,
graças a sua grande cultura é levado para Roma e ganha as graças do imperador
Tito, vindo a ser por este adotado. Em Roma ele escreveu alguns livros que
sobreviveram ao tempo, e que são as únicas fontes conhecidas, completas, dos
acontecimentos que intermediaram o Primeiro e o Segundo Testamento, principalmente
sobre o que ocorreu na Palestina durante a revolta acima citada. Josefo foi
odiado pelos judeus de seu tempo, e nos séculos seguintes, sendo tratado como
um traidor por eles, mas isso não o impediu de fazer uma história de alto nível
até sua morte, em 101, na capital do império.
No livro 18, capítulo 3,3, de seu
livro Antiguidades judaicas, escrito
no ano de 93, ele se refere a Jesus nos seguintes termos: “Por esse tempo apareceu Jesus, um homem sábio, se é que é correto chamá-lo homem, já que realizou milagres muito
impressionantes, um mestre para os homens que recebem a sua mensagem com
alegria, e trouxe, após si, muitos discípulos judeus, e muitos gentios também, pois era o Cristo. Quando Pilatos, diante
da denúncia de nossos principais, o condenou à cruz, aqueles que o haviam amado
anteriormente não o abandonaram, já que
lhes apareceu vivo novamente três
dias depois, conforme essa e outras
maravilhas que já haviam sido previstas sobre Ele pelos santos profetas. A
tribo dos cristãos, chamados assim por causa Dele, não há cessado de crescer”
(Wikipedia em espanhol – Testimonio
flaviano).
Os estudiosos. Comparando os
diversos exemplares que sobraram da obra de Josefo, e o fato de ele ser judeu,
consideraram mais prudente aceitar que as partes em negrito são, na verdade,
adições ou interpolações feitas por escribas cristãos, muito depois, sobre o
original. O problema é que o pesquisador israelense Shlomo Pines descobriu, em
1971, uma versão antiga da História do
Universo, do bispo egípcio Agápio, do século X, que reproduz o mesmo trecho
de Josefo, com muito pouca diferença, de sorte que boa parte do material
considerado interpolação ou adição posterior, ao que tudo indica, fazia parte
da obra original, embora com menos entusiasmo (veja-se o verbete Testimonio flaviano na Wikipedia em
espanhol).
No livro 20, capítulo 9,1, ele
menciona indiretamente a Jesus quando relata a morte do apóstolo Tiago Menor,
um dos famosos “irmãos de Jesus”, da seguinte maneira:
“Ananias
[provavelmente o filho daquele mesmo que ordenara a agressão a Paulo, em At
23,2] era um saduceu sem alma. Convocou
astutamente o Sinédrio num momento propício. O procurador Festo havia falecido,
e o sucessor, Albino, ainda estava a caminho. Fez com que o Sinédrio julgasse a
Tiago, irmão de um certo Jesus, e a alguns outros. Os acusou de haver
transgredido a lei e os entregou para que fossem apedrejados” (idem).
Essa passagem é interessante, pois é
a única que narra, fora da Bíblia, a morte de um discípulo próximo a Jesus, por
alguém de fora do contexto bíblico e da |Igreja, mas ela traz alguns problemas:
Primeiro: no livro Guerras judaicas, escrito entre 75 e 79,
Josefo trata Ananias como um homem “prudente”. Por que teria mudado o seu
julgamento? Alega-se que ele pode, entre os 20 anos que separam as duas obras,
ter acessado a outras fontes que o fizeram mudar de parecer.
Segundo: a forma um tanto distante e
indiferente com que cita o parentesco entre Tiago e Jesus, que esvazia o tom
relativamente entusiástico de 8,3,3. Até parece que o Jesus, a que se liga
Tiago, não é o mesmo citado no livro 8.
Entretanto não dá para negar que a
forma como Ananias consegue reunir e manobrar o Sinédrio, claramente
perceptível do texto, confirma muito do que os Evangelhos narram sobre o
julgamento de Jesus, e das denúncias de Atos e das cartas paulinas sobre a
perseguição intensa e mortal que os judeus, na época, moveram contra o
cristianismo nascente.
Testemunhos
Romanos
Por volta do ano 100 e 112, Caio
Plinio Cecilio Segundo, ou Plínio o Jovem, na condição de legado, representante
do Imperador, na Bitínia, escreveu para o imperador Trajano uma carta, que foi
preservada, onde pede conselhos sobre como lidar com os cristãos e faz uma
breve alusão de medidas que já teria tomado contra alguns deles: “...e que, além disso, [esses ex-cristãos] maldisseram a Cristo... todos estes
veneraram a tua imagem e a efígie dos deuses e maldisseram a Cristo... [revelaram]
que acostumavam reunir-se pela manhã e
que cantavam um hino a Cristo, quase como a um Deus” (traduzido de Fuentes de la historicidad de Jesús –
Wikipedia em espanhol)
O historiador romano Cornélio
Tácito, em seu livro Anais, escrito lá por volta de 116-117, dá as seguintes
informações sobre os cristãos: “Portanto,
cessando os rumores, Nero prendeu aos réus e os submeteu a penalidades e
investigações, por causa de suas ofensas ao povo, que os odiava e lhes chamava
“cristãos”, nome que tomam de um tal Cristo, que na época de Tibério foi
justiçado por Poncio Pilatos. Reprimida por um momento, a fatal superstição
irrompeu de novo, não só na Judeia, de onde provém o mal, senão também na
capital [Roma], onde todas as atrocidades e vergonhas do mundo confluem e se
celebram” (idem).
O historiador Gaio Suetonio
Tranquilo escreveu por volta de 120-121, em seu livro As vidas dos doze
césares, a seguinte passagem referente ao governo de Cláudio (41-54): “aos judeus, instigados por Chrestus,
expulsou-os de Roma por suas contínuas revoltas” (idem).
Nessa passagem há uma certa
contradição, entre outras, como a da data do ocorrido (41 ou 49-50?). Além
disso, o nome “chrestus” pode tanto ser uma corruptela de “Cristo” como pode
estar sendo usado no sentido coloquial romano de “zé povinho” ou “pobre
coitado”, algo que ganha crédito quando se considera que o cristianismo era
muito popular entre os escravos, mas a ligação destes com os judeus parece
apontar para o primeiro sentido – pode aludir a desentendimentos entre cristãos
e judeus por causa de Cristo, o que reforça a tese de um conflito precoce entre
as duas comunidades.
Suetonio, porém, volta a falar dos
cristãos durante o reinado de Nero: “Sob
o seu reinado, foram reprimidos e castigados muitos abusos, ditando-se regras
muito severas... Nero infringiu suplícios aos cristãos, um gênero de homens
ligados a uma superstição nova e maligna” (idem).
O famoso escritor satírico Luciano
de Samosata, que morreu em 180, e que escreveu um livro chamado A morte de Peregrino, referente a um
suicídio ocorrido em 165, durante uma olimpíada, que ele abominou. Nesse livro
ele aproveita para espicaçar os mais famosos suicidas do momento, na visão dele:
os mártires cristãos. “Os cristãos, como
você sabe, adoram um homem que se tornou vonhecido nos dias de hoje, que
introduziu novos ritos e foi crucificado por causa disso... essas pobres
criaturas enganadas acreditam que são imortais... acreditam, segundo o
ensinamento de seu pregador, que são todos irmãos, desde o momento em que se
convertem... adoram o sábio crucificado, e vivem sob sua lei... eles desprezam
todos os bens materiais, e os consideram como propriedade comum...” (tradução
de Passing of Peregrinus – Wikipedia
em inglês). Em tom de deboche, Luciano confirma, de uma só vez, dados sobre a
vida de Jesus, sua doutrina e até uma passagem de Atos dos Apóstolos, 2,44-45.
Celso, só se sabe esse nome dele,
foi um filósofo grego que escreveu no final do século II, um longo e
relativamente bem pesquisado ataque contra os cristãos, resultado de suas
pesquisas tanto entre os cristãos como entre os judeus, no qual desfere ataques
e calúnias arrasadores: Cristo seria filho ilegítimo, nascido de um adultério,
que ele teria ido ao Egito para lá aprender magia e tornar-se um feiticeiro e,
por meio de truques, enganar os incautos e fazendo-os acreditar em sua
divindade, entretanto, por razões “lógicas” a sua morte na cruz invalidaria
qualquer pretensão a sua origem divina e sua ressurreição não passa de um
absurdo propalado por seus discípulos. É um ataque feroz, arrasador, que tenta
denegrir ou distorcer tudo o que os evangelhos falavam sobre Jesus, mas que em
nenhum momento diz, ou pretende que as pessoas creiam, que este nunca existiu (5).
Testemunho
dos Judeus
https://iamachild.files.wordpress.com/2011/05/the-lesson.jpg
iamachild.wordpress.co
É muito difícil fazer esse
levantamento, uma vez que nunca gouve um diálogo minimamente construtivo e
desapaixonado entre cristãos e judeus nos primeiros anos do cristianismo, e nos
séculos seguintes, que gerasse alguma literatura mais consistente ou imparcial,
além dos inúmeros atos de intolerância mortais, de ambas as partes, que não
autorizam ninguém a disparar, sem reflexão, a pecha de “antissemitismo” ou de
“conspiração judaica”, como fazem os criminosos dos sois lados. Além disso
houve a destruição de muitos documentos e testemunhos judaicos, tanto nas
guerras de 66-73 e 132-136, que arrasaram a Palestina e espalharam os judeus
pelo mundo, como nos inumeráveis confrontos que os opuseram aos cristãos ao
longo da história.
As evidências que hoje sobraram
estão presentes em algumas cópias tardias do Talmud (6), uma coletânea de ensinamentos judaicos, que fazem menção a um
certo Yeshu, que muitos viram, ao longo da história, como uma referencia a
Jesus de Nazaré, ao qual os judeus afixaram as mais horrorosas atitudes e mais
pérfidos defeitos pessoais. Não só ele como seus próximos.
Primeiro ele teria nascido de um
adultério – uma provável alusão ao seu nascimento singular? – filho de um
soldado romano – alusão à recusa de Cristo em assumir um messianismo político
ou dos cristãos em pegar em armas contra os romanos, nas revoltas acima
referidas? – era um feiticeiro que realizava maravilhas ou truques – alusão às
suas curas e milagres? – que desencaminhava o povo judeu de sua religião –
alusão à nova religião fundada em seu nome? – que foi pendurado na véspera de
uma páscoa – embora no texto talmúdico se afirme que lhe foram dadas todas as
condições de um julgamento justo, inclusive durante 40 dias pregoeiros teriam
sido enviados as ruas de Jerusalém, atrás de alguém que soubesse de algo de bom
sobre ele, para salvá-lo da execução, e, em vista de ninguém ter se apresentado,
foi executado junto a cinco companheiros (alusão aos outros discípulos de Jesus
executados após ele como Estevão, Tiago Maior e Tiago Menor?) – e que
finalmente já morto, numa aparição a um filho de um imperador romano, reconhece
a superioridade espiritual de Israel, enquanto revela que está no inferno...
num poço de fezes ferventes.
Essas alusões acabaram sendo
reforçadas, séculos mais tarde num livro chamado Sefer Toledot Yeshu (Livro das
gerações, vida de Jesus), um livro anônimo, cujo manuscrito mais antigo data do
século 11, mas que se refere a acontecimentos litúrgicos cristãos originados no
século IV, supostamente compilados entre os séculos VI a IX, num ambiente de
escrita aramaica, cujo conteúdo é uma grotesca paródia dos evangelhos, baseada nos
trechos do Talmud acima (nascimento de um adultério, prática de magia, indução
a heresia, sedução de mulheres – alusão à “liberdade” que ele dava às mulheres
[episódio da samaritana, defesa da adúltera, convivência com Marta e Maria,
etc.]? - e morte infamante).
A esses elementos é bom ressaltar
que os modernos comentadores judeus afirmam que esse Yeshu do Talmud não seria
o mesmo Jesus de Nazaré dos cristãos, sequer uma única pessoa, mas diversos
personagens, talvez até simbólicos, fictícios, embora reconheçam que o termo “Yeshu”
pode ser a transliteração do nome de “Jesus”, que conhecemos, mas que os
rabinos atuais preferem designá-lo pela forma mais tradicional, Yeshua. Quanto
ao Toledot Yeshu, hoje, está totalmente desacreditado e não é mais considerado,
como no passado, um documento oficial da sinagoga a respeito de Jesus e de sua
Igreja. Não há porque se estressar por causa disso (7).
E mais uma vez, aqueles que no
passado mais interesse tinham na inexistência de Jesus e do cristianismo, fossem
judeus ou pagãos, a ponto de agredi-lo ferozmente, jamais chegaram a negar a
sua existência histórica, o que seria excelente para ridicularizar os cristãos.
O
Testemunho da Arqueologia
Não bastasse o testemunho dos
antigos, começam a aflorar da terra vários testemunhos, que vêm reforçar a
exatidão, a historicidade, das informações contidas nos evangelhos. Os mais
importantes são os seguintes:
A Pedra de Pilatos: uma pedra de calcário, de 82 x 65 cm, encontrada
nas ruínas do teatro da cidade de Cesareia Marítima, mandada construir por
Herodes o Grande entre 22 a.C. e 10 d.C. Nessa pedra, descoberta por uma equipe
de arqueólogos italianos, comandados pelo professor Antonio Frova, em junho de
1961, aparece a seguinte inscrição dedicatória, em letras maiúsculas, dispostas
em 4 linhas: DIS AUGUSTIS TIBERIEUM – PONTIUS PILATUS – PRAEFECTUS
IUDAEAE – FECIT DEDICAVIT (a parte da inscrição em
negrito é legível hoje em dia, o resto foi danificado). Essa pedra acha-se hoje
no Museu de Israel.
A Tumba de Caifás: descoberta acidentalmente, em 1990, por
trabalhadores que escavavam um caminho para um parque no Vale da Geena, ao sul
de Jerusalém, nessa tumba se encontrou 12 ossuários, contendo os restos de 63
pessoas, um dos quais, do primeiro século de nossa era, era caprichosamente
decorado e continha a inscrição “José filho de Caifás” (da família Caifás) –
esse era o nome completo de Caifás, segundo o historiador judeu Flavio Josefo
– escrito em aramaico, além dos ossos de um homem de 60 anos.
O Túmulo de Zacarias: há um monumento, com o telhado em forma cônica,
no Vale do Cedron, que era uma sepultura tradicionalmente atribuída ao filho
rebelde de Davi, Absalão, que viveu no século X a.C. – durante séculos os
moradores locais costumavam levar seus filhos para apedrejar o monumento, e
ensiná-los sobre o triste fim dos filhos desnaturados. Pesquisas recentes,
entretanto, indicam que esse monumento, na verdade, data do século I d.C., e em
2003, foi achada uma inscrição bizantina, do século IV, contendo a seguinte
mensagem: “este é o túmulo de Zacarias, mártir, santo sacerdote, pai de João”.
Sobre Zacarias, pai de João, existe
uma tradição antiga, narrada pelo evangelho apócrifo de Tiago, o Protoevangelho
de Tiago, que diz que Zacarias foi morto por se recusar a entregar João,
durante o célebre episódio (verídico?) da matança dos inocentes. A inscrição
indica que ele era sacerdote, como aparece em Lc 1,5, e que foi morto por causa
da fé. “Mártir”. Outra inscrição antiga, também encontrada em 2003, aponta
aquele lugar como sendo a tumba de “Simeão, que foi um homem justo e um ancião
devoto, que esperava a consolação do seu povo”, que reproduz quase literalmente
a Lc 2,25 . Isso cria um impasse, pois o compartilhamento de túmulos não é
habitual, podendo se tratar de uma confusão ou de uma pedra deslocada de outro
lugar, já que a região foi muito modificada.
O Ossuário de Tiago (Jacob): em outubro de 2002, um programa de
televisão, patrocinado pelo Discovery Channel e a Biblical Archaeology Society,
anunciou que um engenheiro israelense, Oded Golan, comprara, no mercado negro,
um ossuário, datando do século I, que continha a seguinte inscrição em aramaico:
“Jacob (Tiago), filho de José, irmão de Jesus”. Seria o primeiro artefato arqueológico
ligado diretamente ao círculo próximo de Jesus. Imediatamente as autoridades
israelenses entraram no circuito, e declararam que as inscrições não eram
autênticas, seriam de uma data muito posterior à do ossuário, e acusaram a Oded
Golan de 44 crimes de forjicação, fraude e comércio ilegal de artefatos arqueológicos
– Oded foi condenado por comércio ilegal de antiguidades e absolvido das outras
acusações, mas o curioso é que o juiz israelense fez questão de ressaltar que o
seu veredito, favorável a Golan, não era um reconhecimento da autenticidade da
inscrição, como se isso tivesse que passar por uma autoridade judiciária, não
especializada no assunto! Isso aconteceu em 2012. Não foi a toa que alguns acadêmicos
viram nisso tudo uma tentativa, espúria, não científica, de invalidar a
descoberta e começaram a clamar por análises externas, “imparciais”. De fato,
os testes posteriores, feitos fora de Israel, com os equipamentos e métodos
mais modernos, apontaram, até 2015, para a autenticidade da inscrição, enquanto
a Revista de Arqueologia Bíblica, americana, fez uma análise estatística,
apontando a probabilidade de existir apenas 1,7 pessoa na Palestina, no século
I, que reunia ao mesmo tempo as duas características constantes da inscrição.
Algo entre 85 e 90% de chance de ser o Tiago dos evangelhos.
Notas
(1)
Esse curioso personagem era um filósofo grego, neopitagórico, que, embora
nascido em uma família riquíssima, abriu mão de tudo, em favor de seu irmão, e
foi levar uma vida errante e pobre, com o intuito de aprender e ensinar a
sabedoria aos outros. Uma novo Sócrates. Foi contemporâneo de Jesus, vivendo
entre 15 e 100 d.C., e, pelo que se conta dele, em relatos repletos de
acontecimentos miraculosos, foi uma criança prodígio, além de assumir ainda em
tenra idade um vegetarianismo estrito, por amor aos animais. Conta-se que
esteve na Índia, onde aprendeu a antiga sabedoria local, perceptível em algumas
de suas sentenças conservadas, e viajou por vastas áreas Oriente Médio e por
quase toda Europa não “bárbara”. Foi conselheiro de vários reis e imperadores
romanos, sendo por um destes, Domiciano, preso, humilhado e desterrado em Éfeso,
onde morreu. Muito admirado pelos seus contemporâneos, foi equiparado por
alguns a Cristo, causando uma forte reação de membros clero, que o acusaram de
pacto dom o demônio. Para que se tenha ideia melhor do espírito que animava
Apolônio, reproduzo uma anedota preservada em sua biografia: Certa vez, o rei
da Babilônia perguntou-lhe como deveria punir a um escravo, que fora pego em
amores com uma de suas concubinas: “Deixando-o vivo”, respondeu, “pois se vive,
seu amor será o maior dos suplícios” (traduzido da Wikipedia em espanhol – Apolonio de Tiana). Usar do amor, como
forma de tortura! Jesus jamais faria isso!
(2)
Quem quiser observar uma lista bem completa deles recomendo os seguintes
verbetes da Wikipedia em inglês: List of
New Testament latin document, List of
New Testament lectionaire, List of
New Testament minuscules (é tão vasto que engloba três verbetes), List of New Testament uncials, List of New Testament papiry. Nessa
pesquisa o leitor poderá ver e se certificar, inclusive, da grande mentira de
Dan Brown, contida no Código Da Vinci,
de que a Igreja Católica, aproveitou o seu controle sobre as cópias mais
antigas das Sagradas Escrituras para manipular o texto dos evangelhos, pois a
vastíssima maioria desses documentos não está no Vaticano! Para se ter uma
ideia sobre o quão recente e vertiginosa foi a descoberta desses documentos,
desqualificando completamente a suposição de Bauer e seguidores sobre a
inexistência de provas arqueológicas sobre os evangelhos, considere-se que em
1900 só eram conhecidos 9 papiros com inscrições dos evangelhos, hoje, 2015,
são 131! E cada ano se descobre mais!
(3)
Os céticos gostam de citar a contradição entre os evangelhos de Lucas e de
Mateus uma vez que o primeiro cita o nascimento de Jesus no tempo do procurador
Quirino, na Síria, e o segundo coloca-o no tempo de Herodes, sendo que o
Herodes histórico morreu, segundo o que se sabe, uns quatro anos antes de
Quirino ser nomeado procurador. A questão do censo, de fato, está em aberto,
uma vez que são conhecidos apenas três censos gerais ordenados por Augusto, a
saber: em 28 a.C., em 8 a.C., e 14 d.C. o de 28 é muito antigo, e o de 14 muito
recente; o de 8 é o que mais se adéqua, mas nesse período a Judeia era considerada um reino aliado, governado ainda por Herodes o Grande, de sorte que
os romanos não iriam intervir assim tão ostensivamente, uma vez que o principal
objetivo desses censos era a arrecadação de impostos. Seja como for essa
citação se refere aos relatos do nascimento de Jesus, que usam muito de um
estilo antigo de contar história chamado midraxe – o midraxe “é um comentário
ou uma explicação de caráter homilético... com o objetivo bastante amplo de
tirar delas [das narrativas da Bíblia] lições edificantes... o sentido literal
[que é o cerne do moderno conceito de objetividade, de prova documental] é um
conceito que não se encontra nem entre os escritos rabínicos nem nos escritores
bíblicos. O midraxe visa a encontrar o máximo de exemplos edificantes: é uma
meditação sobre um texto sagrado ou uma reconstrução imaginosa sobre o lugar e
o episódio narrado [que de fato aconteceu]” (McKenzie; 2003; p 609). Em outras
palavras; o midraxe é uma moldura espetacular envolvendo uma tela, por vezes,
muito simples, mas que existe e justifica a moldura. McKenzie também chama a
atenção para o caráter midráxico do Evangelho da Infância de mateus e Lucas,
onde “com base em uma breve memória autêntica dos fatos, o relato é completado
com uma antologia de citações extraídas do AT e apropriadas ao nascimento do
Messias” (idem; p 610). Sem falar que o nascimento em si de Jesus, é
irrelevante para a natureza de sua missão, tanto que é omitido em dois
evangelhos (serve muito mais para realçar o papel de outros personagens
bíblicos como João Batista, Maria, José, etc.).
(4)
Compare-se a biografia de Jesus com a de outros grandes reformadores e
criadores de religiões do passado, como Zoroastro, Mani, Buda, Mahavira, etc.
Todos eles homens nobres, príncipes, ricos, enfim de estirpe ou qualificação
social “superior” à do homem comum, que, mesmo sofrendo dificuldades no início
de sua trajetória, venceram no final e se tornaram pessoas respeitadas e
admiradas no seio seu povo, quando ainda eram vivos – nesse sentido podemos
incluir Abraão, Moisés e Mohammed. Mesmo aqueles que acabaram mal, como
Pitágoras, Sócrates, e Apolônio de Tiana, conheceram momentos de glória ou
morreram cercados por amigos dedicados. Cristo, nem isso! Que loucura ou que
delírio levaria alguém, ou um grupo, a inventar um reformador religioso nascido
numa aldeia insignificante, de um pequeno reino, trabalhador manual, que vivia
errante, que foi rejeitado por seu povo, cuja salvação era o objetivo primeiro
de sua missão, e no final morreu como um criminoso, com uma descrição
pormenorizada de todas as infâmias que sofreu, sem falar do “absurdo” da
ressurreição, arrematando tudo?
(5)
A obra de Celso perdeu-se. O que hoje nós temos dela são trechos citados por
autores cristãos, em especial por Orígenes, que escreveu uma resposta a esses
ataques chamada Contra Celso, mas
para quem quiser saber mais recomendo o verbete Celso (filosofo) – Wikipedia em italiano e o seu análogo em
espanhol. No endereço a seguir há um bom comentário sobre o discurso de Celso,
em espanhol: http://www.scielo.cl/scielo.php?pid=S0049-34492004000200005&script=sci_arttext#2
(6)
O Talmud, termo que em hebraico quer dizer “instrução, aprendizagem” é uma
compilação de trechos de ensinamentos de rabinos mais conhecidos, versando
sobre a lei, os costumes, tradições, histórias, aforismos e parábolas, que, ao
longo dos séculos, formaram verdadeiras enciclopédias do saber religioso
judaico, com algumas passagens verdadeiramente preciosas, devido ao seu elevado
conteúdo ético-moral, e outras nem tanto. Essa coletânea foi sem dúvida uma
sacada genial dos antigos judeus, uma vez que estes perceberam que só por meio
dela poderiam preservar a essência da sua cultura, enquanto uma nação espalhada
pelo mundo – é o exemplo mais cabal da cultura e do conhecimento salvando uma a
vida de uma nação inteira, de onde o seu empenho metódico, heroico, e às vezes
comovente, em conservar, ler e estudar esses livros. A grande missão do pai e
da mãe de família judeu. Existem duas versões do Talmud: a de Jerusalém e a de
Babilônia.
(7) Mais informações nos verbetes Yeshu; Toledot Yeshu; Jacob the
heretic; Jesus in the Talmud – na
Wikipedia em inglês. Jacob l’heretic;
Toledot Yeshou; Tiberius Iulius Abdes Pantera – Wikipedia em francês; Toledot Yesu
– Wikipedia em italiano. Consultar também Jesus
of Nazareth, na Jewish Encyclopedia, edição 1903, online, onde Jesus é
apresentado como um homem normal, cujos feitos reais foram encobertos por
lendas piedosas, morto por causa de problemas com os romanos e com o partido
dos saduceus (pró-romano), uma vez que Jesus era um essênio...
Bibliografia
Cornell, Tim e Matthews, John; Roma legado
de um império; col. Grandes Impérios e Civilizações; trad Maria Emilia
Vidigal; Del Prado; 2 vol; Madrid, 1996;
Diacov, V. e Covalev, S.; História da
Antiguidade – Roma; trad João Cunha Andrade; Fulgor; São Paulo; 1965
Jedin, Hubert (org); Manual de Historia de la Iglesia – e la Iglesia primitiva a los
comienzos de la gran Iglesia - tomo primero; versión castellana Daniel Ruiz
Bueno; Herder; Barcelona 1966;
McKenzie, John L.; Dicionário bíblico; trad. Álvaro Cunha e outros; 8ª edição; Paulus;
São Paulo; 2003.
Nenhum comentário:
Postar um comentário