terça-feira, 3 de julho de 2018

POPULISMO ANÁRQUICO AVASSALA O MÉXICO, OU O CONTINENTE QUE NUNCA APRENDE; TAMBÉM NÃO QUEREM ENSINAR! CUSTA CARO!

Prof Eduardo Simões

http://www.opensourceinvestigations.com/wp-content/uploads/2017/11/amlo-trump.jpg

__ O povo mexicano votou maciçamente com o fígado, e escolheu López obrador para presidente de seu país, por um partido, o seu, cujo nome já dá a medida de seu oportunismo político: MORENA (Movimento de Regeneração Nacional) – observe-se que o “R” é de “Regeneração” e não “Renovação”; ora, “regenerar” significa nascer de novo, como se nada do que houve antes prestasse, enquanto “renovação” seria a retomada de coisas positivas que houveram no passado, além de novas que se delineiam para o futuro. Mais populista impossível.
__ As elites que dominaram o México, assim como as que fizeram a história recente da Venezuela, erraram muito, uma vez que jogaram o seu país na direção do liberalismo econômico e democrático, o melhor regime, mas não prepararam os seus povos para enfrentar esse sistema, PORQUE NO FUNDO ELAS TAMBÉM NÃO ERAM, NEM SÃO, DEMOCRÁTICAS NEM LIBERAIS! (existe estrutura mais antidemocrática, mais paternalista, fora das ditaduras de esquerda, na AL, que o sistema político do México?) Antes típicas oligarquias latino-americanas eivadas e sedentas por mais privilégios, que usavam do liberalismo e da democracia, da mesma forma como Obrador usa da demagogia e do populismo para alcançar as suas metas pessoais ou de classe; e por isso desprezam, e sempre desprezaram, educação de qualidade para o povo.
__ Jogou por terra decididamente o esquema de eternização do poder pelas oligarquias, embora pela via torta, a política protecionista do presidente americano Donald Trump, que provocou um terremoto de grande magnitude na economia mexicana – a moeda mexicana se desvalorizou mais de cem por cento, e a grande promessa do NAFTA, um grande baú do tesouro a ser aberto pelo Partido Revolucionário Institucional ou pelo Partido Ação Nacional, virou areia. Ou seja, o Eldorado prometido às classes médias mexicanas, que compensaria todos os sacrifícios do presente, principalmente os dos mais pobres – coisa do tipo “esperar o bolo crescer para depois repartir” – tão cedo não acontecerá, e diante da piora geral da situação, os mexicanos, “tiriricas”, se vingaram votando no exotismo, e pisoteando o Neymar e fazendo gestos racistas para a torcida brasileira. Nada de novo sob o sol!!!
__ Eis, abaixo, algumas informações sobre Obrador colhidas nos sites da BBC e do El Pais (em negrito), minhas intervenções entre parênteses:

"As mudanças serão profundas, mas serão realizadas dentro da ordem estabelecida. Haverá liberdade empresarial, de expressão, de associação e de crenças" (Não foi essa a promessa de Lula no primeiro mandato?)

O ex-prefeito da Cidade do México (2000-2006) é eleito presidente em sua terceira tentativa e com uma plataforma centrada no combate à corrupção, no fim de "regalias" a políticos e empresários, na melhora na qualidade de vida dos mais pobres e de revisão de privatizações realizadas no setor petrolífero (uma iniciativa tão frequente como fracassada)

"As políticas que temos aplicado nos últimos 30 anos não funcionaram. Sequer tivemos crescimento econômico", afirmou ele em seu último comício, na quarta-feira. "O que cresceu foi a corrupção, a pobreza, o crime e a violência. Por isso, vamos mandar essas políticas à lixeira da história." (que ele não se esqueça da criança dentro da bacia!)


É visto com ceticismo pelo mercado financeiro e pela comunidade empresarial mexicana, por suas críticas de longa data ao neoliberalismo e sua promessa de reverter alguns pontos da reforma do setor energético, no que diz respeito à exploração privada das reservas petrolíferas do México.

Partidários de AMLO afirmam que o novo presidente já não é mais tão radical quanto no passado e lembram que ele recrutou assessores próximos ao mercado financeiro, como um aceno conciliatório. (ou seja: ninguém sabe o que ele é afinal; os mexicanos assinaram um cheque em branco)

Ele despontou na política nos anos 1980 como militante do PRI no sul do país e, na década seguinte, no ativismo em defesa de causas indigenistas. Em seu Estado natal, Tabasco, chegou a liderar dezenas de protestos indígenas contra danos ecológicos causados pela exploração de petróleo nas comunidades.

Na prefeitura da Cidade do México, criou sistemas de aposentadoria municipais e distribuiu material escolar gratuitamente aos estudantes de educação básica. (distribuir material escolar é fácil, afinal o dinheiro não é dele, agora mudar o perfil da educação tradicional, que replica essa realidade social injusta ele, nem ninguém, sequer imagina)

Eles concluíram que o candidato cultiva entre seus seguidores a ideia de que o México precisa de um "salvador que o resgate", algo que críticos também usam para traçar paralelos com o chavismo. (não sei por que não estou admirado?)

No que diz respeito ao combate à violência, suas promessas até agora foram consideradas vagas, em geral centradas a uma anistia aos traficantes de menor porte e uma visão "mais inteligente" de enfrentamento ao crime. (não foi isso que a esquerda fez no Rio, nesses últimos anos? Onde acabou?)

AMLO (Obrador) foi um forte crítico de Trump durante a campanha eleitoral, pedindo "respeito aos mexicanos", prometendo colocar o presidente americano "em seu lugar" e rejeitando a política migratória do vizinho.

O curioso é que seu histórico de declarações fortes e de tom populista, suas críticas ao livre comércio e sua popularidade ao se apresentar como alternativa aos políticos tradicionais também lhe renderam comparações com o presidente americano, em um momento de rejeição recorde ao status quo partidário em ambos os países. (uma esfinge ou um Frankenstein?)

Mas uma diferença crucial em relação ao bilionário Trump é que AMLO cultiva um estilo de vida simples e prometeu "governar pelo exemplo, com austeridade". Afirmou que vai cortar o próprio salário, continuar a morar em sua casa de classe média na Cidade do México e transformar o palácio presidencial em um centro cultural (nem uma coisa nem outra, apenas a versão mexicana do uruguaio Pepe Mujica, numa realidade diferente e muito mais complexa do que a que este encontrou)

Durante essa etapa [como prefeito da Cidade do México] (2000-2005), Obrador implantou a pensão universal para idosos de baixa renda e sancionou ajudas a prostitutas e estudantes. Seu grande legado urbanístico foi a construção de um polêmico segundo andar sobre uma importante artéria da cidade.

Paralelamente, desconcertou a esquerda ao paralisar leis para a legalização de casamentos homossexuais, uniu-se ao magnata Carlos Slim para restaurar o Centro Histórico e contratou Rudolph Giuliani, ex-prefeito de Nova York, para reduzir os índices de criminalidade na cidade [Giuliani é um dos maiores aliados de Donald Trump, hoje]. Naquela época, muitos consideravam que Obrador falava com a esquerda e governava com a direita.

Não há dúvida alguma de que esta enorme margem [de votos na eleição presidencial] lhe confere um claro mandato democrático, embora ninguém pareça saber com exatidão em que ele consiste. Em não pouca medida porque o candidato buscou calculadamente a ambiguidade: ao seu próprio partido, o Morena, acrescentou as muletas de uma formação minoritária, mas ultraconservadora e abertamente evangélica; intranquilizou os empresários para depois, em um grande golpe de efeito, distender o ambiente e marcar um gol; muitos jovens viam com receio a sua agenda sobre direitos sociais, casamento homossexual e aborto.

Não poucos temem que a ampla maioria obtida por López Obrador desemboque em um exercício do poder presidencial sem limites, no qual as contas públicas se descontrolem e o déficit dispare em uma espiral infernal, que a América Latina conhece bem demais. Junte-se a isso um retrocesso na independência judicial ou na liberdade de imprensa, e aí estará o barro com o qual se constroem os pesadelos dos mais críticos com o futuro presidente do México.

O enfraquecimento dos demais partidos, tanto do PRI como do PAN e do PRD, altera de forma radical o tabuleiro político existente. Em outras palavras, o desaparecimento do regime de 1988 não contribui exatamente para os equilíbrios necessários em uma democracia: a tentação de um presidente sem contrapesos políticos pode ser forte demais para uma democracia jovem como a mexicana.

__ Vejam essa atitude bizarra tomada por Obrador, em 2006, quando perdeu a eleição para a presidência da República, narrada pelo El País

Em 21 de novembro de 2006, Andrés Manuel López Obrador sonhou com uma noite como a deste domingo. Abriu caminho entre a multidão, avançou pelo Zócalo, a praça mais central da capital, e subiu a um palanque de madeira onde tomou posse como "presidente legítimo" do México.

Há quase 12 anos, o homem que foi eleito presidente neste domingo [01/07/2018], vestido de terno e gravata, esticou o braço e colocou uma faixa tricolor que lhe cruzava o peito, com a qual prestou juramento no cargo e nomeou um "gabinete legítimo", diante de dezenas de milhares de simpatizantes.

Durante muitos meses, na rua Mariano Escobedo y Gutenberg, falsos ministros despacharam em escritórios vazios, nos quais só havia um telefone e um papel com o seu nome, acompanhado da expressão "secretário legítimo de...". A única decoração nas paredes era uma foto de Obrador olhando para o infinito, com uma falsa faixa presidencial cruzando-lhe o peito.

__ A impressão que fica depois disso é que os mexicanos são muito mais corajosos do que nós, brasileiros, afinal eles como que elegeram Tiririca à presidência, ou como dizem alguns outros: “loucura pouca é bobagem!”
__ Ai dos pobres!!

Álbum


https://nnimgt-a.akamaihd.net/transform/v1/crop/frm/silverstone-feed-data/1dcfbd54-9f0d-41e3-bf1d-3e24c7389a61.jpg/r0_0_800_600_w1200_h678_fmax.jpg
Para a pequena burguesia raivosa.

https://cdn-03.independent.ie/world-news/article37070463.ece/AUTOCROP/w620/ipanews_c2a7a3ef-9624-4d30-9a9f-bd3e86aa8955_embedded237326955
Para os tradicionalistas.

https://cdn.newsapi.com.au/image/v1/8d90a35cb59792bf9fd6babb4c0f1ab0
Para jovens e beautiful people.


https://i2.wp.com/nossapolitica.net/wp-content/uploads/2018/07/amlo-andres-manuel-lopez-obrador.jpg?resize=810%2C449&ssl=1
Para os humildes.

https://1452858779.rsc.cdn77.org/photo/20180702/8eef1c71-3be7-4b91-aaf7-09ed7918de76.jpg
Para a realidade.



Nenhum comentário:

Postar um comentário