domingo, 15 de outubro de 2017

PADRES DO DESERTO

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By Juan de Valdés Leal - [2], Public Domain, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=45176983

Santa Apolônia e Santa Sinclética de Alexandria.

O arcebispo Atanásio pediu ao abade Pambo (séc IV) para vir do seu deserto até Alexandria. Quando o ancião chegou à cidade, viu uma mulher se prostituindo e desatou a chorar. Os presentes lhe perguntaram a razão. “Duas coisas me turbaram, respondeu ele: em primeiro lugar, a situação desta mulher; em seguida, o pouco zelo que tenho de agradar a Deus, perto do muito que ela tem feito para agradar a homens depravados”.

Certo dia estava o abade Silvano [início século IV] sentado com os irmãos, quando entrou em êxtase e caiu de cara na terra. Muito tempo depois, levantou-se banhado de lágrimas. Perguntaram-lhe os irmãos: “Que tens, Pai?”. Mas ele chorava em silêncio. Como insistissem, lhes disse: “Conduziram-me ao lugar do julgamento; vi muitos dos que usam nosso hábito ir ao suplício, e muitas gentes do mundo entrar no reino”. Deste então o ancião entregou-se à compunção por seus pecados e não queria mais sair da cela. Se o forçavam, cobria o rosto com o capucho e dizia: “Que necessidade há de ver a luz efêmera deste mundo que não nos salva”.

Sinclética [séc IV], de santa memória, disse: “Labor e peleja esperam os pecadores convertidos a Deus, para no final obter o gozo inefável. Eles são como os que querem acender um fogo: de início enfumaçados e a ponto de chorar, eles obtêm, a este preço, a chama desejada. Com efeito está escrito: “Nosso Deus é fogo devorador” (Dt. 4, 24); é-nos mister, nós também, entre lágrimas e penas, acender em nós esse fogo divino”.

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