OS
DEMÔNIOS, OU AS VÉSPERAS DA PERFEITA OPRESSÃO
Eduardo
Simões
O
furioso, a inocente e o obediente. Alguma dúvida sobre quem dará as
cartas ao final?
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Os jovens de todas as épocas e lugares sempre tiveram um comportamento marcado
pela generosidade e pelo imediatismo... Eles não só querem salvar o mundo como
o querem pra já! Esse provavelmente foi o sentimento que levou o jovem Ivan Ivanovich
Ivanov a ingressar numa célula revolucionária de um grupo revolucionário chamado
Vingança do Povo, em 1869, na Rússia
Tzarista, com a intenção de precipitar a mudança dos aspectos negativos, e eram
muitos, dessa sociedade, por meio de ações violentas. Sua ingenuidade e boa-fé
eram tais que ele chegou mesmo a discordar, publicamente, da forma como o líder
e fundador da célula, Sergey Nechayev, encaminhava as atividades do grupo.
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Ao anoitecer de 21 de novembro de 1869 (4 de dezembro, no nosso calendário),
ele dirigiu-se, junto com os outros membros da célula, Nikolay Nikolaev e Ivan
Prizhov, para encontraram-se com Nechayev, Alexey Kuznetsov e Piotr Uspenski, a
uma região deserta do campus da Academia Agrícola Petrovsky, da Universidade de
Moscou (por que o ambiente universitário aparece ligado a essas loucas empreitadas?),
a pretexto de resgatar, de dentro de uma gruta, uma prensa tipográfica
descartada pela universidade. Todos entram na gruta, menos Kuznetsov, e nesse
momento Nechayev dá um sinal e todos atacam Ivanov.
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Na escuridão, entretanto, Nechayev se agarra ao pescoço de Nikolay. “Eu não,
grita ele, eu sou Nikolay”, e todos se atiram para fora, em pânico. Ivanov,
porém, mal deu alguns passos, foi agarrado e derrubado ao solo. Nechayev ataca
o seu pescoço, mas ele morde vigorosamente o polegar daquele; Nikolay,
entretanto, consegue aplicar uma “gravata” em Ivanov, e, enquanto Nechayev
segura seus braços e Kuznetsov suas pernas, esgana-o até a morte. Nechayev levanta-se,
saca um revólver e atira contra a cabeça da vítima, um toque de “modernidade” e
de “revolução” numa execução tão bárbara e grotesca.
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A seguir ele faz uma limpeza minuciosa nos bolsos de Ivanov, para dificultar identificação.
Os assassinos abrem um buraco na camada de gelo que encobria um lago próximo, e
por ele passam o corpo, com tijolos amarrados em barbantes, e todos vão para
casa de Kuznetsov, se livrar dos últimos vestígios de Ivanov...
“A perfeita liberdade é
o prelúdio da perfeita opressão”
(Os demônios, Dostoievski)
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Karl
Marx e Mikhail Bakunin, há laguma diferença substancial? “O objetivo da
revolução democrática e social pode ser definido em duas palavras: Politicamente:
é a abolição do direito histórico, do direito de conquista e do direito diplomático.
É a emancipação completa dos indivíduos
e das associações do jugo da autoridade divina e humana; é a destruição absoluta de todas as uniões e
aglomerações forçadas das comunas nas províncias, das províncias e dos países
conquistados no Estado. Enfim, é a dissolução
radical do Estado centralista, tutelar, autoritário, com todas as
instituições militares, burocráticas, governamentais, administrativas,
judiciárias e civis. É, em uma palavra, a
liberdade desenvolvida a todo mundo, aos indivíduos, como a todas as entidades
coletivas, associações, comunas, províncias, regiões e nações e a garantia
mútua desta liberdade pela federação. Socialmente: é a confirmação da igualdade política pela igualdade econômica. É, no
começo da carreira de cada um, a igualdade de ponto de partida, igualdade não
natural, mas social para cada um, isto é, igualdade de meios de manutenção,
de educação, de instrução para cada criança, rapaz ou moça, até a época de sua
maioridade”. Palavras de Mikhail Bakunin, aliás, Bakhunin foi amigo pessoal de
Nechayev, o monstro envolvido na “proeza” acima.
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Aqueles que se vivem se autoproclamando “revolucionários”, “progressistas”, não
passam de idiotas, e até perfeitos idiotas, mas não são isso o tempo todo nem
em todos os assuntos...
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Todo grupo que propõe, de fora para dentro, via mera “reflexão filosófica”,
modelos para uma mudança geral, estrutural, e de preferência brusca – bem ao
gosto dos adolescentes – da sociedade, seja de direita, como os fascistas e
nazistas, seja de esquerda via “anarquismo”, “comunismo”, “socialismo”, ou
ainda aqueles que se dizem “progressistas” “revolucionários”, enfim todo o arco
da “esquerda”, partem, conscientes ou não, de um primeiro pressuposto: “Se
quisermos o sucesso de nosso sistema social precisamos, antes, destruir a ordem
vigente”; de onde lhes acode a seguinte questão: “Como fazê-lo?”
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Uma alternativa seria um ataque frontal à sociedade que se quer destruir, denunciando-lhes
as mazelas, quebrando, à força, a resistência psicológica de seus defensores, e
eles, os esquerdistas e fascistas, normalmente começam por aí, porém, quando a
resistência é considerável, e a sociedade parece não aceitar bem essa
estratégia, é preciso mudar para outra, sempre mais eficaz.
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O problema de atacar diretamente os alicerces de uma ordem social é que ao
fazê-lo, o “revolucionário” indiretamente chama as pessoas que a defendem,
pelos mais variados motivos, alguns muito válidos, de ignorantes ou
incompetentes, tanto que se mostram, ao contrário dos “revolucionários”, incapazes
de perceberem as disfunções “óbvias” do atual sistema, e essa não é certamente uma
boa tática para conquistar adeptos; portanto, é necessário usar outro
subterfúgio para conquistar as “massas” para a causa: fazer apelo à liberdade e
aos inocentes úteis.
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Quando se faz apelo a liberdade, aqueles que, no primeiro caso, seriam vistos
como perigosos inimigos da “lei e da ordem”, aparecem de imediato como “nossos
salvadores”. Assim eles já não são vistos tanto como inimigos da ordem e dos
valores que nos mantém unidos e abrigados, ainda que parcialmente, mas
salvadores de algo que nos oprime, e que nós nem sabemos o que é, tanto que em
pouco tempo todos estaremos fazendo pedidos difuso de liberdade de coisas que definimos
ou o fazemos confusamente:
https://noticias.gospelprime.com.br/wp-content/uploads/sites/2/2017/09/criancas-no-queermuseu.jpg
Vejam
essa foto de uma professora que levou seus alunos, crianças e adolescentes,
para assistir à exposição pornográfica do Queermuseu; o texto ao lado que diz:
“Vamos ensinar às crianças a pensar e a contestar aquilo que normatiza e mata o
que é diferente”. Vamos por etapas: O que é “aquilo”? Onde está escrito ou é
ensinado, e se o é comete-se crime, que quem é diferente deve ser morto? Que
relação direta existe entre a exposição do Queermuseu e a tolerância entre as
pessoas? Não seria possível que alguém, após ver aquela exposição horrenda não
saísse de lá tão chocada, que resolvesse partir para violência contra quem estiver
supostamente ligada àquilo? Noutras palavras: a exposição, ou as circunstâncias
dela, foi um convite ao diálogo com os outros, no caso os “diferentes” ou uma
provocação infantil, um golpe demolidor contra uma forma historicamente
legítima e amparada em muitos estudos científicos, de defesa da infância? Não
seria essa uma das causas porque um candidato com conservador, com um discurso
mais agressivo, conseguiu vencer as eleições? Não foi este um efeito justo
contrário do que supostamente se pretendeu? Diferente em relação a quê ou a
quem, afinal o heterossexual é diferente em relação ao homossexual e
vice-versa? Etc. etc. As pessoas mostram não ter a menor ideia sobre o porquê
estão lutando ou a melhor forma de consegui-lo.
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Nesse afã de liberdade, por exemplo, direitos fundamentais, outrora sagrados,
são solenemente ignorados, como, por exemplo: o direito das crianças usufruírem
em paz e inocente alegria da sua infância, até chegar a hora de saber e
experimentar aquilo que é próprio dos adultos. Por exemplo, em nome da
“liberdade dos país” e da “sacralidade da arte” em si, ignorando-se que a arte
traz em si conteúdos, cujo significado é determinado socialmente e construído
em função da maturidade do artista e de sua plateia, órgãos de imprensa conceituados
e, até recentemente dignos de respeito, levantaram sua voz contra a “censura”,
ignorando escandalosamente as especificidades psicoemocionais dos níveis mais
tenros das formação humana; mas se até uma professora ignorou-as, como vemos
acima, o que esperar de jornalistas. Discutiu-se muito durante esse período:
arte, política, ideologia, liberdade, etc., só não se discutiu, ou não se deu
repercussão, sobre a características do pensamento infanto-juvenil, os efeitos
da pornografia ou da sexualidade de adultos na criança, etc. A criança foi a
grande esquecida nesses debates.
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A nova liberdade avança, junto com as terríveis contradições sociais, agora,
por exemplo, busca-se ampliar o direito ao aborto, ou seja, a liberdade de
matar seres humanos até uma determinada idade. Na defesa dos interesses de uma
ladra do dinheiro público, “podre de rica”, avançamos na defesa de uma
compreensão jurídica, via Ministro Lewandovski, notório advogado das esquerdas,
que pode determinar, no futuro, que grávidas e mães e de menores de 12 anos
possam cumprir, na eventualidade de criminosas, as suas pensas em casa, para
cuidar de seus filhos... Elas bem que poderiam começar dando bom exemplo; considerando possíveis atenuantes.
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Tanta preocupação de nossos juízes com a criança, chega a ser tocante... Quem
pode afirmar depois disso, do ECA e de uma infinidade de dispositivos e anexos
legais, que a criança brasileira não é a mais protegida do mundo, mas é isso
que vemos na realidade? Para que se tenha ideia do tamanho da hipocrisia, da
loucura, do desvario que tomou conta de nosso país, vejam esse exemplo: uma
criança menor de 14 anos, mesmo acompanhada do pai, não pode trabalhar na
montagem de uma festa de igreja, onde ela vai exercitar o valor do trabalho, da
convivência comunitária, da doação aos outros, mas pode, ainda que mais jovem,
frequentar uma exposição pornográfica. Esse é o resultado dessa estratégia
aplicada às relações humanas quando prevalece o politicamente correto de
esquerdistas, sociais-democratas e liberais ingênuos, os sempre indispensáveis
inocentes úteis.
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Bem, atingido o estágio de liberdade perfeita, com a sociedade dando claros
sinais de desagregação difusa, polarização por tudo e por nada, ninguém aceita
mais as regras previamente combinadas, quando o resultado não lhe agrada – nem
vou dizer que estou falando do Brasil – resta-nos o produto final da liberdade
perfeita (que é outro nome que se dá para a ausência absoluta de Deus): a
solidão perfeita onde o outro é visto sempre “obstáculo”, e que, apesar dos
adjetivos criados para mascarar a hostilidade latente e crônica a resolução de
conflitos se dá sempre pela forma mais violenta, como acontece, por exemplo
entre os “revolucionários” (vide os expurgos, apesar dos “camaradas” e
“companheiros”) e o crime organizado (vide os acertos de conta, apesar dos
“manos”, “irmãos”, “parças”).
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O problema é que a perfeita solidão não consegue suprir a necessidade emocional
do outro. A solidão de quem se sente perfeitamente “liberado” é uma solidão mental,
que o fragiliza a cada momento, lançando-o a conflitos e depressões
inesperadas, até ele ficar totalmente convicto que precisa de alguém para o
conduzir, sob pena até de ameaça à sua sobrevivência. E é justamente aí que
entram os grupos organizados de revolucionários de esquerda, perfeitamente
compactos, coesos, obedientes, a ponto de fechar os olhos até para as
contradições e provas mais escancaradas – mesmo que fosse apresentado um filme
com Lula assinando o contrato do tríplex, bastaria ele dizer que é uma
falsificação, uma montagem, que os seus correligionários admitiriam, e morreriam
e até matariam por isso.
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Cid
Gomes. Bastou ele especular a necessidade de o PT fazer um “mea culpa”,
“reconhecer que cometeu erros”, que a militância em peso prorrompeu em vaias,
xingamentos e até ameaças físicas. A estratégia da esquerda pode, portanto, ser
definida da seguinte maneira: “liberdade perfeita para “os de fora”, obediência
perfeita para “os de dentro””. E como fica a famosa autocrítica? Na verdade,
não há uma autocrítica consciente, toda ela é imposta por um grupo a outro,
pois se não houver autocrítica, seria necessário reconhecer que a teoria, ou
melhor seria dizer a doutrina?, está errada. Então alguém assume a culpa para
salvar a comunidade de um proveitoso, enriquecedor e libertador debate sobre a
necessidade de atualizar ou reformar a doutrina, já ela toda transformada em
dogma. A autocrítica é também um ritual para amainar a fúria de revolucionários
frustrados e confusos, de sorte a que eles não se atirem com muita gana contra
um suposto culpado, evitando ou diminuindo a virulência da guerra interna pelo
poder, que quando ocorre é sempre dramática e por vezes sanguinolenta,
principalmente quando se chegou ao poder no Estado.
Fidel
Castro e a multidão delirante e esperançosa: “Revolução é igualdade e liberdade
plenas, é ser tratado e tratar os demais como seres humanos, é emanciparmo-nos
por nós mesmos e com os nossos próprios esforços”. “Esta é a revolução
democrática dos humildes, com os humildes e para os humildes”. Quem não
desejaria o melhor para os humildes e para os pobres?
https://www.infobae.com/new-resizer/25ERQg5UNzFConI1zYmPKQiGQo4=/600x0/filters:quality(100)/arc-anglerfish-arc2-prod-infobae.s3.amazonaws.com/public/3KUFWFT4WNCBXJI6KQDTHRKOV4
De
certa forma esse objetivo foi atingido por Fidel, que, enquanto se manteve fiel
ao seu modelo original, a única coisa que conseguiu socializar foi a pobreza –
todos os cubanos ficaram pobres e “humildes”, menos a camarilha castrista –
situação que começou a ser revertida aos poucos, quando o país começou a se
abrir para o capitalismo, o ex-inimigo incondicional. Quantas pessoas não
perderam tudo, e até a vida, tentando fugir do “paraíso dos humildes” fundado
por Fidel Castro e sua trupe. Acima vemos alguns dentre milhares de cubanos,
que, desesperados buscaram fugir da ilha nessas últimas décadas – 125 mil só
durante a crise do Êxodo de Mariel, em 1980 – enfrentando um mar traiçoeiro e
repleto de tubarões, para chegar aos Estados Unidos. Com a decadência dos
esportes, fruto da pobreza, pelo menos não há mais a humilhante situação de
atletas fugindo, nas competições internacionais, para pedir asilo em outros
países. Na foto um grupo de "balseros" cubanos, pedindo pelo resgate e que não sejam mandados de volta, em 1994.
http://438424cd093f86f0c7e0-2cd4f1b3b970cf6c05d6a60490c230b4.r88.cf2.rackcdn.com/balseros20813_g.jpg
http://bucket1.glanacion.com/anexos/fotos/32/402032w960.jpg
Como
é proibido a um cidadão cubano a posse de barco, a miséria local e o desespero
de sair de lá forçam a criatividade dos jovens cubanos, que nem conheceram a
época da fartura pré-comunista, e tudo que ouvem é que os EUA são uma terra de
injustiças e pobreza. Na foto de cima vemos um caminhão Chevy, 1951, adaptado
para servir de embarcação para doze pessoas em uma fuga ocorrida em 2003; na
foto abaixo um táxi Mercury 1948, com algo entre 13 e 16 pessoas, é
interceptado pela guarda costeira americana. Aliás, a guarda costeira dos EUA
tem atuado como zagueiro de futebol americano, tentando impedir que toda
população de Cuba se transfira para o seu país. Os passageiros dessa última
embarcação foram repatriados...
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrBEMAx7RzordhSXP8IVebZvX85NmhNEn2zvNB0GZ6OjDSpkInJSWk2kkcdUPki1n17FXZdVIndtIs7T-HVak6Z5vmDFjkFnPuCECkkGc5etVkgbyfKU7d_TG5v9Yl-3YiGRO7GmkqOZs/s1600/2perfil.jpg
Rompendo
uma tradição na Igreja e até um preceito evangélico (Mt 18,15)! João Paulo II
faz uma dura correção pública no padre nicaraguense Ernesto Cardenal, um dos
principais ideólogos do Movimento Sandinista, em sua visita à Nicarágua em
1983. A postura de absoluto enfado com que o Papa escutou o discurso de Daniel
Ortega e a sua irritação durante a missa em Manágua, não foi entendida por
quase ninguém, uma vez para o público leigo, não iluminado pelo Espírito Santo,
os sandinistas haviam derrotado uma ditadura feroz e a democracia aparentemente
fazia seu retorno ao país. Dizem alguns versos de Cardenal: “Maldito o sistema
que tenta matar no homem a dimensão de transcendência/ E coloca no seu lugar o
“deus dinheiro”, o “deus sexo”, e “deus progresso”,/ Destruir-se-á por dentro
irremissivelmente,/ Porque o coração do homem foi bem feito/ E ninguém pode
matar em nós/ Esta sede de infinito que nos queima”. Quem divergia disso?
Magoado Cardenal afasta-se da Igreja institucional. O teólogo franciscano Leonardo
Boff, comentará quando da morte de João Paulo II: “Ele não entendeu nada da
América Latina!”
https://www.theepochtimes.com/assets/uploads/2018/06/17/2018-06-17T015734Z_2_LYNXMPEE5G003_RTROPTP_4_NICARAGUA-PROTESTS-700x420.jpg
Forte
comoção acompanha o sepultamento de mais uma vítima da ditadura
marxista-leninista-sandinista na Nicarágua de Daniel Ortega, em 2018 - 350 pessoas teriam morrido na repressão - enquanto
igrejas no país foram atacadas por paramilitares a mando do
ditador, e os bispos que se posicionaram com o povo eram achacados de “golpistas”,
a mania que a esquerda brasileira exportou para nossos vizinhos, e que
substitui o tradicional “reacionário”, muto associado ao comunismo, e eventual
“fascista”, um tanto desgastado. Como João Pulo II sabia que ia dar nisso? Hoje
o príncipe dos inocentes úteis nicaraguenses, o ex-padre Ernesto Cardenal, fala
de uma “revolução perdida”. Por que não procurou escutar o Papa?
https://i.ytimg.com/vi/Zv0zDodNLKQ/maxresdefault.jpg
Dois pajens de cavaleiros do apocalipse e nutrizes de
ditadores frustrados. Frei Betto (a direita) chegou a afirmar num programa de entrevistas,
disponível no Youtube, que a Igreja Católica, a sua igreja, até hoje,
discrimina as mulheres, enquanto Leonardo Boff (a esquerda) afirmou, num Roda Viva, que a
Igreja faz batismos diferentes para meninos e meninas – que MENTIRA! Aliás, a leniência com que essas e outras afirmações tão ousadas e públicas são
tratadas nos remetem a outra questão ainda mais delicada: as denúncias do
Youtuber Bernardo Kuster, baseada em muitos documentos e vídeos, de que a CNBB
estaria sendo aparelhada pela esquerda brasileira, em especial o PT, o que
apontaria para uma insólita aliança, onde a esquerda entra com os enganos e as
mentiras, e o clero com os inocentes úteis.
“Juro
sobre a maravilhosa Constituição e por Cristo, o maior socialista da história,
que não darei descanso ao meu braço, nem repouso à minha lama, entregarei a
minha vida à construção do socialismo venezuelano... O sistema de governo mais
perfeito é aquele que produz a maior soma de felicidade possível, a maior soma
de segurança social, e maior soma de estabilidade política... Esse sistema não
tem outro nome a não ser sistema socialista... o que o sistema capitalista gera
é a maior soma de infelicidade” (discurso de Hugo Chavez, em 10 de janeiro de
2007, ao assumir a pela segunda vez a presidência de seu país). Dez anos depois
dessas palavras, mais de cem pessoas foram mortas por discordar do governo,
oposicionistas estão presos ou exilados, umas duas milhões de pessoas fugiram
do país, sobrecarregando os vizinhos, há dois congressos em funcionamento no
país, a Constituição, tão elogiada, “foi para o saco”, a inflação chega a um
milhão por cento, o índice de assassinatos é um dos maiores do mundo, um
protegido dileto de Chavez se instalou como ditador em Caracas, os pobres comem
cães, cachorros, gatos, ratos, passarinhos, e até carne estragada, comprada em
açougues, para não morrerem de fome (foto acima)! E eu desafio um esquerdista
latino-americano a cantar que “Isso é a felicidade!”