domingo, 2 de julho de 2017

ABDIAS OU OBADIAH

https://wol.jw.org/pt/wol/mp/r5/lp-t/jd/2006/24
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__ É o quarto “profeta menor”, após Oséias, Joel e Amós.  Não possuímos nenhuma informação sobre a sua vida, embora pelo tema e conteúdo de suas profecias, invectivas violentas contra os edomitas, os especialistas ae dividam entre dois períodos: primeiro, algo entre a segunda metade do século IX a.C., marcada pela rebelião bem-sucedida dos edomitas contra o domínio de Judá, no reinado de Jorão (849-842 a.C.) – essa tese é defendida por um grupo minoritário, em geral ligado à tradição protestante, que, acompanhando a tradição judaica, confunde-o com Abdias, servo do rei Acab e homem temente a Deus (1Rs 18,3-16) – ou algo em torno do século V ou VI, referindo-se ao que aconteceu às terras de Judá após a destruição do templo por Nabucodonosor, em 586 a.C., quando os edomitas, em vista da derrocada de seus históricos desafetos, prorromperam em alegres festejos e expedições de saques aos vilarejos e pequenas cidades já combalidas de Judá.
__ Algumas tradições o apresentam como um edomita convertido ao judaísmo, como que para dar mais qualificação às suas profecias e tirar um pouco do peso do extremado nacionalismo que flui de suas páginas, que fizeram alguns comentaristas duvidarem se o Livro de Abdias seja mesmo um texto inspirado e digno de constar no cânon: “Como fizeste, assim te será feito... A casa de Esaú será como uma palha! Eles a incendiarão e a devorarão, e não haverá sobreviventes da casa de Esaú, porque Iahweh o disse!” (Ab 15.18 – Bíblia de Jerusalém)

__ Mas o fato é que esse texto reflete rigorosamente o espírito da época, justamente o que melhor comprova a historicidade da Bíblia, embora possa constranger bastante a nossa ética cristã contemporânea. Uma ética que se encontra associada à nossa subjetividade e à impossibilidade de recriarmos, em toda sua abrangência, um momento histórico-cultural tão longínquo. Entretanto, no conjunto, percebe-se que ele não se afasta nem um pouco de outros discursos proféticos, considerados naturalmente inspirados, com um linguajar tão duro quanto o de Abdias, ou até mais.

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