HISTORIA
DA IGREJA BASEADA EM JEDIN – XIII
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Novos verbetes: Terremoto de Lisboa - Brasil Col
O Terror de Nataruk - Pré-Hist
Novos verbetes: Terremoto de Lisboa - Brasil Col
O Terror de Nataruk - Pré-Hist
Prof
Eduardo Simões
c)
Policarpo de Esmirna (69-155). Bispo
da cidade de Esmirna, na atual Turquia, Policarpo escreveu uma carta aos
filipenses que chegou até nós, onde, respondendo a um pedido da cidade de
Filipos para que mandasse uma cópia das cartas de Inácio de Antioquia, ele
aproveita para dar alguns conselhos práticos. É uma carta pastoral, em estilo
simples e direto, escrita em torno de 110, quer nos dá uma boa ideia de como estava
a organização da Igreja na Ásia Menor, e o conhecimento dos evangelhos
canônicos nesse período, como se pode ler nesses trechos: “Pois quem não
confessa que Jesus veio da carne, é o anticristo (1Jo 4,2)... Por isso
abandonemos o discurso vão das multidões, e suas falsas doutrinas... e
permaneçamos sóbrios na oração (1Pe 4,7), e perseveremos no jejum; suplicando
em nossas orações ao Deus que tudo vê, para que não nos deixe cair em tentação
(Mt 6,13), pois o Senhor disse: “o espírito está pronto, mas a carne é fraca
(Mt 26,41)””(Aos filipenses, cap VII, http://www.universocatolico.com.br/). São
várias passagens do Segundo Testamento, como são lidas hoje, citadas no início
do IIº século!
Policarpo
não aprofunda uma teologia, sua carta é predominantemente pastoral, mas atesta insofismavelmente
a antiguidade do Segundo Testamento e da hierarquia católica tradicional,
verdadeiramente herdada dos apóstolos.
d)
Barnabé: Há uma carta, tão
importante que consta, inclusive, de algumas coletâneas antigas de livros do
Segundo Testamento, como se fosse canônica, com tanta autoridade como as cartas
dos apóstolos constantes na Bíblia. O autor desse texto não assinado foi
considerado, tradicionalmente, como sendo o companheiro de viagens de São
Paulo: Barnabé, e por isso é chamada de Epístola de Barnabé. Pelo texto pode
deduzir-se também que foi escrita entre os anos 70 e 132, num momento que,
aparentemente, se observava reerguimento do prestígio judaico, visto que boa
parte de seu conteúdo é voltado para explicar, a partir da perspectiva cristã,
o conteúdo de algumas passagens do Primeiro Testamento, que cita
abundantemente, além de umas duas do Segundo Testamento (Mt 9,13 e 22,14) (1).
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/ce/Good_shepherd_02b_close.jpg
Public Domain, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=509456
e)
A Diogneto: um documento
estranhíssimo! Escrito em grego, mas num estilo e numa profundidade de
argumentação que ultrapassam o de qualquer outro autor cristão conhecido da
época, segundo os estudiosos (2).
Essa carta que, pelo seu texto, se deduz tenha sido escrita no final do século
II, mais ou menos, traz uma grande novidade em termos de escritos apostólicos:
faz uma apologia, em alto nível literário, da religião cristã para um pagão
ilustrado, chamado de Diogneto, e nesse sentido se diferencia dos outros
escritos apostólicos que se dirigiam às comunidades cristãs, dando orientações
pastorais e teológicas, repletas de citações bíblicas. Em Diogneto não há
citações bíblicas, como era de se esperar em um texto feito para um pagão,
embora possam ser claramente deduzidas do texto.
f)
Pápias de Hierápolis (69-150): Bispo
desta cidade da Frígia, na atual Turquia, dele sabemos, por Eusebio de
Cesareia, em sua História Eclesiástica,
capítulo XXXIX, que escreveu cinco livros com o título Explicações sobre os ditos do Senhor, onde compila e comenta tudo
que se escrevera, até esse momento, sobre Jesus de Nazaré. Alguns afirmam que
ele foi um discípulo direto do Apóstolo João, embora Eusebio o conteste.
Infelizmente essa obra se perdeu e tudo que sobrou dela são algumas menções
feitas por outros autores. As mais conhecidas são as citadas por Eusébio, e que
se referem a autoria de alguns evangelhos: “XXXIX,15 “[citando Papias
textualmente] O ancião dizia o seguinte: Marcos, que foi o interprete de Pedro,
escreveu com exatidão tudo o que recordava, mas não na ordem que o Senhor disse
e fez. Porque ele não ouviu pessoalmente ao Senhor, senão como lhe disse depois
Pedro, e este ia lhe revelando o que lembrava de acordo com as necessidades,
mas não como quem vai ordenando cronologicamente as palavras do Senhor, de modo
que Marcos não se enganou em absoluto quando escrevia aquilo que tinha de
memória, porque pôs todo o seu empenho em não esquecer nada do que escutou nem
escrever nada falso”. XXXIX,16 Isso relata Papias a respeito de Marcos. Sobre
Mateus, ele disse o seguinte: “Mateus compôs seu texto em hebraico, e cada um
vai traduzindo do jeito que pode””
(traduzido do espanhol de http://escrituras.tripod.com/Textos/HistEcl03.htm#XXXIX).
http://obraspsicografadas.org/wp-content/uploads/2014/07/clip_image006_thumb.jpg
http://obraspsicografadas.org/
g)
O pastor de Hermas (provavelmente entre
140-155): uma obra que, usando do relato de visões e parábolas, incita os
cristãos do tempo à penitência, dando a entender certo relaxamento no
comportamento destes frente às tentações do mundo, algo relativamente comum aos
momentos de paz e prosperidade. O texto foi escrito em grego, e quase não faz
citações diretas da Bíblia, mas percebe-se uma familiaridade do autor com
textos do Primeiro Testamento. Do Segundo testamento aparecem similaridades com
João, além de um ou outro sinótico, algumas cartas de Paulo e, principalmente,
Tiago e Apocalipse. A obra em alguns momentos tem um matiz nitidamente
apocalíptico. Esse livro teve tanto impacto que eminentes Padres da Igreja,
como Tertuliano e Irineu de Lion o tinham como livro inspirado, e em alguns
códices, que apresentavam coleções de livros da Bíblia, ele aparece entre o
Atos dos Apóstolos e as Cartas de Paulo (3).
A sua teologia é bem primitiva, e seus ensinamentos morais tendem a uma
concepção um tanto rigorista, senão simplista, das relações humanas.
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/c6/Good_shepherd_01_small.jpg
Public Domain,
https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=515973
Didaquê
__
Em 1873, enquanto examinava um códice grego muito antigo, da biblioteca do
mosteiro da Irmandade do Santo Sepulcro de Jerusalém, em Istambul, o monge
greco-turco Filoteu Bryennios, um especialista em literatura cristã primitiva,
a Patrística, percebeu que estava diante de uma descoberta singular:
“Tratava-se de um volume em pequeno oitavo (15x20 cm), encadernado em couro
negro, com 120 folhas de pergaminho bem conservado, escrito frente e verso, com
uma letra pequena e bem clara, procedente da mesma mão. A última folha exibia
uma breve informação sobre a sua composição: ‘acabado no mês de junho, dia 11,
terceiro dia (terça-feira), no ano de 6564, pelas mãos de Leão, copista e
pecador’” (Wikipedia em espanhol – Didaché).
Como o calendário bizantino começava com a criação do mundo, que, segundo a sua
tradição, se dera 5508 anos antes de Jesus Cristo, isso permiti-nos datar o
códice em 1056. Portanto, no auge da Idade Média.
__
O conteúdo das folhas estava dividido da seguinte maneira:
a)
Sinopse do Novo e do Velho Testamento,
obra feita por um anônimo, mas atribuída a São João Crisóstomo. Entretanto essa
obra só ia até o livro de Malaquias (p 1-32).
b)
A primeira versão completa da Primeira Epístola de Clemente, aos Coríntios, (p
51-70).
c)
A primeira versão completa da Segunda Epístola de Clemente, mas provavelmente
obra de um escritor anônimo, embora guardando alguma relação com a primeira
epístola (p 70-76).
d)
O Didaquê (p 76-80).
e)
Uma resenha mais longa das cartas de Santo Inácio de Antioquia, além de uma
carta falsa de Maria de Cassobolos, uma discípula de Inácio ao seu Bispo
(80-120).
__
Os estudiosos imediatamente dirigiram o seu interesse para a penúltima obra do
códice, que, por sinal, era a única que tinha dois títulos, a saber: “Ensinamento [didaquê, em grego] dos doze apóstolos” e “Ensinamento do Senhor às nações por meio dos
doze apóstolos”, e o que eles viram os deixou de “cabelos em pé”. O texto,
escrito em uma forma simples, rústica e direta, cópia de um original bem mais
antigo, parecia reproduzir as condições de existência e a doutrina de uma
comunidade cristã no período que entremeava o fim da igreja regida por
assembleias de fieis, como eram as constituídas pelos apóstolos, e a criação do
episcopado monárquico, como nos dias de hoje, e que se estabeleceu na Igreja no
começo do século II, como podemos ver nas cartas de Inácio de Antioquia. Esse
texto, provavelmente, se referiria a uma forma de organização da metade do
primeiro século, antes da escritura dos Evangelhos e talvez até da queda do Templo
de Jerusalém, que não é comentada.
__
A partir de 1883, data de sua publicação, os pesquisadores, se debruçaram sobre
o seu texto procurando encontrar similaridades com outros já conhecidos. O
resultado foi o seguinte:
a)
A citação quase literal de algumas passagens do Evangelho de Mateus ou da
Epístola de Barnabé, fazendo alguns suspeitarem que, ou o escrito derivou de
uma comunidade criada a partir da pregação de Mateus ou Mateus e o (s) autor
(es) do Didaquê consultaram uma fonte comum – Pápias de Hierápolis fala de uma
coleção de ditos de Jesus, Logia Iesu, ensinamentos
soltos no estilo de máximas, que teria circulado entre as comunidades cristãs
antes da compilação dos evangelhos, e que poderiam ter servido de texto básico
tanto para a elaboração do Evangelho de Mateus como para o didaquê. Haveria
ainda a possibilidade do didaquista ter usado o Evangelho de Mateus como fonte,
mas isso jogaria a sua formação para uma época mais recente, quedando inexplicados
os costumes e ensinamentos tão primitivos ali descritos.
b)
Aparecem trechos que lembram orações judaicas como a Kidush, uma benção,
provinda de ensinamentos rabínicos, que se diz sobre o vinho no Sabath e em
outras festividades, e a Amidá ou oração das dezoito bênçãos, que é feita em
pé, seguida de um complexo ritual que envolve, além da oração, movimentos
alternados com o corpo.
__
No seu aspecto mais geral o Didaquê é uma obra curta, com apenas 552 vocábulos
gregos, escrita num estilo simples, que sem arcaísmos ou recursos de retórica.
Um típico documento pastoral. “Trata-se de uma regra ou de um ensinamento
religioso geral [tipo catecismo] que, segundo se acredita, regulava a vida de
várias comunidades cristãs primitivas, estabelecendo o seu ideário moral, os
seus ritos, sua organização e a sua esperança, entendida num sentido
escatológico... Hoje se crê que o Didaquê nasceu na Síria, no seio de uma
comunidade cristã situada entre dois mundos: o seu próprio, modelado a partir
de tradições judias, e um entorno pagão, de moral, crenças e costumes
antagônicos... Harnack [Adolfo Von Harnack, grande estudioso de tradição
protestante] propôs uma origem egípcio-alexandrina, em razão da ampla difusão
que [o Didaquê] teve nessa área. Também se pode considerar uma origem
palestina, como explicação para a característica tipicamente judaica das
pregações eucarísticas” (Wikipedia em espanhol – Didaché)
__
Em favor da grande antiguidade do texto são levantados os seguintes elementos:
a)
“Uma formulação eucarística alheia ao rito evangélico e paulino” (idem).
b)
“Uma estrutura hierárquica escassamente consolidada, onde se mencionam
apóstolos e doutores itinerantes” (idem).
c)
“Ausência de polêmicas de caráter gnóstico ou docetista, como as que aparecem
nos escritos joânicos e em Inácio de Antioquia, sugerem situar a obra em meados
do século I... contemporânea às cartas de São Paulo” (idem)
d)
“O título de “Servo de Deus” aplicado a Jesus” (Alderi Souza de Matos - http://www.mackenzie.br/7114.html).
e)
“A simplicidade litúrgica das orações” (idem).
f)
Indícios de que a “Ceia do Senhor era ainda uma ceia”, no sentido vulgar do
termo (idem).
g)
“O batismo em água corrente” (idem).
h)
“Preocupação em distinguir as práticas cristãs dos rituais judaicos (8.1)”
(idem).
i)
“Ausência de preocupação com o credo universal” (idem).
j)
“Nenhuma referência aos livros do Novo Testamento” (idem).
k)
“Nenhuma referência ao episcopado monárquico” (idem).
l)
“Ênfase em ofícios carismáticos itinerantes: apóstolos e profetas” (idem).
m)
“Dupla estrutura de bispos e diáconos (ver Fp 1,1)” (idem).
__
A parte referente a apóstolos e profetas é tão curiosa como primitiva. Eis
alguns trechos do Capítulo XI:
“4
Todo apóstolo que vem até você deve ser recebido como o próprio Senhor.
5 Ele não deve ficar mais que um dia
ou, se necessário, mais outro. Se ficar três dias é um falso profeta.
6 Ao partir, o apóstolo não deve levar
nada a não ser o pão necessário para chegar ao lugar onde deve parar. Se pedir
dinheiro é um falso profeta.
7 Não ponha à prova nem julgue um
profeta que fala tudo sob inspiração, pois todo pecado será perdoado, mas esse
não será perdoado.
8 Nem todo aquele que fala inspirado é
profeta, a não ser que viva como o Senhor. É desse modo que você reconhece o
falso e o verdadeiro profeta.
9 Todo profeta que, sob inspiração,
manda preparar a mesa [da eucaristia?] não deve comer dela. Caso contrário, é
um falso profeta” (http://www.monergismo.com/textos/credos/didaque.htm)
__
Até a descoberta de Bryennios, só se conhecia o Didaquê de citações de outros
autores, como Clemente de Alexandria, Eusébio de Cesareia e Atanásio, que fazem
questão de frisar seu caráter apócrifo, indicando com isso que havia um forte
movimento, em algumas importantes comunidades cristãs, em sentido de considerar
o Didaquê como um escrito inspirado, canônico. Havia, inclusive, em velhas
bibliotecas de mosteiros no Ocidente e no Oriente trechos de antigas edições do
Didaquê que, desprovidas de seu título, quedavam misteriosas, enigmáticas, cuja
identidade só veio a lume com a edição do texto grego.
__
Entretanto surgiu um problema com a formulação de abertura do texto do Didaquê,
onde aparece de forma bem nítida a chamada Doutrina dos Dois Caminhos que,
embora já constante do Primeiro Testamento, Dt 30,15; Jr 21,8; Js 24,14-15, na
literatura cristã ela só aparece mais tarde: na Epístola de Barnabé, de data
incerta, e em escritos de fim do século II. Isso deu ensejo a que um
pesquisador inglês, o erudito anglicano Joseph Armitage Robinson, na segunda
década do século XX, colocasse em xeque a antiguidade do Didaquê, ao associa-lo
a Barnabé e aos evangelhos, de data bem posterior, até afirmar categoricamente de
que a obra não passava de um embuste, de uma falsificação, do final do século
II ou início do III, teoria esta que logo ganhou vários defensores de grande
prestígio, o que arrastou a credibilidade do Didaquê para o fundo do poço, onde
ficou até a espetacular descoberta dos Manuscritos do Mar Morto, em 1947.
__
Ora, um desses manuscritos, o Manual de Disciplina ou Regra da Comunidade, traz
de forma bem clara essa doutrina dos dois caminhos. “Isso significava que todas
as versões cristãs antigas, conhecidas até então, não eram mais que a
cristianização de uma doutrina judaica preexistente” (Wikpedia em espanhol –
Didaché), o que seria perfeitamente lógico. Já não era necessário mais forçar
uma dependência literária entre Didaquê, Barnabé e os Evangelhos e ficava
melhor explicado a existência de tantos elementos judaicos no texto do primeiro,
ao mesmo tempo em que se esclarecia a origem da postulação doutrinária de
Didaquê, Barnabé e outros. Por fim se recuperava a crença na antiguidade e
credibilidade do achado do Padre Bryennio, que “actualmente
es considerado el escrito más importante de los Padres apostólicos y casi el único testigo de una época, la
segunda mitad del siglo I que, por otra parte y en lo que se refiere al
cristianismo, sigue siendo una gran desconocida” (ídem).
__ E assim, maltratada, caluniada, e ainda
sangrando das mais recentes perseguições, a Igreja no Império romano, por meio
de seus membros, legava ao mundo, gratuitamente, conforme o mandato recebido do
Senhor (Mt 10,8), o que ela tinha de melhor: uma doutrina que valorizava o ser
humano, abria espaço para o progresso espiritual e psicológico da humanidade, e
que comprovaria, milênios mais tarde, a sua fidelidade na transmissão da
mensagem que recebera diretamente do seu fundador.
__ Mas enquanto a Igreja se consolidava e se
fortalecia na sua crença, o mesmo não acontecia do lado oposto.
http://www.ramos.mus.br/dominios/gabrielferreira.com.br/raiz/wp-content/uploads/2009/11/bompastor1.jpg
http://www.gabrielferreira.com.br/
O
Império Romano atordoado
__ Entre os anos 112 e 113, o governador da
Província de Bitínia e Ponto, uma região situada na Turquia, às margens do Mar
Negro, chamado Caio Plínio Cecilio Segundo (110-113), mais conhecido como
Plinio o Jovem, para se distinguir de seu tio e tutor, Plinio o Velho, escreveu
uma cartinha ao Imperador Marco UlpioTrajano (98/99-117) sobre algo que estava
a preocupar-lhe: como agir com os cristãos?
__ Plinio era um homem muito culto, de espírito
flexível e moderado, além de ser funcionário público exemplar, com uma larga
experiência de serviços prestados ao império, mas que reconhece, nessa carta,
que não estava completamente preparado ou informado para lidar com aquele
problema. Essa carta é muito importante não só porque é o mais antigo documento
pagão a se referir aos cristãos, que chegou até nós, como nos permite saber
qual era a posição oficial do Império Romano quanto aos membros dessa religião,
além de descrever algumas práticas mais antigas do cristianismo nascente. Eis
algumas partes comentadas:
1º) Logo no início ele diz: “nunca participei de inquéritos contra os cristãos”, do qual se pode
concluir duas coisas: a perseguição oficial aos cristãos não era tão frequente
e ampla como se dizia no passado – o mito das dez “grandes perseguições”, etc.
– e, mesmo que nunca tivesse participado de um inquérito anticristão, Plinio,
como homem culto e profundo, conhecedor do direito e da máquina estatal romana,
não poderia ignorar a existência de editos imperiais anteriores, como o de
Nero, por exemplo, determinando a perseguição aos cristãos no Império, como
afirmaram alguns escritores antigos como Tertuliano.
2º) O momento seguinte é muito estranho: “deve-se considerar algo em relação à idade,
a criança deve ser tratada da mesma forma que o adulto?” Não havia uma
legislação romana a respeito? “É punido o
nome de “cristãos”, mesmo sem crimes, ou são punidos os crimes que o nome deles
implica?” Nessa indagação há uma clara perversão de uma das máximas mais
caras ao direito romano: a pessoalidade do crime, ou seja, cada um responde
pelo crime que efetivamente cometeu, e não os presumidos pelo grupo a que
pertence, e ao que tudo indica, pela pergunta feita, que o ser cristão não era
crime tipificado no direito romano – nesse caso estaríamos diante de um delito
de opinião, de um crime político, capaz de alcançar mulheres e crianças, algo
inimaginável no contexto de então, exceto nos momentos de exceção e guerra civil.
3º) Plinio afirma que adotava o seguinte
procedimento: exigia, por até três vezes que o indivíduo se retratasse de sua
fé, e então mandava-o à morte, se recusasse apostatar, por sua “teimosia e obstinação inflexível”. O
crime, nesse caso, era ser “obstinado” e “teimoso”, por resistir à violência
pessoal de uma autoridade, uma vez que não estava tipificado, no código penal
do Império, o crime “ser cristão”. Logo adiante ele aponta para outra
ilegalidade de sua parte: que agiu após receber “uma denúncia anônima”.
4º) Os que, sob pressão, renunciavam ao
cristianismo, “afirmaram que a culpa deles...
não passava do costume de se reunirem em um dia fixo, antes do nascer do sol [lembrando
a ressurreição de Cristo], para cantar um
hino a Cristo como a um deus; de obrigarem-se, por juramento, a não cometer crimes,
roubos, latrocínios e adultérios, a não faltar com a palavra dada e não negar
um depósito exigido na justiça. Findo esses ritos, tinham o costume de se
separarem e se reunirem novamente para uma refeição comum e inocente, sendo que
tinham renunciado a essa prática após a publicação de um edito teu onde... se
proibiam as associações secretas”. Esse é um dos mais antigos testemunhos
litúrgicos da Igreja. Desconfiado dessa informação, Plinio fez torturar duas
escravas, que eram cristãs, em vão: “nada
descobri, além de uma superstição irracional e sem medida”. Ou seja, pelas
normas do direito vigente, essas pessoas eram absolutamente inocentes.
5º) Mas se a questão era assim tão simples, porque
recorrer ao imperador? “Por causa do
grande número dos acusados. Há uma multidão de todas as idades, de todas as
condições, que estão ou estarão em perigo, não apenas nas cidades, mas também
nas aldeias e campos, onde se espalha o contágio dessa superstição”. Ou
seja, ele reconhece o enorme poder de atração que a nova religião exerce sobre
a população em geral, embora o seu apego aos modelos tradicionais de religião
não o tenham permitido aprofundar-se no novo fenômeno, ou os resultados de sua
pesquisa não chegaram até nós.
__ Bem, essa foi a consulta de Plinio. A resposta
do Imperador Trajano, um dos governantes mais moderados, ilustres e competentes
que estiveram à frente do império, e que também foi recuperada, nos deixa ainda
mais atônitos:
“... A esse
respeito não será possível estabelecer normas fixas [então não há crime
algum!]. Eles não deverão ser
perseguidos, mas deverão ser castigados em caso de denúncia [por que, se
não há crime? Pelo crime de se deixarem surpreender?]... se o acusado declara que deixa de ser cristão e o prova pela via dos
fatos... deve ser perdoado [do quê?]. No
que diz respeito às denúncias anônimas, elas não devem ser aceitas...”
__ Até parece que o único crime de um cristão,
nessa época é se deixar surpreender, como acontecia com os antigos soldados
espartanos, durante a sua fase de treinamento; ou seja, era uma questão
política, a recusa de adorar ao imperador ou participar da religião oficial,
que implicava em consequências jurídicas graves, até à pena de morte, sem
tipificação criminosa prevista em lei, o que torna as normas tradicionais do
direito que sustentava todo o arcabouço do império em um mero anexo descartável.
__ Essa atitude de Trajano e de outros imperadores famosos
por sua flexibilidade e moderação como Adriano e Marco Aurélio, denunciam uma
situação extravagante e bem diferente da justificativa que normalmente se dá às
perseguições, que seria o afã dos imperadores romanos em obrigar os cristãos a
adorar a sua imagem. Em muitos casos casos não é o imperador ou a autoridade pública
que toma a iniciativa ou cria o pretexto para a perseguição dos cristãos, mas a
própria população pagã! Eis o que diz Jedin (p 218-219), citando o testemunho
ocular do cristão Justino: “a participação da população pagã em um processo contra
os cristãos se vê particularmente no relato da igreja de Esmirna, sobre a morte
de seu bispo Policarpo [na qual houve intensa participação da comunidade judia
local, segundo as atas do martírio, principalmente quanto ao destino do corpo
do Bispo]... Os cristãos de Esmirna contam como os pagãos da cidade pediram
tumultuosamente que a polícia oficial fosse atrás de Policarpo [que se escondera]
e o trouxesse a julgamento... a perseguição aos cristãos, desde Nero até metade
do século II, nos leva às seguintes conclusões: Não há uma lei que regule juridicamente
a atitude do estado romano frente aos cristãos. A atitude hostil da população
pagã cria um ambiente e modo de ver segundo o qual ser cristão era incompatível
com o estilo de vida no Império Romano [embora não se explique o porquê]. Desse
fato surge uma espécie de aforismo de direito que autoriza às autoridades
romanas a castigar a adesão ou pertença a esa religião. As perseguições que daí
seguem têm apenas caráter local, e se dirigem aos cristãos [em especial os mais
ricos] como pessoas privadas. Em geral acontecem a partir de tumultos nascidos
no seio da população pagã, e só então a autoridade oficial se vê obrigada a
intervir. O número de vítimas segue sendo relativamente escasso”.
__ Mas
por que os cristãos, normalmente tão discretos e acessíveis ao cumprimento da
lei, se veriam assim envolvidos num frenesi de ódio pela turba ignara. Tudo aponta
para uma propaganda difamatória visivelmente orquestrada. Mas quem teria uma
organização tão vasta, a ponto de fazer deflagrar perseguições esporádicas em
pontos tão distantes do império, e motivos tão intensos para propagar esse tipo
de contrapropaganda, que fazia a muitos verem os cristãos como “monstros”,
capazes dos piores crimes, quando o dia a dia dessa comunidade e a sua
serenidade de seus membros diante da morte, apontavam justo na direção oposta? Nós
bem que podemos imaginar e talvez caiba até uma pesquisa, mas não podemos
falar mais do que isso sob penas de sermos taxados de antissemita.
Notas
(1)
Os exemplares mais antigos dessa epístola encontram-se no Código Sinaítico, do
séc IV; uma versão em latim do texto, do séc IV, copiada no século X, no mosteiro de Corbié; no Código Hierusolimitano, datada de 1056, descoberto em
1873; no Código Vaticano, do século XI. No final do século II, Clemente de
Alexandria citava essa epístola entre os livros canônicos.
Muito
curioso é, em Barnabé, a explicação simbólica que ele dá à proibição de comer a
carne de alguns animais, constante no Primeiro Testamento. Aqueles animais
estão lá de uma forma metafórica, lembrando com algumas de suas características,
umas claramente visíveis outras imaginadas, com deve ser o comportamento do
homem perante Deus: ao proibir de comer porco, Deus pede que o homem não se
misture aos grosseiros e ingratos como o porco, que grunhe para obter comida do
dono e depois de satisfeito cala-se e vai embora; quando proíbe o consumo de
aves de rapina, quer dizer que se deve evitar os homens que vivem de saquear os
frutos o trabalho alheio; não consumir carne de lebre significa não se
aproximar dos luxuriosos, etc. Há um texto completo, em espanhol, em
http://escrituras.tripod.com/Textos/EpBernabe.htm
(2)
Tudo é estranho em Diogneto, até a forma como ela foi achada, numa bela manhã,
no mercado de peixes de Constantinopla, no provável ano de 1436, quando um
jovem padre italiano, estudioso de grego, notou algo estranho nos papeis que um
peixeiro local usava para embrulhar a sua mercadoria. Ele constatou que eram
textos gregos antiquíssimos, e imediatamente pediu ao peixeiro para levá-los.
Em seus aposentos ele percebeu que se tratava de páginas de um tipo de livro
muito antigo chamado códice, que continha 22 obras de remotos autores gregos,
inclusive cinco delas atribuídas a um escritor cristão muito antigo, chamado
Justino, do início do século II. Quatro textos batiam precariamente com o
estilo de Justino, e hoje estão completamente descartados de qualquer antologia científica de Justino, enquanto a última, endereçada a um tal Diogneto, cujo
estilo e nível de linguagem, de tão elevado e diferente, mostraram aos especialistas,
desde o início, que não podia ser obra de Justino. Esse material foi para as
mãos do Bispo João de Ragusa e daí perambulou pela Europa, até parar na
biblioteca municipal da cidade francesa de Estrasburgo, onde foi destruído no
cerco da cidade, durante a Guerra Franco-alemã de 1870. Por sorte foram feitas
algumas cópias e são por essas cópias que conhecemos, hoje, o texto da Epístola
a Diogneto.
Quem
escreveu a Epístola a Diogneto? Não sabemos ao certo, mas pesquisas mais recentes
apontam para o escritor apologista da Igreja antiga, chamado Quadrato, que,
segundo Eusébio de Cesareia, teria escrito uma apologia defesa do cristianismo
para o imperador Adriano que, por sinal, também era chamado de Diogneto, e que
também era o tutor do Imperador Marco Aurélio, um filósofo de muita cultura, como
Adriano, o que justificaria uma defesa mais bem elaborada do cristianismo. Mas
não podemos ter certeza, assim como não temos certeza se o Quadrato da apologia
a Adriano ou Marco Aurélio é o mesmo Quadrato que foi bispo de Atenas. E se não
for este, então nada sabemos, o que torna procedente o arrazoado do autor do
verbete A Diogneto, da Wikipedia em
espanhol: “A Diogneto não pode ser
considerada obra de um Padre Apostólico. Seu autor não foi discípulo dos
apóstolos, como Papias e Policarpo. Tampouco foi um autor estimado pelas
comunidades primitivas como Hermas [essa é outra questão intrigante a
repeito desse texto: nenhum autor cristão, antigo ou logo posterior, o cita;
não há o menor rastro dele na literatura cristã antiga, que faz alguns
defenderem a hipótese de ser uma falsificação do final da Idade Média] e não pertence à literatura cristã surgida
entre os séculos I e II, como a Didaquê”. Muitas e muitas perguntas, mas
nenhuma resposta...
(3)
O nome deste livro é O pastor, e o
seu autor é chamado de Hermas de Roma, que, segundo o texto do livro, fora um
liberto de uma senhora romana chamada Rode – esse nome aparece em Atos 12,12,
em situação oposta. Segundo ainda o autor, ele teve dois filhos, os quais
apostataram da fé durante uma perseguição, e seguiram, posteriormente, uma vida
devassa, outro sintomático sinal dos tempos, além de mostrar grande
similaridade com o destino de alguns profetas dos momentos de crise do Primeiro
Testamento. Aliás, uma das conjeturas mais comuns é a de que Hermas seria um
judeu-cristão.
O
livro narra como Hermas, indo a caminho de Cumas, na Itália, tem a visão de sua
antiga senhora, que ele, no passado, havia tomado como um modelo ideal de
esposa, e desejado mulher semelhante para si, o que não aconteceu, e Hermas
casou-se com uma doidivanas. A senhora lhe diz então que fora levada aos céus
para acusar a luxúria de Hermas e informar a ele que até os pensamentos mais
indiretos eram ofensas a Deus, e ofensa grande, mostrando um certo rigorismo
moral do autor. Ele então se põe a orar, e nesse momento aparece uma senhora
idosa de vestes resplandescentes, que pôs-se a consolá-lo e a incentivá-lo a
perseverar na oração. À medida que Hermas orava e se arrependia sinceramente de
seus erros, a senhora se remoçava, até se transformar numa bela e jovem noiva.
Essa mulher seria a Igreja. Essa foi a primeira visão de cinco.
Na
quinta visão aparece o “Anjo da Penitência, sob a aparência de um pastor, de
quem a obra tira seu nome. Ele entrega a Hermas um conjunto de 12 preceitos ou
mandamentos, que representam um quadro interessante sobre a moral das primeiras
comunidades cristãs” (Wikipedia em francês), entre os quais se destacam:
O
segundo: “sê simples e inocente, e serás
como as crianças... não fales mal de ninguém nem ouças com prazer o
maledicente. Do contrário, participarás do pecado do maledicente, se
acreditares na maledicência que houves...”
O
terceiro: “ama a verdade, e apenas a
verdade saia de tua boca... Os mentirosos renegam ao Senhor e o despojam, não
lhe restituindo o depósito recebido. De fato, receberam dele um espírito que
não mente. Se o restituem mentiroso... se tornam fraudulentos”
O
quarto: “eu ter ordeno guardar a
castidade e que não entre em teu coração o desejo de outra mulher, nem de
qualquer fornicação... lembra-te sempre de tua esposa e não pecarás”. Após
esse conselho segue-se uma série de esclarecimentos sobre situações
pertinentes, como: um marido pode conviver com uma esposa adúltera? “Enquanto ele não sabe não comete pecado. Mas
se fica sabendo do pecado da mulher [e esta persiste no pecado]... o marido, vivendo com ela, se torna cúmplice
de sua falta”. Neste caso que deverá fazer o marido? “Deve repudia-la e viver sozinho... [se] ele se casar com outra, então ele também comete adultério”. E se a
esposa se arrepender e quiser voltar para o marido, ele deve recebê-la? “Sim. E se o marido não a receber, ele
cometerá pecado... É preciso acolher aquele que se arrepende, mas não muitas
vezes. Para os servos de Deus existe apenas uma conversão”. Hermas então
coloca uma questão crucial: “Ouvi alguns
doutores dizerem que não há outra conversão além daquela do dia em que descemos
à água e recebemos o perdão dos pecados anteriores [o batismo]?”... “Ouviste bem, é assim mesmo. Aquele que
recebeu o perdão dos pecados não deveria mais pecar, e sim permanecer na pureza”.
Mais adiante o anjo explica melhor: “se,
depois desse chamado importante e solene, alguém, seduzido pelo diabo, cometer
pecado, ele dispõe de uma só penitência; contudo se peca repetidamente, ainda
que se arrependa, a penitência será inútil a tal homem, pois dificilmente
viverá”. Eis uma concepção que mudou bastante até os dias de hoje, embora,
naqueles tempos, só se considerasse pecado, digno de confissão e penitência,
aqueles que fossem muito graves, como adultério, assassinato, sacrilégio, etc.,
mas mesmo assim convenhamos que esse entendimento se choca com Mt 18,21-22.
O
sétimo: “Teme ao Senhor... Temes as obras
do diabo, porque elas são más. Temendo ao Senhor, teme também as obras do
diabo, e não as pratique, mas afasta-te delas... Se quiseres praticar o mal
teme ao Senhor e não o praticarás. Todavia, se quiseres praticar o bem, teme ao
Senhor, e o praticarás. O temor do Senhor é grande, forte e glorioso. Teme
portanto ao Senhor, e nele viverás. Aqueles que o temem e observam os seus
mandamentos, viverão em Deus”. Nessa parte nota-se, a meu ver, um forte
acento judaico, em contraste com a proposta de Jesus de apresentar a Deus como
um “Pai”, e ele próprio, sendo Deus, chama aos apóstolos de “amigos”, Jo
15,14-15; Lc 12,4; 1Jo 4,18. É um retrocesso na doce intimidade trazida por
Jesus. Isso é ainda mais curioso porque no mandamento nove o autor diz: “Remove de ti a dúvida e por nada deste mundo
hesites em pedir alguma coisa a Deus, dizendo a ti mesmo: ‘Como poderia eu
pedir alguma coisa ao Senhor e obtê-la, tendo cometido tão grandes pecados
contra ele?’ [não seria uma reação natural em quem foi ensinado a temer tanto?]... Deus não é como os homens rancorosos; ele
não conhece o rancor e tem compaixão de sua criatura”. Se ele é tão compassivo,
por que então temê-lo? Estamos, creio eu, diante de uma transição do judaísmo
para o cristianismo.
No
décimo mandamento o anjo perde a paciência, quando Hermas fica intrigado ao
ouvi-lo dizer que “a tristeza... é irmã
da dúvida e da cólera”, ao que o anjo responde indignado: “És homem insensato. Não compreendes que a
tristeza é o pior de todos os espíritos... ela arruína o homem, expulsa o Espírito
Santo, e depois salva?” O anjo explica: “Quando o vacilante empreende uma ação e não colhe êxito por causa de
sua dúvida, a tristeza se insinua nele e entristece o Espírito Santo e o
expulsa. Em seguida a cólera se apodera da pessoa por causa de qualquer
coisa... a tristeza entra no coração do homem que se irritou, o qual se
entristece pelo que fez e se arrepende de ter feito o mal. Essa tristeza,
portanto, parece trazer a salvação, porque, depois de ter feito o mal, a pessoa
se arrepende. Essas duas atitudes entristecem o espírito: a dúvida porque não
colheu êxito no empreendimento; e a cólera porque fez o mal”. E ainda diz “para não entristecer o Espírito Santo que
habita em ti, a fim de que ele não
suplique a Deus contra ti [negrito de minha autoria] e de ti se afaste”. Dá para um cristão
imaginar, hoje, o Espírito Santo suplicando contra alguém? Sem falar que não
fica explicado como a tristeza depois salva. É uma teologia ainda muito
primitiva. “O vinho misturado com vinagre
não tem o mesmo sabor. Igualmente acontece com a tristeza: misturada com o
Espírito Santo, não conserva a própria oração”.
Os
textos do Pastor de Hermas foram tirados de http://www.compiladorcristao.com/blog/wp-content/uploads/2013/05/O-pastor-de-Hermas.pdf
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História da Filosofia – Patrística e
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