segunda-feira, 29 de outubro de 2018


OS DEMÔNIOS, OU AS VÉSPERAS DA PERFEITA OPRESSÃO

Eduardo Simões

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O furioso, a inocente e o obediente. Alguma dúvida sobre quem dará as cartas ao final?

__ Os jovens de todas as épocas e lugares sempre tiveram um comportamento marcado pela generosidade e pelo imediatismo... Eles não só querem salvar o mundo como o querem pra já! Esse provavelmente foi o sentimento que levou o jovem Ivan Ivanovich Ivanov a ingressar numa célula revolucionária de um grupo revolucionário chamado Vingança do Povo, em 1869, na Rússia Tzarista, com a intenção de precipitar a mudança dos aspectos negativos, e eram muitos, dessa sociedade, por meio de ações violentas. Sua ingenuidade e boa-fé eram tais que ele chegou mesmo a discordar, publicamente, da forma como o líder e fundador da célula, Sergey Nechayev, encaminhava as atividades do grupo.
__ Ao anoitecer de 21 de novembro de 1869 (4 de dezembro, no nosso calendário), ele dirigiu-se, junto com os outros membros da célula, Nikolay Nikolaev e Ivan Prizhov, para encontraram-se com Nechayev, Alexey Kuznetsov e Piotr Uspenski, a uma região deserta do campus da Academia Agrícola Petrovsky, da Universidade de Moscou (por que o ambiente universitário aparece ligado a essas loucas empreitadas?), a pretexto de resgatar, de dentro de uma gruta, uma prensa tipográfica descartada pela universidade. Todos entram na gruta, menos Kuznetsov, e nesse momento Nechayev dá um sinal e todos atacam Ivanov.
__ Na escuridão, entretanto, Nechayev se agarra ao pescoço de Nikolay. “Eu não, grita ele, eu sou Nikolay”, e todos se atiram para fora, em pânico. Ivanov, porém, mal deu alguns passos, foi agarrado e derrubado ao solo. Nechayev ataca o seu pescoço, mas ele morde vigorosamente o polegar daquele; Nikolay, entretanto, consegue aplicar uma “gravata” em Ivanov, e, enquanto Nechayev segura seus braços e Kuznetsov suas pernas, esgana-o até a morte. Nechayev levanta-se, saca um revólver e atira contra a cabeça da vítima, um toque de “modernidade” e de “revolução” numa execução tão bárbara e grotesca.
__ A seguir ele faz uma limpeza minuciosa nos bolsos de Ivanov, para dificultar identificação. Os assassinos abrem um buraco na camada de gelo que encobria um lago próximo, e por ele passam o corpo, com tijolos amarrados em barbantes, e todos vão para casa de Kuznetsov, se livrar dos últimos vestígios de Ivanov...

“A perfeita liberdade é o prelúdio da perfeita opressão” (Os demônios, Dostoievski)

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Karl Marx e Mikhail Bakunin, há laguma diferença substancial? “O objetivo da revolução democrática e social pode ser definido em duas palavras: Politicamente: é a abolição do direito histórico, do direito de conquista e do direito diplomático. É a emancipação completa dos indivíduos e das associações do jugo da autoridade divina e humana; é a destruição absoluta de todas as uniões e aglomerações forçadas das comunas nas províncias, das províncias e dos países conquistados no Estado. Enfim, é a dissolução radical do Estado centralista, tutelar, autoritário, com todas as instituições militares, burocráticas, governamentais, administrativas, judiciárias e civis. É, em uma palavra, a liberdade desenvolvida a todo mundo, aos indivíduos, como a todas as entidades coletivas, associações, comunas, províncias, regiões e nações e a garantia mútua desta liberdade pela federação. Socialmente: é a confirmação da igualdade política pela igualdade econômica. É, no começo da carreira de cada um, a igualdade de ponto de partida, igualdade não natural, mas social para cada um, isto é, igualdade de meios de manutenção, de educação, de instrução para cada criança, rapaz ou moça, até a época de sua maioridade”. Palavras de Mikhail Bakunin, aliás, Bakhunin foi amigo pessoal de Nechayev, o monstro envolvido na “proeza” acima.

__ Aqueles que se vivem se autoproclamando “revolucionários”, “progressistas”, não passam de idiotas, e até perfeitos idiotas, mas não são isso o tempo todo nem em todos os assuntos...
__ Todo grupo que propõe, de fora para dentro, via mera “reflexão filosófica”, modelos para uma mudança geral, estrutural, e de preferência brusca – bem ao gosto dos adolescentes – da sociedade, seja de direita, como os fascistas e nazistas, seja de esquerda via “anarquismo”, “comunismo”, “socialismo”, ou ainda aqueles que se dizem “progressistas” “revolucionários”, enfim todo o arco da “esquerda”, partem, conscientes ou não, de um primeiro pressuposto: “Se quisermos o sucesso de nosso sistema social precisamos, antes, destruir a ordem vigente”; de onde lhes acode a seguinte questão: “Como fazê-lo?”
__ Uma alternativa seria um ataque frontal à sociedade que se quer destruir, denunciando-lhes as mazelas, quebrando, à força, a resistência psicológica de seus defensores, e eles, os esquerdistas e fascistas, normalmente começam por aí, porém, quando a resistência é considerável, e a sociedade parece não aceitar bem essa estratégia, é preciso mudar para outra, sempre mais eficaz.
__ O problema de atacar diretamente os alicerces de uma ordem social é que ao fazê-lo, o “revolucionário” indiretamente chama as pessoas que a defendem, pelos mais variados motivos, alguns muito válidos, de ignorantes ou incompetentes, tanto que se mostram, ao contrário dos “revolucionários”, incapazes de perceberem as disfunções “óbvias” do atual sistema, e essa não é certamente uma boa tática para conquistar adeptos; portanto, é necessário usar outro subterfúgio para conquistar as “massas” para a causa: fazer apelo à liberdade e aos inocentes úteis.
__ Quando se faz apelo a liberdade, aqueles que, no primeiro caso, seriam vistos como perigosos inimigos da “lei e da ordem”, aparecem de imediato como “nossos salvadores”. Assim eles já não são vistos tanto como inimigos da ordem e dos valores que nos mantém unidos e abrigados, ainda que parcialmente, mas salvadores de algo que nos oprime, e que nós nem sabemos o que é, tanto que em pouco tempo todos estaremos fazendo pedidos difuso de liberdade de coisas que definimos ou o fazemos confusamente:

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Vejam essa foto de uma professora que levou seus alunos, crianças e adolescentes, para assistir à exposição pornográfica do Queermuseu; o texto ao lado que diz: “Vamos ensinar às crianças a pensar e a contestar aquilo que normatiza e mata o que é diferente”. Vamos por etapas: O que é “aquilo”? Onde está escrito ou é ensinado, e se o é comete-se crime, que quem é diferente deve ser morto? Que relação direta existe entre a exposição do Queermuseu e a tolerância entre as pessoas? Não seria possível que alguém, após ver aquela exposição horrenda não saísse de lá tão chocada, que resolvesse partir para violência contra quem estiver supostamente ligada àquilo? Noutras palavras: a exposição, ou as circunstâncias dela, foi um convite ao diálogo com os outros, no caso os “diferentes” ou uma provocação infantil, um golpe demolidor contra uma forma historicamente legítima e amparada em muitos estudos científicos, de defesa da infância? Não seria essa uma das causas porque um candidato com conservador, com um discurso mais agressivo, conseguiu vencer as eleições? Não foi este um efeito justo contrário do que supostamente se pretendeu? Diferente em relação a quê ou a quem, afinal o heterossexual é diferente em relação ao homossexual e vice-versa? Etc. etc. As pessoas mostram não ter a menor ideia sobre o porquê estão lutando ou a melhor forma de consegui-lo.

__ Nesse afã de liberdade, por exemplo, direitos fundamentais, outrora sagrados, são solenemente ignorados, como, por exemplo: o direito das crianças usufruírem em paz e inocente alegria da sua infância, até chegar a hora de saber e experimentar aquilo que é próprio dos adultos. Por exemplo, em nome da “liberdade dos país” e da “sacralidade da arte” em si, ignorando-se que a arte traz em si conteúdos, cujo significado é determinado socialmente e construído em função da maturidade do artista e de sua plateia, órgãos de imprensa conceituados e, até recentemente dignos de respeito, levantaram sua voz contra a “censura”, ignorando escandalosamente as especificidades psicoemocionais dos níveis mais tenros das formação humana; mas se até uma professora ignorou-as, como vemos acima, o que esperar de jornalistas. Discutiu-se muito durante esse período: arte, política, ideologia, liberdade, etc., só não se discutiu, ou não se deu repercussão, sobre a características do pensamento infanto-juvenil, os efeitos da pornografia ou da sexualidade de adultos na criança, etc. A criança foi a grande esquecida nesses debates.
__ A nova liberdade avança, junto com as terríveis contradições sociais, agora, por exemplo, busca-se ampliar o direito ao aborto, ou seja, a liberdade de matar seres humanos até uma determinada idade. Na defesa dos interesses de uma ladra do dinheiro público, “podre de rica”, avançamos na defesa de uma compreensão jurídica, via Ministro Lewandovski, notório advogado das esquerdas, que pode determinar, no futuro, que grávidas e mães e de menores de 12 anos possam cumprir, na eventualidade de criminosas, as suas pensas em casa, para cuidar de seus filhos... Elas bem que poderiam começar dando bom exemplo; considerando possíveis atenuantes.
__ Tanta preocupação de nossos juízes com a criança, chega a ser tocante... Quem pode afirmar depois disso, do ECA e de uma infinidade de dispositivos e anexos legais, que a criança brasileira não é a mais protegida do mundo, mas é isso que vemos na realidade? Para que se tenha ideia do tamanho da hipocrisia, da loucura, do desvario que tomou conta de nosso país, vejam esse exemplo: uma criança menor de 14 anos, mesmo acompanhada do pai, não pode trabalhar na montagem de uma festa de igreja, onde ela vai exercitar o valor do trabalho, da convivência comunitária, da doação aos outros, mas pode, ainda que mais jovem, frequentar uma exposição pornográfica. Esse é o resultado dessa estratégia aplicada às relações humanas quando prevalece o politicamente correto de esquerdistas, sociais-democratas e liberais ingênuos, os sempre indispensáveis inocentes úteis.
__ Bem, atingido o estágio de liberdade perfeita, com a sociedade dando claros sinais de desagregação difusa, polarização por tudo e por nada, ninguém aceita mais as regras previamente combinadas, quando o resultado não lhe agrada – nem vou dizer que estou falando do Brasil – resta-nos o produto final da liberdade perfeita (que é outro nome que se dá para a ausência absoluta de Deus): a solidão perfeita onde o outro é visto sempre “obstáculo”, e que, apesar dos adjetivos criados para mascarar a hostilidade latente e crônica a resolução de conflitos se dá sempre pela forma mais violenta, como acontece, por exemplo entre os “revolucionários” (vide os expurgos, apesar dos “camaradas” e “companheiros”) e o crime organizado (vide os acertos de conta, apesar dos “manos”, “irmãos”, “parças”).  
__ O problema é que a perfeita solidão não consegue suprir a necessidade emocional do outro. A solidão de quem se sente perfeitamente “liberado” é uma solidão mental, que o fragiliza a cada momento, lançando-o a conflitos e depressões inesperadas, até ele ficar totalmente convicto que precisa de alguém para o conduzir, sob pena até de ameaça à sua sobrevivência. E é justamente aí que entram os grupos organizados de revolucionários de esquerda, perfeitamente compactos, coesos, obedientes, a ponto de fechar os olhos até para as contradições e provas mais escancaradas – mesmo que fosse apresentado um filme com Lula assinando o contrato do tríplex, bastaria ele dizer que é uma falsificação, uma montagem, que os seus correligionários admitiriam, e morreriam e até matariam por isso.

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Cid Gomes. Bastou ele especular a necessidade de o PT fazer um “mea culpa”, “reconhecer que cometeu erros”, que a militância em peso prorrompeu em vaias, xingamentos e até ameaças físicas. A estratégia da esquerda pode, portanto, ser definida da seguinte maneira: “liberdade perfeita para “os de fora”, obediência perfeita para “os de dentro””. E como fica a famosa autocrítica? Na verdade, não há uma autocrítica consciente, toda ela é imposta por um grupo a outro, pois se não houver autocrítica, seria necessário reconhecer que a teoria, ou melhor seria dizer a doutrina?, está errada. Então alguém assume a culpa para salvar a comunidade de um proveitoso, enriquecedor e libertador debate sobre a necessidade de atualizar ou reformar a doutrina, já ela toda transformada em dogma. A autocrítica é também um ritual para amainar a fúria de revolucionários frustrados e confusos, de sorte a que eles não se atirem com muita gana contra um suposto culpado, evitando ou diminuindo a virulência da guerra interna pelo poder, que quando ocorre é sempre dramática e por vezes sanguinolenta, principalmente quando se chegou ao poder no Estado.

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Fidel Castro e a multidão delirante e esperançosa: “Revolução é igualdade e liberdade plenas, é ser tratado e tratar os demais como seres humanos, é emanciparmo-nos por nós mesmos e com os nossos próprios esforços”. “Esta é a revolução democrática dos humildes, com os humildes e para os humildes”. Quem não desejaria o melhor para os humildes e para os pobres?

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De certa forma esse objetivo foi atingido por Fidel, que, enquanto se manteve fiel ao seu modelo original, a única coisa que conseguiu socializar foi a pobreza – todos os cubanos ficaram pobres e “humildes”, menos a camarilha castrista – situação que começou a ser revertida aos poucos, quando o país começou a se abrir para o capitalismo, o ex-inimigo incondicional. Quantas pessoas não perderam tudo, e até a vida, tentando fugir do “paraíso dos humildes” fundado por Fidel Castro e sua trupe. Acima vemos alguns dentre milhares de cubanos, que, desesperados buscaram fugir da ilha nessas últimas décadas – 125 mil só durante a crise do Êxodo de Mariel, em 1980 – enfrentando um mar traiçoeiro e repleto de tubarões, para chegar aos Estados Unidos. Com a decadência dos esportes, fruto da pobreza, pelo menos não há mais a humilhante situação de atletas fugindo, nas competições internacionais, para pedir asilo em outros países. Na foto um grupo de "balseros" cubanos, pedindo pelo resgate e que não sejam mandados de volta, em 1994.

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Como é proibido a um cidadão cubano a posse de barco, a miséria local e o desespero de sair de lá forçam a criatividade dos jovens cubanos, que nem conheceram a época da fartura pré-comunista, e tudo que ouvem é que os EUA são uma terra de injustiças e pobreza. Na foto de cima vemos um caminhão Chevy, 1951, adaptado para servir de embarcação para doze pessoas em uma fuga ocorrida em 2003; na foto abaixo um táxi Mercury 1948, com algo entre 13 e 16 pessoas, é interceptado pela guarda costeira americana. Aliás, a guarda costeira dos EUA tem atuado como zagueiro de futebol americano, tentando impedir que toda população de Cuba se transfira para o seu país. Os passageiros dessa última embarcação foram repatriados...       


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Rompendo uma tradição na Igreja e até um preceito evangélico (Mt 18,15)! João Paulo II faz uma dura correção pública no padre nicaraguense Ernesto Cardenal, um dos principais ideólogos do Movimento Sandinista, em sua visita à Nicarágua em 1983. A postura de absoluto enfado com que o Papa escutou o discurso de Daniel Ortega e a sua irritação durante a missa em Manágua, não foi entendida por quase ninguém, uma vez para o público leigo, não iluminado pelo Espírito Santo, os sandinistas haviam derrotado uma ditadura feroz e a democracia aparentemente fazia seu retorno ao país. Dizem alguns versos de Cardenal: “Maldito o sistema que tenta matar no homem a dimensão de transcendência/ E coloca no seu lugar o “deus dinheiro”, o “deus sexo”, e “deus progresso”,/ Destruir-se-á por dentro irremissivelmente,/ Porque o coração do homem foi bem feito/ E ninguém pode matar em nós/ Esta sede de infinito que nos queima”. Quem divergia disso? Magoado Cardenal afasta-se da Igreja institucional. O teólogo franciscano Leonardo Boff, comentará quando da morte de João Paulo II: “Ele não entendeu nada da América Latina!”

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Forte comoção acompanha o sepultamento de mais uma vítima da ditadura marxista-leninista-sandinista na Nicarágua de Daniel Ortega, em 2018 - 350 pessoas teriam morrido na repressão - enquanto igrejas no país foram atacadas por paramilitares a mando do ditador, e os bispos que se posicionaram com o povo eram achacados de “golpistas”, a mania que a esquerda brasileira exportou para nossos vizinhos, e que substitui o tradicional “reacionário”, muto associado ao comunismo, e eventual “fascista”, um tanto desgastado. Como João Pulo II sabia que ia dar nisso? Hoje o príncipe dos inocentes úteis nicaraguenses, o ex-padre Ernesto Cardenal, fala de uma “revolução perdida”. Por que não procurou escutar o Papa?

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Dois pajens de cavaleiros do apocalipse e nutrizes de ditadores frustrados. Frei Betto (a direita) chegou a afirmar num programa de entrevistas, disponível no Youtube, que a Igreja Católica, a sua igreja, até hoje, discrimina as mulheres, enquanto Leonardo Boff  (a esquerda) afirmou, num Roda Viva, que a Igreja faz batismos diferentes para meninos e meninas – que MENTIRA! Aliás, a leniência com que essas e outras afirmações tão ousadas e públicas são tratadas nos remetem a outra questão ainda mais delicada: as denúncias do Youtuber Bernardo Kuster, baseada em muitos documentos e vídeos, de que a CNBB estaria sendo aparelhada pela esquerda brasileira, em especial o PT, o que apontaria para uma insólita aliança, onde a esquerda entra com os enganos e as mentiras, e o clero com os inocentes úteis.

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“Juro sobre a maravilhosa Constituição e por Cristo, o maior socialista da história, que não darei descanso ao meu braço, nem repouso à minha lama, entregarei a minha vida à construção do socialismo venezuelano... O sistema de governo mais perfeito é aquele que produz a maior soma de felicidade possível, a maior soma de segurança social, e maior soma de estabilidade política... Esse sistema não tem outro nome a não ser sistema socialista... o que o sistema capitalista gera é a maior soma de infelicidade” (discurso de Hugo Chavez, em 10 de janeiro de 2007, ao assumir a pela segunda vez a presidência de seu país). Dez anos depois dessas palavras, mais de cem pessoas foram mortas por discordar do governo, oposicionistas estão presos ou exilados, umas duas milhões de pessoas fugiram do país, sobrecarregando os vizinhos, há dois congressos em funcionamento no país, a Constituição, tão elogiada, “foi para o saco”, a inflação chega a um milhão por cento, o índice de assassinatos é um dos maiores do mundo, um protegido dileto de Chavez se instalou como ditador em Caracas, os pobres comem cães, cachorros, gatos, ratos, passarinhos, e até carne estragada, comprada em açougues, para não morrerem de fome (foto acima)! E eu desafio um esquerdista latino-americano a cantar que “Isso é a felicidade!”

sábado, 20 de outubro de 2018


COMO OS BRASILEIROS FORAM E SÃO ENGANADOS

Prof Eduardo Simões

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__ É sabido que em nosso país a moda, após os anos que se seguiram ao domínio militar, era ninguém contestar as “verdades reveladas” da esquerda, da mesma forma que durante aquele período era proibido expressá-las. Entre os meios que divulgavam essas verdades estavam algumas coleções sobre temas-chaves, lançadas no calor da pregação missionária esquerdista, entre as quais se destacou a Primeiros Passos, da editora Brasiliense, cujo preço acessível e o texto curto, embora nem sempre claro, vendia como água nas livrarias, ajudando a disseminar a crença do acerto, da “cientificidade” (ou seria sacralidade?),  da teoria de Karl Marx – dessa coleção, um dos livrinhos  que fizeram mais sucesso foi O que é ideologia, de Marilena Chauí.
__ Outra coleção apreciada era a Polêmica, da editora Moderna, sem falar que nesse período começou uma enxurrada de livros didáticos de conotação pesadamente esquerdista, cujo pontapé inicial mais famoso foi a coleção História das sociedades, em dois volumes, de Aquino, Jacques, Oscar e Denize, da Ao Livro Técnico, de 1978. Que se tornaram manuais absolutos nos cursos de licenciatura nas universidades, e até em alguns colégios, escorraçando os manuais já consagrados de Borges Hermida, Armando Souto Maior, etc. considerados ultrapassados, quando não reacionários. Será que existe alguma relação entre essa mudança e o desinteresse crescente do estudante comum por história, quando antes era uma das ciências mais queridas por todos?
__ Por acaso, consegui numa biblioteca escolar pública novo acesso a esses livros que tanto marcaram a minha formação profissional, onde pude rever antigas profecias, que tentavam direcionar o pensamento das novas gerações, incautas e ignorantes, não sem a conivência de antigas gerações de brasileiros, que nunca mostraram grande apreço pela educação e a cultura, e esse é, a meu ver, um de nossos maiores e mais antigos pecados, o principal responsável pelo atual estado de coisas. Vejam o que encontrei!
__  No livro O que é o capitalismo, 7ª impressão da 34ª edição (1ª edição em 1980) de Afrânio Mendes Catani, professor universitário, o autor, referindo-se à evolução do capitalismo mundial, diz essa “pérola”, na p 60 :

A guisa de conclusão [após ter analisado as inúmeras intervenções estatais, comuns nas chamadas economias mistas ou Estados do Bem Estar Social, que despontaram na Europa Ocidental após a 2ª Guerra]... é importante chamar a atenção para o seguinte fato: numa fase da história em que se atinge tão alta concentração de poder econômico como no caso do capitalismo monopolista [afinal intervenção estatal só é boa quando os gestores são de fé marxista], a máquina do estado torna-se um instrumento dos grupos monopolistas dominantes. O monopólio, visto implicar uma concentração de poder dentro do sistema capitalista, resulta num controle político muito mais forte e estreito sobre a sociedade e a política de governo. Dessa maneira o Estado acaba por exprimir não exclusivamente os interesses do conjunto da classe capitalista, mas os interesses dos grupos monopolistas dominantes... favorecendo os interesses dos últimos, mesmo que à custa de outros setores capitalistas”.

__ Ou seja, a única alternativa para os países capitalistas, no início dos anos 80, era evoluir para uma ditadura ou oligarquia de megaempresários, com a sociedade dominada por grandes monopólios que sufocariam, cada um, o seu setor da economia. É isso que vemos hoje? As empresas capitalistas estão quebrando em grande número em virtude da ação monopolista de grandes conglomerados? Se isso existe em algum setor, por exemplo a informática, que é ainda muito recente, o mesmo não se pode dizer para os outros setores, que estão no mercado a mais tempo, onde o mais comum é ver a alternância das empresas de topo, e mesmo na informática começam a aparecer outros gigantes, que não existiam antes (Amazon, Google, Facebook, etc.), sem falar das inúmeras que se extinguiram, explorando todo potencial dessa área. Curioso é que essa “profecia” tão sombria ocultava descaradamente o cruel monopólio estatal, que vigia e ainda vige nas economias socialistas, e que trava o desenvolvimento das forças produtivas.
__ Esgotado o estoque de tolices na análise do capitalismo mundial, o autor se priva, ou nos poupa, de fazer projeções sobre a economia brasileira, limitando-se a apontar o que estava ruim nos anos 80, afinal os governos da ocasião eram todos de “direita”, e era fácil atirar pedras, quem ainda não tinha produzido o colossal desastre de 2013-16.
__ Outro livro é O capitalismo sua evolução, sua lógica e sua dinâmica, 7ª edição, de 1987, pelo economista e guru petista Paul Singer. Que assim “profetiza” sobre o futuro do capitalismo:

Uma possível regulação interestatal [referência a ação do FMI e outros órgãos econômicos mundiais, gestados pelo capitalismo do Pós-Guerra] não supera as contradições do capitalismo, mas as coloca em condições de serem manejadas com menos irracionalidade... A consolidação de blocos interestatais... poderá ser o principal resultado da crise do capitalismo contemporâneo. Nesse caso, a multinacionalização do capital privado terá encontrado instâncias reguladoras, capazes de limitar as suas tendências autodestrutivas... Pode-se imaginar também que ela [a crise do capitalismo] desembocará num novo conflito mundial ou então na instauração de um modo de produção superior. O socialismo” (p 65)

A crescente influência dos trabalhadores sobre os movimentos do capital produziria mudanças tecnológicas com o fim de eliminar dos processos de trabalho as tarefas mais alienantes e embrutecedoras. Criar-se-ia, desse modo, maior igualdade básica entre os participantes da produção... Com isso lançar-se-iam as bases de uma sociedade muito mais igualitária, na qual a prática da democracia em todos os níveis seria o corolário natural da ausência de estruturas hierarquizantes” (p 86)

__ A primeira coisa que salta aos olhos é a cegueira de Singer para a natureza da “regulação” capitalista feita por órgãos “interestatais” (FMI, Banco Mundial, etc.), que é diametralmente oposta àquela proposta pelo receituário socialista, pois as intervenções desses órgãos foram, desde a sua fundação, sempre na direção de uma desregulamentação das economias capitalistas, para facilitar a maior circulação de capitais e o progresso geral de criação de riquezas, como se verificou posteriormente.
__ Aquilo que os marxistas veem como irracionalidade é, na verdade, um extremo de complexidade que, quando liberado de controles externos, funciona melhor que se dirigido por um órgão central, uma vez que essa complexidade é fruto de “n” agentes interagindo a todo momento, modificando de alguma maneira, em porções microscópicas, a direção geral do sistema. Não há nenhum órgão de controle capaz de medir o conjunto dessas interações e achar uma resultante capaz de encontrar uma média “racional”, entre tantas forças reagentes ao mesmo tempo. O sistema capitalista não é “irracional”, ele é antes “imprevisível”, em função da diversidade, riqueza e complexidade das interações que se dão no seu seio; e se os blocos interestatais dão certo – na verdade, dos citados por Singer (como o “bloco soviético, bloco capitalista subdesenvolvido, bloco capitalista desenvolvido”), apenas um deu certo: a Europa (bloco capitalista desenvolvido) – isso acontece por motivo diverso do imaginado por Singer: não por maior controle dos agentes econômicos, mas antes pelo controle das ações e do tamanho dos estados. Quem não seguiu essa via quebrou ou está quebrando.
__ A profecia seguinte é do mais tresloucado desvario: a possibilidade de o sistema capitalista mergulhar o mundo em outra guerra! Isso é tanto mais bizarro porque à época em que o livro foi escrito já acontecera o levante na Hungria (1956) e a invasão da Tchecoslováquia (1968), os conflitos na fronteira sino-soviética (1969), a invasão e ocupação do Camboja pelo Vietnã (1979), a invasão do Vietnã pela China (1979), ou seja conflitos abertos, sangrentos, entre os mais importantes estados socialistas, enquanto os países capitalistas avançados permaneciam em paz, mas como o dogma diz que os belicosos, os odiosos, os criminosos, eram os capitalistas...
__ Aliás, se considerarmos, hoje, as mais preocupantes zonas de conflito do mundo atual vemos que elas têm uma coisa em comum: a presença de países que são ou já foram socialistas em passado recente: as intervenções da Rússia na Ucrânia e na Síria, os experimentos nucleares da Coreia do Norte, a expansão da China no Mar da China. Fora isso há a ação agressiva e temerária do Estado de Israel no Oriente Médio, que, apesar de ser capitalista, possui singularidades tão marcantes que é difícil qualifica-lo como um estado liberal e/ou moderno.
__ Quanto à possibilidade de o socialismo conduzir as sociedades à prosperidade e à igualdade, sirva-nos de prova os exemplos da história recente, que escancarou para o mundo a miséria e a desigualdade nas experiências socialistas já havidas no mundo. O que ficou acessível a todos foi a pobreza e a miséria, até chegar ao caso extremo da Venezuela, o povo é levado a comer cães e gatos, e comprar carne estraga nos mercados, enquanto o governante come, em restaurantes exclusivos, o equivalente a 34 salários mínimos locais ou 102 quilos de carne.
__ Ou seja: para onde Singer aponta não há capitalismo, nem lógica, nem dinâmica, nem prosperidade, nem igualdade... mas socialismo há!

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O que os socialistas não entendem, odeiam e querem controlar.

sexta-feira, 19 de outubro de 2018


CAPITALISMO, INDOMÁVEL E PERENE – 2

Prof Eduardo Simões

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__ Antes de prosseguir, quero clarificar dois conceitos fundamentais, adaptados às necessidades dessa obra, mas sem distorcer a sua natureza. A economia, enquanto ciência, busca entender o funcionamento do sistema produtivo, latu senso, e o sentido das transformações econômicas ocorridas ao longo da história, enquanto o capitalismo se preocupa quase exclusivamente com a eficiência, a forma de fazer a produção de riquezas ocorrer em maior quantidade e mais rapidamente. A palavra “eficiência”, não raro, é entendida como panaceia, por muitos empresários ou ideólogos empedernidos, e até social-democratas brasileiros, principalmente paulistas, mas a coisa não é tão simples. O que nós hoje chamamos de capitalismo, na concepção que lhe deu Karl Marx, é, na verdade, a tomada de consciência, primeiro pela burguesia europeia, entre o final da Era Medieval e o início da Moderna, e depois por todos os povos do mundo, em grau e em períodos diversos, da universalidade desse processo de busca pela maior eficiência do trabalho, compartilhado em escala global.
__ A palavra “capitalismo”, portanto, é quase sinônimo de desenvolvimento tecnológico vinculado à produção de riquezas (algo difícil de definir), em todas as suas nuances práticas (máquinas, métodos de gestão, etc.) assim como as consequências inesperadas desse mesmo processo – é impossível predizer como a sociedade ficará ante o impacto de cada tecnologia nova que surge a cada momento e lugar no mundo. Para facilitar a compreensão do que é o capitalismo ao longo da história humana, eu imagino um vasto e profundo rio, portanto um rio perene, que às vezes cruza grandes planícies, onde suas águas ficam mansas e perfeitamente navegáveis, mas que frequentemente desaba em furiosas corredeiras; e com o passar do tempo, elas ficam cada vez mais furiosas e difíceis de navegar. A direção para onde corre o rio é desconhecida, pois seu curso é muito serpenteante, inclusive com retornos, que se abrem inesperadamente para os navegantes, em função das características do terreno, e da força de suas fontes.
__ As duas fontes primordiais, e principais, do capitalismo são: os medos dos homens (da morte, da pobreza, da doença, etc. tudo de alguma forma levando a um distanciamento da possibilidade de morte ou ao menos o seu retardamento) e os desejos (em geral ligados à superação das situações que dão medo), e daí a busca frenética dos homens, ao longo dos milênios por riqueza, poder, fama, etc. O leito do rio, por sua vez, é constituído pelos valores, as prioridades, cultuados por cada sociedade em particular, de onde se imaginar que eles apresenta características diversas em um mesmo trecho do percurso, o que não deixa de ser uma bizarrice, mas foi mais ou menos isso que aconteceu ao longo dos últimos séculos da chamada pré-história e ao longo da Antiguidade, quando as economias eram muito regionalizadas e díspares, mesmo dentro de uma só unidade política. Um grande império, por exemplo.
__ Quando sobreveio a Idade Média, uma grande e eficiente barragem se impôs ao percurso do rio, construída pela interpretação que os cristãos, em especial o clero católico, davam às palavras de Jesus Cristo: “Não se pode amar a Deus e ao dinheiro”, “Como é difícil um rico entrar no Reino de Deus”, entendidas muito literalmente, sem falar do foco no dinheiro, como se toda riqueza fosse necessariamente fruto de um desejo ilegítimo, senão ilegal, como ocorre na apropriação indevida de algo, fruto, creio eu, do desconhecimento ou do conhecimento precário sobre a origem da riqueza – aliás, a esse respeito os Evangelhos não deixam de ser contraditórios, uma vez que o apóstolo Mateus era um publicano, logo um homem rico, Zaqueu, que era um homem muito rico, recebe um graça especial, e não raro Deus-Pai é representado como um rico senhor de terras ou um governante poderoso!
__ Seja como for, as preocupações éticas, embasadas num conhecimento precário sobre a dinâmica da criação de riquezas, predominaram, e de certa forma bloquearam muitas iniciativas na busca de aprimoramento tecnológico, embora diversos sangradouros e brechas paulatinamente se abrissem na grossa muralha, enquanto as águas ganhavam massa crítica, anunciando um futuro rompimento, que veio no início da chamada Era Moderna.

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__ Lentamente, por meio de mudanças culturais ora suaves, como a Renascença, ora impactantes, como a Reforma, o Mundo Ocidental se liberta de alguns entraves históricos, revestidos de imperativos religiosos, ao desenvolvimento das forças produtivas (máquinas, mão de obra, educação, gestão empresarial, etc.), até que o dique posto pela Igreja se rompeu, e o rio foi ganhando velocidade cada vez maior, até os dias de hoje. Um grande apreço pela velocidade, uma nuance da eficiência, é uma característica marcante do capitalismo.
__ Mas o rio do capitalismo não corre livre de vicissitudes sobre um leito uniforme, variando apenas no seu grau de inclinação, pois desse leito afloram esporões maciços, vindos ora dos medos ora dos desejos, que se chocam com as possibilidades reais, históricas, do sistema, e contra os quais podem se chocar os barcos das comunidades ou das nações que tentam descer esse rio tempestuoso, dentro de barcos que bem poderiam ser a figura das diversas formas de estados, ou da capacidade destes de reagir às mudanças da correnteza ou ao choque com os esporões.
__ Alguns povos navegam esse rio em barcos flexíveis, tipo os botes infláveis que se usa para descer corredeiras, esses são os mais experientes, os que estão a mais tempo no rio ou aqueles que, observando, aprenderam com os erros dos outros, e se lançaram ao rio bem preparados, como é o caso da China. Estes estão no pelotão da frente, composto por americanos, europeus, japoneses, sul-coreanos, embora o barco chinês não seja tão estável quanto parece ser. Outro segredo desses audazes navegantes é que dispõem de uma técnica de navegação adequada e uma tripulação coesa, todos remando numa mesma direção.
__ Os brasileiros, e os latino americanos em geral, formam um grupo a parte: ficaram muito tempo à margem, discutindo e até se estapeando, para decidir se entravam ou não no rio, tirando o máximo proveito das riquezas naturais do continente para atrasar a decisão final, e quando, finalmente, decidiram fazê-lo usaram, e ainda usam, barcos demasiado rígidos, de ferro ou madeira, de bordo muito alto – estados inchados, intervencionismo de caráter assistencialistas – para proteger os passageiros dos respingos da água, mas ruins de manobrar e desconfortável para os remadores; e o pior: como não tinham um plano adequado, coesão e firmeza de propósito, assim que o seu barco entrou na água, ficou patente o improviso; e assim, enquanto uns remam para frente, outros remam para trás, grupos diferentes lutam a tapa para tomar conta do timão. Resultado: o barco mal navega uns poucos metros e se espatifa de encontro aos pontões, com grande desastre, afogamentos, e a muito custo o barco é resgatado à margem para reparos, entrando depois na água e repetir tudo de novo. Avançando literalmente aos trancos e barrancos, a um custo social tremendo!
__ Boiando nas águas seguem os corpos de milhões de ex-passageiros, que caíram desses barcos por desistirem de lutar contra as torrentes do capitalismo, e transmitiram a sua desistência aos seus descendentes, assim como o daqueles que temerariamente desafiaram o avanço natural da torrente.
__ Nesse momento é pode-se imaginar os milhões e milhões de pobres crônicos na América do Sul, África e Ásia, que produzem, pelas mais variadas razões, geração pós geração, bolsões de misérias nos arrabaldes das grandes cidades, ante a indiferença das elites, com grande desperdício e perda para o seu barco nacional. Eventualmente caem passageiros dos barcos mais avançados e modernos, justo por serem os mais antigos!, da América do Norte e Europa, onde também há desistentes, geralmente muitos imigrantes, que, em geral, não conseguiram acompanhar o ritmo de suas vigorosas remadas.
__ Outro grupo que chama a atenção é o dos opositores sistemáticos do capitalismo, os autoproclamados “socialistas”, que só tiveram foco para os esporões e não cuidaram da torrente em si, ora remam contra a torrente, ora são engolidos por um redemoinho, ora são desviados da torrente principal atraído por porções de águas plácidas, próximas à margem, e para lá embicam os seu barcos. De fato, aí as águas são tranquilas como as de um lago, mas também são infectas de toda sorte de doença; são pântanos!, de onde eles terão que sair, para voltar à torrente principal, se não quiserem se extinguir. Os maiores barcos enfurnados nesses pântanos são todos latino-americanos (Venezuela, Cuba, Nicarágua), com um asiático, a Coreia do Norte ensaiando timidamente o retorno à via principal, acompanhando seu antigo parceiro de pântano: a China. Navegando junto às margens, onde a torrente é mais fraca e lenta, todo cheio de remendos, segue o barco brasileiro, enquanto os remadores discutem e se agridem com os remos, um pandemônio!, com uns querendo levar o barco para o meio da torrente e outros para os pântanos... à esquerda, enquanto indianos passam à toda velocidade e canadenses, sul-coreanos e mexicanos aparecem no retrovisor. Vaaaamos Brasil!  
__ Que dizer dos barcos que estão mais adiantados nesse rio? Eles pertencem aos povos que em primeiro lugar se aventuraram nessa torrente e/ou mais rapidamente aprenderam a correta construção e controle do barco, em tão instável navegação. Alguns até saíram na frente, Portugal e Espanha, mas demoraram a adaptar-se às mudanças da torrente e se enrijeceram após os primeiros sucessos, ficando para trás. Outros aprenderam mais rápido e melhor, Inglaterra, Estados Unidos, Europa Ocidental e Escandinávia, e por isso avançaram mais. O seu barco, o Estado, é mais flexível e adaptado aos constantes sobressaltos das corredeiras, a tripulação está coesa, treinada, e motivada a correr os riscos da viagem, os desastres quando há, mesmo os maiores, como a Quebra da Bolsa em 29, não são suficientes para virar ou afundar o barco.   
__ Outros barcos entraram bem mais tarde, até que os de brasileiros e sul-americanos, e se deram muito bem! É que sua tripulação foi melhor preparada e entrou mais decidida na peleja, tal é o caso da Índia, da China, do Japão, da Coreia do Sul, Finlândia, etc., que, embora alguns não tenham chegado tão longe quanto o PIB brasileiro, os seus barcos são tão enxutos, confortáveis e dinâmicos, que compensa e ultrapassa plenamente, em termos relativos, o que lhes falta em termos absolutos.
__ Para onde iremos após esse 28 de outubro? 

terça-feira, 16 de outubro de 2018


CAPITALISMO INDOMÁVEL E PERENE - 1

Prof Eduardo Simões

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__ Duas características básicas, tem demonstrado o sistema capitalista: ele é absolutamente blindado contra qualquer forma controle global, todos os que tentaram viram-se arrastados a um imenso desastre, sem falar que as perspectivas minimamente realistas para a sua extinção ou superação por outro sistema, algum dia, são nulas; e a causa disso se prende à sua origem e à natureza da própria espécie humana. Relaxem, pois, marxistas!
__ De fato, a necessidade de ampliar o seu espaço ou o seu kit de sobrevivência, surgido de um entendimento originário na espécie humana de que todos morrerão um dia, em especial aqueles que estiverem mais fragilizados, sempre guiou a humanidade na sua luta por expandir o seu espaço ou o seu poder na natureza. É, portanto, o medo da morte e de tudo aquilo que facilita a seu desfecho, como doença, pobreza, isolamento, etc., que move os seres humanos em sua busca incansável por mais riqueza e poder econômico, desde a mais remota pré-história.
__ O conceito de economia está fortemente ligado ao de “avanço tecnológico”, que por sinal “é a cara” do capitalismo, assim, no início da humanidade, quando os homens vagavam pelas florestas na humilde condição de caçadores-coletores, caçando, eventualmente, pequenos mamíferos, ou restos de caças de predadores maiores, não se podia ainda falar em economia nem em capitalismo, pois o indivíduo pegava e consumia apenas o necessário para a sua subsistência imediata; podia eventualmente até se engalfinhar com algum membro de seu bando pela posse de melhores pedaços: nesse caso não há cooperação, formação de excedente, nem a consciência da importância do grupo na preservação do indivíduo.
__ O avanço da tecnologia, com o uso de ferramentas de pedra, madeira ou osso cada vez mais eficazes, porém, permitiu o aumento da eficácia do trabalho de cada um, e de cada grupo em particular, deu mais tempo para cada um se dedicar a outras tarefas que não fosse a caça e a coleta para a imediata satisfação de necessidades alimentares, dando inclusive mais tempo para novas invenções e aperfeiçoamento das ferramentas existentes; e assim se criaram não só os excedentes como a diversificação de objetos capaz de gerar interesse não só nos membros do grupo como de grupos alienígenas. Estavam criadas as condições para o comércio.

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__ Realmente, se o caçador de um grupo, interagindo com membros de outro grupo, descobre que um de deles possui um vistoso colar de dentes de javalis, uma habilidade que os membros de seu grupo, do interessado, desconhecem, e sabe que o seu proprietário está disposto a trocá-lo por uma grande quantidade de carne, pode se motivar a fabricar uma ponta de flecha mais eficaz, capaz de penetrar a pele espessa de grandes herbívoros, ou mesmo de um instrumento capaz de lançar um dardo a uma distância segura, como um propulsor ou um arco. Seja como for, uma vez feita a melhoria ou o invento, sendo o caçador bem-sucedido em pegar um animal de grande porte, ele pode então trocar um tanto de sua caça por aquele precioso colar, que tanta admiração já causara a outros membros de sua tribo ou bando, aumentando o seu prestígio doméstico e os respectivos cuidados e deferências que os outros passarão a ter em relação a ele. Nesse momento nasce a economia, e com ela o capitalismo, que não é outra coisa senão que a busca da eficiência do trabalho, graças principalmente ao sentido que socialistas marxistas e pré-marxistas deram a esse termo, na segunda metade do século XIX – nem tudo, entretanto, pode ter sido flores para o ativo caçador, pois em um determinado grupo, mais dividido e de olho em questões de poder, o chefe, e seus parentes, enciumados e ameaçados com aquela novidade, podem ter ordenado a execução do “inventor”, que por sua vez, com a ajuda de amigos e parentes, pode ter reagido, dando início a uma crise que destruirá o grupo, enquanto noutro grupo, pensando-se mais nas vantagens que a nova invenção traria a todos, o inventor seria alçado à categoria de chefe do grupo, em que pese a oposição do anterior, e todo o grupo prosperaria.  
__ Pois é, quando socialistas, principalmente Marx e Engels, analisaram aquilo que hoje é conhecido como sistema capitalista, não perceberam que na verdade estavam olhando para um momento específico da evolução das forças produtiva, em sua busca interminável por mais eficiência, apresentando em muitos casos distorções e injustiças, não raro superdimensionadas na obras dos dois ideólogos, enquanto subdimensionavam as virtudes do dito sistema, para não falar que não conheciam nada do funcionamento técnico do sistema, e por isso definiram levianamente o sistema capitalista, na verdade o conjunto das forças produtivas de seu tempo, com as influências, historicamente condicionadas, que estas exerciam sobre a sociedade de sua época, como um projeto maligno, de uma classe social maligna, absoluta e irracionalmente voltada só para o lucro, e insensível a qualquer feedback da realidade – as ações da burguesia, no conto de fadas marxista, estão em um nível de complexidade muito inferior à dos animais na natureza, só um extraterrestre ou um ser espiritual absolutamente maligno, talvez o diabo da doutrina cristã, que Marx dizia combater, enquanto era por ela contaminado, agiriam da forma como Marx e Engels previram que ela, a burguesia, agiria, e nessa perspectiva, o fim do capitalismo e da classe que lhe deu origem, seriam logicamente líquido e certo, quando não “científico”.
__ A contorções explicativas e os acréscimos feitos à teoria, pelos aturdidos seguidores de Marx, no sentido de criar um mínimo de relação entre a teoria e a realidade, que evoluía de forma diametralmente oposta à rota traçada no Capital, mostram o caráter ilusório, senão fantasioso de seus escritos, pois até aquilo que pode ser reputado como positivo e meritório nele, como a importância da economia no estudo da história, a necessidade de união e a defesa dos interesses da classe trabalhadora, etc. já vinha sendo colocando antes dele tanto pelos chamados “utópicos”, como pelos pensadores do movimento iluminista – a esse respeito um célebre economista austríaco, Joseph Alois Schumpeter, discorre com minúcias em seu monumental História da análise econômica” (continua)              

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Os instantâneos acima mostram a essência do capitalismo ou um aspecto historicamente determinado da evolução das forças produtivas, passíveis de ser superadas no futuro, inclusive pelo avanço do próprio capitalismo? A pergunta crucial que Marx não se quis fazer, e comprometeu todo o seu exaustivo e equivocado trabalho.

segunda-feira, 15 de outubro de 2018


O PORQUÊ DA PERFORMANCE DO PELADÃO SER MUITO INCONVENIENTE

Prof Eduardo Simões

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Não é natural? Não é apenas arte? Então por que as crianças riem tanto, numa reação típica de quem está sob intenso constrangimento, mas não tem liberdade para expor o seu desconforto? As meninas da esquerda se aproximam num aparente movimento de defesa mútua ou como a dizer: "você está vendo o que eu estou vendo?". A menina da direita está com o punho esquerdo cerrado, se afastando! Atrás, adultos aplaudem! Pobres crianças!

__ A primeira coisa a considerar é que a nudez, em si, nada tem de imoral ou inconveniente, pois é apenas a mostra dos resultados da evolução em nós, portanto nada há que temer da presença de crianças em populações indígenas ou, com mais ressalvas e cuidados, em colônia de nudismo. Duas coisas, porém, devem ser consideradas com muita atenção: o contexto social do fato e seus desdobramentos e as peculiaridades da fase infantil dos seres humanos.
__ O que deve ser considerado em primeiro lugar, portanto, qual o significado da nudez em nossa sociedade, que participa fortemente da formação de nossas crianças, quer os esquerdistas queiram ou não – nessas horas eles ignoram o determinismo ideológico de “São Marx”, justificado justamente por esse motivo, a influência social – definido por milênios de evolução, e que não pode ser banido, sem sérias consequências, de uma hora para outra.
__ A nudez, em primeiro lugar, é a condição indispensável para a nossa higiene pessoal mais profunda, e que pode ser perfeitamente praticada pela família em conjunto, nada de mais!, porém ela é também o prelúdio do ato procriador, o qual, em virtude das características físicas e psicológicas da criança, é completamente inadequado, imoral e criminoso, de onde o horror, a confusão e o nojo provocado em todos, principalmente nas vítimas, pelos atos de pedofilia. Fora isso, a nudez de um adulto num ambiente público é sinal de desordem mental, quando o adulto não consegue mais perceber convenções sociais.
__ A criança aprende, dia após dia, ao longo de seus verdes anos, a conveniência e a adequação de mostrar-se vestida para os outros, e esperar que os outros façam o mesmo, embora seja natural que até os 4 anos, mais ou menos, em função da cultura e das condições financeiras da família, que ela ande nua pela casa com a maior naturalidade, sem correr nenhum risco de agressão; pelo menos era assim nos meus tempos de garoto, quando tudo, inclusive as roupas, eram escassas ou caras e o Brasil, o país era mais “machista” e havia menos esquerdistas. Hoje nem bebês de colo estão protegidos de ataques sexuais.
__ A partir dos cinco anos as crianças já introjetaram os padrões de comportamento básicos da sociedade e reagem instantaneamente, afastando-se, fugindo ou rindo e apontando o dedo a um adulto que inesperadamente aparece nu, e num movimento cultural de defesa correm para pais, parentes e adultos conhecidos mais próximos. E essa atitude é extremamente necessária, para a aprendizagem de uma lição fundamental na fase seguinte, adolescência e puberdade: não importa se a pessoa ao meu lado é sexualmente muito atraente, eu devo respeitar o seu direito de não me achar atraente e a conveniência de me ligar mais intimamente com esta pessoa: ainda somos animais “racionais”, creio!
__ Para um adulto muito treinado nas convenções sociais é fácil perceber o momento de tirar a roupa para uma performance, num museu, e de usá-la em outros ambientes, mas assim não é com as crianças, que estão em processo de aprendizagem social, e a frequência continuada em eventos como esse só pode ter um significado: “não tenha receio, pois adultos nus, estranhos ou familiares, estão apenas querendo brincar!” Homens se comportando como crianças, porque estão embriagados, nus, banhando-se à beira de um lago ou rio, são ótimos companheiros de brincadeiras! O tio grudento, que inesperadamente aparece nu em seu quarto, está apenas querendo brincar.
__ Ao não cultivarmos e defendermos valores sociais adequados para cada fase da vida humana, estamos, mandando mensagens contraditórias para as crianças, cujo cérebro, até certa idade, só funciona na base do preto ou branco, pode ou não pode em termos absolutos, bem diferente dos adultos, dificultando a formação de barreiras psicológicas, estas sim, naturais, que permitam à criança sobreviver ao mundo dos adultos, que para elas, até certa idade não faz o menor sentido, principalmente num páis onde vemos crescer a cada ano o índice e a gravidade de ataques pedófilos, sem falar do número e precocidade de futuras mamães.
__ No passado, quando discutíamos política, tínhamos certeza que o respeito às crianças deteria as propostas mais ensandecidas da esquerda ascendente, hoje, com esta já decadente, não tenho tanta certeza...

Resposta à jornalista Rita Lisauskas

__ Em meio às celeumas provocadas pelo festival de agressão às crianças, patrocinadas pela performance no MAM, destaca-se um artigo da jornalista R. Lisauskas, que, eu peguei no site do Estadão, datado de 30/09/2017, a meu vez o retrato perfeito da distorção que a esquerda, em desespero, criou ao redor desse tema, fazendo aflorar o que há de pior nela, na esquerda... é claro.
__ A primeira coisa que chama a atenção é o título “A mãe que os reacionários exigem que eu seja”, pois destila uma virulência ímpar, ao lado de um ego fora de controle. Quem, alguma vez, disputando sobre essa malfadada performance, lembrou-se de citar Rita Lisauskas? Por que esse “eu”? Temo desapontá-la, mais devo dizer que nem tudo gira em torno de você, minha cara. Outra coisa que também chama a atenção é o termo “reacionários”, para que ninguém tenha dúvida que a autora é esquerdista, e que, portanto, tende a levar, compulsivamente, todas as coisas para o viés político. Será que um dia irão convocar uma assembleia para revogar a lei da gravidade?
__ A segunda parte do título também é “sensacional”: “e que eu não vou ser nunca, jamais, em tempo algum”. Quatro negações em uma única frase, dando a entender que Lisauskas ainda não conseguiu sair da primeira adolescência, quando as crianças, em geral, são tomadas por uma compulsão autoafirmativa, dizendo “não, não, não”, para tudo que os pais acham, e até a própria criança, razoável, mas esta não pode dar o braço a torcer. Noutro cenário seria uma forte manifestação de birra: “não quero, não quero, não quero”.
__ Mas não é só ao próprio ego que a articulista mostra apreço incomum; ao longo de um artigo de uns seis parágrafos, ela cita o órgão genital masculino, e outras expressões análogas, como “fálico”, “falocentrismo”, etc. pelo menos treze vezes. A frase “um pênis é apenas um pênis” é citada três vezes, uma vez isolada entre pontos, como que só para chamar a atenção! Até parece que a jornalista não acredita muito na frase que fecha a matéria: “um órgão [o falo] que é extremamente superestimado, precisava contar isso também para vocês”. Acho que não é tanto o caso de contar para os outros do que convencer-se a si mesma.
__ A jornalista também mistura coisas bem diferentes – o show de Anitta, a exposição do Queer Museum, a performance do pelado – mostrando aparentemente que não sabe classificar, ou seguindo a cartilha marxista clássica, põe tudo no mesmo saco: todo mundo que é dono de meio de produção é burguesia, logo é o inimigo, e de outra, quem não é proprietário dos meios de produção, é operário, logo é aliado. Não fica claro, aí, uma das causas do monumental fracasso da esquerda? São três coisas bem diferentes, que num momento apenas mexem e noutro agridem e violentam o direito das crianças de saberem e experimentarem as coisas, apenas no tempo em que já estão preparadas para saberem e experimentarem.
__ A jornalista vociferou apaixonadamente a sua ideologia e o seu conceito superficial de arte, mas em nenhum momento citou a natureza e as necessidade intrínsecas, naturais, das crianças, inclusive a sua, e nem mostrou interesse nisso, embora, pasmem, ela seja articulista da revista Crescer, da Editora Globo, dedicada aos cuidados e educação de crianças.
__ NOSSAS CRIANÇAS ESTÃO EM SERÍSSIMO PERIGO.     

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Esse quadro, de James Vaughan, ilustra o artigo de Lisauskas, no site do Estadão, representa o modelo de mãe ideal dos anos 50 e 60, que Lisauskas disse que não será “jamais, nunca, em tempo algum”, mas que eu tive a sorte de ter. Maria Leda é a lembrança mais maravilhosa que eu guardo de minha infância e certamente, junto com a da família que criei, uma das mais maravilhosas que me acompanharão até o final, fazendo ter valido a pena o sofrimento que é viver neste mundo. Mãe 24 horas por dia, ela jamais colocou qualquer coisa desse mundo à frente do bem-estar de seus cinco filhos! Sofreu angústias, dores, incompreensão, certamente, mas onde é que se vive ou se trabalha sem sofrer isso? Como eu lamento, lamento, lamento, que muitas crianças deste país, e até do mundo, não tenham a mãe que eu tive, e por não ter a capacidade de amar como minha mãe me amou!

sábado, 13 de outubro de 2018


COMANDE-NOS, CAPITÃO!

Prof Eduardo Simões

__ Há 30 anos que o Brasil foi transformado numa terra sem lei, porque estas foram oficialmente relativizadas, não em função de nossos costumes, dos imperativos da modernidade ou das necessidades do povo, mas dos interesses espúrios de políticos e empresários desonestos e de uma esquerda putrefata e hipócrita.
__ De fato, nesses anos, cerca de um milhão e meio de brasileiros, gente de toda espécie, em geral trabalhadores honestos, velhos, mulheres e crianças, foram covardemente assassinados, e seus corpos sepultados e esquecidos, em virtude de um projeto bem pensado de desestabilização da sociedade republicana-liberal-democrática, que tenta se impor em nosso Brasil, implementado pela esquerda, que finge, a cada momento, respeitar, e até representar, tal tipo de sociedade.
__ De fato, no seu projeto de destruição dos valores republicanos-liberais-democráticos, a esquerda parte do princípio de que a sociedade capitalista-liberal, sobre a qual eles não têm a menor ideia, é a origem de todos os males, e é ela que, pelas suas “injustiças”, dá motivação e põe a arma nas mãos dos criminosos, que, desse ponto de vista, seriam as maiores vítimas em um crime, uma vez que carregarão o peso na consciência de ter assassinado alguém e ainda serão privados da liberdade por isso, de onde a necessidade urgente de protegê-lo da sociedade que, pelas suas injustiças, pôs uma armas e suas mãos e o induziu ao crime, por meio da ideologia dos “direitos humanos”, voltada para os criminosos, às expensas da sociedade, que assim pagará, na extensão ridícula das penas, pela vitimização do criminoso. Aqui e acolá um deles deixará cair a máscara, como a professora universitária brizolista, que afirmou numa conferência que os menores infratores era “a vanguarda da luta de classes”; os “heróis”. Enquanto isso, pessoas de bem eram obrigadas a transformar suas residências em células de presídio.
__ Aliás, a facilidade com que a esquerda enterra os cadáveres dos cidadãos comuns é inversamente proporcional à homenagem e a ao alarde que fazem de seus próprios mortos, como a vereadora assassinada, tornada em um cadáver permanentemente insepulto. Que diferença! Enquanto eles tratam com desprezo a história e os monumentos de grandes personagens de nosso país, e chamam, pejorativamente, os textos que os apresentam de “factuais”, fazem manifestações e colam placas aleatórias de sua militante, para que ninguém esqueça o “fato”. Dessa maneira, o assassinato de um ser humano deixa de ser um fato antes de tudo moral, legal e social, para se tornar um “fato” exclusivamente político!
__ E as outras vítimas, cujos corpos se espalham e fecundam os rincões de nosso país? Estas são naturalmente ignoradas, afinal morto não vota em candidato esquerdista semianalfabeto, com raro pendor a colecionar imóveis de luxo, nem produz mais riquezas que serão transformadas nas polpudas propinas que irrigam os bastidores de sua política de classes. Mas havia um paquiderme na sala, que eles, em sua cegueira histórica, ignoraram: em cada vítima que tombava no asfalto, no campo e no interior das residências, que era violentada por ser gay, mulher ou criança, que era desfigurada, aleijada e morta em acidentes de trânsito impunes, que era privada dos frutos de seu trabalho pelo vagabundo armado, estavam dezenas ou centenas de familiares e amigos que sentiam a mesma dor e a mesma perda, junto a ela, e do fundo de sua dor clamava por justiça, por reparação, diante de um estado indiferente e de governos corruptos, que só tinham iniciativa para alargar o espectro da impunidade e o patrimônio da sua corriola.
__ É o encurralamento, a dor e o abandono dessa gente, da gente honesta, trabalhadora e boa do Brasil que agora dá motivação, força e recursos para que seja aplicada agora, no 2º turno, a mais esmagadora derrota à esquerda, na história das eleições recentes, e possamos corrigir o rumo que esse país tomou, e ao senhor, CAPITÃO, será entregue o enorme ônus do comandar o início dessas mudanças.
__ Comande-nos CAPITÃO, na luta para retomarmos as praças aos bandidos e viciados, para que se tornem novamente centro de convivência das famílias, em especial das crianças, onde casais héteros e homoafetivos, e pessoas de todas as etnias e classes sociais se encontrem de maneira afetuosa e respeitosa.
__ Comande-nos CAPITÃO, na luta para que retomarmos as ruas para que elas se tornem lugar de trânsito e de encontros amigáveis e bem-humorados, como era no passado, e que transmitiam ao estrangeiro a ideia de um povo feliz e do Brasil como um paraíso.
__ Comande-nos CAPITÃO, na luta para que as calçadas voltem a ser novamente frequentadas pelos vizinhos, em alegres conversações, mesmo já em noite avançada.
__ Comande-nos CAPITÃO, nessa luta para resgatarmos o papel privilegiado que a mulher tinha no passado, para que, tanto quanto a lei, o abusador tema outro homem por perto, ainda que estranho, e principalmente agente de segurança, quando sequer pensar em cometer uma inconveniência com uma mulher, senhora ou jovem, e para que a Lei Maria da Penha, um dia, não seja mais necessária.
__ Comande-nos CAPITÃO, na luta para que tenhamos um sistema educacional que dê a cada criança e jovem condições absolutamente iguais de competir na luta pela sobrevivência. CAPITÃO, não perca de vista o sistema escolar escandinavo!
__ Comande-nos CAPITÃO, na luta por integrar as pessoas das comunidades de periferia à sociedade e à classe média brasileira, e o melhor caminho para isso é a melhoria do sistema capitalista de produção, dando mais e melhores empregos, com investimentos estruturais maciços nessas áreas, sem esquecer o combate a esquerdistas, traficantes e milicianos que aí vicejam e atrofiam essas comunidades.
__ Comande-nos CAPITÃO, na luta para reconstituir novamente a nação, destruída pela contaminação insidiosa, principalmente nas escolas e nos cursos universitários, da ideologia fracassada da “luta de classes”, principalmente agora, em que a incúria, a irresponsabilidade e a má gestão esquerdista reduziu a cinzas o mais importante monumento da cultura brasileira: o Museu Nacional, gerido por aqueles que se dizem seus maiores inimigos.
__ Etc.
__ “Não vamos titubear ou falhar. Nós iremos até o fim. Nós lutaremos nas praias, nós lutaremos nas cidades e nos sertões, nós lutaremos no semiárido, nos corredores das universidades e nos pátios das escolas, nunca nos renderemos. Nós lutaremos nas fábricas e nas assembleias religiosas, nós lutaremos com confiança crescente de que Deus vela pela nossa causa, porque lutamos por nossas famílias e por uma sociedade justa, democrática e próspera para todos, seja qual for o custo, e se um dia restar apenas um de nós, as suas palavras e o seu exemplo manterão viva a nossa causa” (Adaptado do discurso de W. Churchill)
__ COMANDE-NOS CAPITÃO.
          

OS GRANDES “DEFEITOS” DE JAIR BOLSONARO

Ele fica à vontade com crianças e jovens



Ele é homofóbico



Ele é odiado pelas mulheres



http://cdn.abcdoabc.com.br/apoiadores-jair-bolsonaro-1_5a96ea8a.jpg

https://www.nexojornal.com.br/incoming/imagens/bolsonaromulheres_PilarOlivares_reuters.jpg/ALTERNATES/LANDSCAPE_640/bolsonaromulheres_PilarOlivares_reuters.jpg
           

Ele é racista