segunda-feira, 29 de outubro de 2018


OS DEMÔNIOS, OU AS VÉSPERAS DA PERFEITA OPRESSÃO

Eduardo Simões

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O furioso, a inocente e o obediente. Alguma dúvida sobre quem dará as cartas ao final?

__ Os jovens de todas as épocas e lugares sempre tiveram um comportamento marcado pela generosidade e pelo imediatismo... Eles não só querem salvar o mundo como o querem pra já! Esse provavelmente foi o sentimento que levou o jovem Ivan Ivanovich Ivanov a ingressar numa célula revolucionária de um grupo revolucionário chamado Vingança do Povo, em 1869, na Rússia Tzarista, com a intenção de precipitar a mudança dos aspectos negativos, e eram muitos, dessa sociedade, por meio de ações violentas. Sua ingenuidade e boa-fé eram tais que ele chegou mesmo a discordar, publicamente, da forma como o líder e fundador da célula, Sergey Nechayev, encaminhava as atividades do grupo.
__ Ao anoitecer de 21 de novembro de 1869 (4 de dezembro, no nosso calendário), ele dirigiu-se, junto com os outros membros da célula, Nikolay Nikolaev e Ivan Prizhov, para encontraram-se com Nechayev, Alexey Kuznetsov e Piotr Uspenski, a uma região deserta do campus da Academia Agrícola Petrovsky, da Universidade de Moscou (por que o ambiente universitário aparece ligado a essas loucas empreitadas?), a pretexto de resgatar, de dentro de uma gruta, uma prensa tipográfica descartada pela universidade. Todos entram na gruta, menos Kuznetsov, e nesse momento Nechayev dá um sinal e todos atacam Ivanov.
__ Na escuridão, entretanto, Nechayev se agarra ao pescoço de Nikolay. “Eu não, grita ele, eu sou Nikolay”, e todos se atiram para fora, em pânico. Ivanov, porém, mal deu alguns passos, foi agarrado e derrubado ao solo. Nechayev ataca o seu pescoço, mas ele morde vigorosamente o polegar daquele; Nikolay, entretanto, consegue aplicar uma “gravata” em Ivanov, e, enquanto Nechayev segura seus braços e Kuznetsov suas pernas, esgana-o até a morte. Nechayev levanta-se, saca um revólver e atira contra a cabeça da vítima, um toque de “modernidade” e de “revolução” numa execução tão bárbara e grotesca.
__ A seguir ele faz uma limpeza minuciosa nos bolsos de Ivanov, para dificultar identificação. Os assassinos abrem um buraco na camada de gelo que encobria um lago próximo, e por ele passam o corpo, com tijolos amarrados em barbantes, e todos vão para casa de Kuznetsov, se livrar dos últimos vestígios de Ivanov...

“A perfeita liberdade é o prelúdio da perfeita opressão” (Os demônios, Dostoievski)

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Karl Marx e Mikhail Bakunin, há laguma diferença substancial? “O objetivo da revolução democrática e social pode ser definido em duas palavras: Politicamente: é a abolição do direito histórico, do direito de conquista e do direito diplomático. É a emancipação completa dos indivíduos e das associações do jugo da autoridade divina e humana; é a destruição absoluta de todas as uniões e aglomerações forçadas das comunas nas províncias, das províncias e dos países conquistados no Estado. Enfim, é a dissolução radical do Estado centralista, tutelar, autoritário, com todas as instituições militares, burocráticas, governamentais, administrativas, judiciárias e civis. É, em uma palavra, a liberdade desenvolvida a todo mundo, aos indivíduos, como a todas as entidades coletivas, associações, comunas, províncias, regiões e nações e a garantia mútua desta liberdade pela federação. Socialmente: é a confirmação da igualdade política pela igualdade econômica. É, no começo da carreira de cada um, a igualdade de ponto de partida, igualdade não natural, mas social para cada um, isto é, igualdade de meios de manutenção, de educação, de instrução para cada criança, rapaz ou moça, até a época de sua maioridade”. Palavras de Mikhail Bakunin, aliás, Bakhunin foi amigo pessoal de Nechayev, o monstro envolvido na “proeza” acima.

__ Aqueles que se vivem se autoproclamando “revolucionários”, “progressistas”, não passam de idiotas, e até perfeitos idiotas, mas não são isso o tempo todo nem em todos os assuntos...
__ Todo grupo que propõe, de fora para dentro, via mera “reflexão filosófica”, modelos para uma mudança geral, estrutural, e de preferência brusca – bem ao gosto dos adolescentes – da sociedade, seja de direita, como os fascistas e nazistas, seja de esquerda via “anarquismo”, “comunismo”, “socialismo”, ou ainda aqueles que se dizem “progressistas” “revolucionários”, enfim todo o arco da “esquerda”, partem, conscientes ou não, de um primeiro pressuposto: “Se quisermos o sucesso de nosso sistema social precisamos, antes, destruir a ordem vigente”; de onde lhes acode a seguinte questão: “Como fazê-lo?”
__ Uma alternativa seria um ataque frontal à sociedade que se quer destruir, denunciando-lhes as mazelas, quebrando, à força, a resistência psicológica de seus defensores, e eles, os esquerdistas e fascistas, normalmente começam por aí, porém, quando a resistência é considerável, e a sociedade parece não aceitar bem essa estratégia, é preciso mudar para outra, sempre mais eficaz.
__ O problema de atacar diretamente os alicerces de uma ordem social é que ao fazê-lo, o “revolucionário” indiretamente chama as pessoas que a defendem, pelos mais variados motivos, alguns muito válidos, de ignorantes ou incompetentes, tanto que se mostram, ao contrário dos “revolucionários”, incapazes de perceberem as disfunções “óbvias” do atual sistema, e essa não é certamente uma boa tática para conquistar adeptos; portanto, é necessário usar outro subterfúgio para conquistar as “massas” para a causa: fazer apelo à liberdade e aos inocentes úteis.
__ Quando se faz apelo a liberdade, aqueles que, no primeiro caso, seriam vistos como perigosos inimigos da “lei e da ordem”, aparecem de imediato como “nossos salvadores”. Assim eles já não são vistos tanto como inimigos da ordem e dos valores que nos mantém unidos e abrigados, ainda que parcialmente, mas salvadores de algo que nos oprime, e que nós nem sabemos o que é, tanto que em pouco tempo todos estaremos fazendo pedidos difuso de liberdade de coisas que definimos ou o fazemos confusamente:

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Vejam essa foto de uma professora que levou seus alunos, crianças e adolescentes, para assistir à exposição pornográfica do Queermuseu; o texto ao lado que diz: “Vamos ensinar às crianças a pensar e a contestar aquilo que normatiza e mata o que é diferente”. Vamos por etapas: O que é “aquilo”? Onde está escrito ou é ensinado, e se o é comete-se crime, que quem é diferente deve ser morto? Que relação direta existe entre a exposição do Queermuseu e a tolerância entre as pessoas? Não seria possível que alguém, após ver aquela exposição horrenda não saísse de lá tão chocada, que resolvesse partir para violência contra quem estiver supostamente ligada àquilo? Noutras palavras: a exposição, ou as circunstâncias dela, foi um convite ao diálogo com os outros, no caso os “diferentes” ou uma provocação infantil, um golpe demolidor contra uma forma historicamente legítima e amparada em muitos estudos científicos, de defesa da infância? Não seria essa uma das causas porque um candidato com conservador, com um discurso mais agressivo, conseguiu vencer as eleições? Não foi este um efeito justo contrário do que supostamente se pretendeu? Diferente em relação a quê ou a quem, afinal o heterossexual é diferente em relação ao homossexual e vice-versa? Etc. etc. As pessoas mostram não ter a menor ideia sobre o porquê estão lutando ou a melhor forma de consegui-lo.

__ Nesse afã de liberdade, por exemplo, direitos fundamentais, outrora sagrados, são solenemente ignorados, como, por exemplo: o direito das crianças usufruírem em paz e inocente alegria da sua infância, até chegar a hora de saber e experimentar aquilo que é próprio dos adultos. Por exemplo, em nome da “liberdade dos país” e da “sacralidade da arte” em si, ignorando-se que a arte traz em si conteúdos, cujo significado é determinado socialmente e construído em função da maturidade do artista e de sua plateia, órgãos de imprensa conceituados e, até recentemente dignos de respeito, levantaram sua voz contra a “censura”, ignorando escandalosamente as especificidades psicoemocionais dos níveis mais tenros das formação humana; mas se até uma professora ignorou-as, como vemos acima, o que esperar de jornalistas. Discutiu-se muito durante esse período: arte, política, ideologia, liberdade, etc., só não se discutiu, ou não se deu repercussão, sobre a características do pensamento infanto-juvenil, os efeitos da pornografia ou da sexualidade de adultos na criança, etc. A criança foi a grande esquecida nesses debates.
__ A nova liberdade avança, junto com as terríveis contradições sociais, agora, por exemplo, busca-se ampliar o direito ao aborto, ou seja, a liberdade de matar seres humanos até uma determinada idade. Na defesa dos interesses de uma ladra do dinheiro público, “podre de rica”, avançamos na defesa de uma compreensão jurídica, via Ministro Lewandovski, notório advogado das esquerdas, que pode determinar, no futuro, que grávidas e mães e de menores de 12 anos possam cumprir, na eventualidade de criminosas, as suas pensas em casa, para cuidar de seus filhos... Elas bem que poderiam começar dando bom exemplo; considerando possíveis atenuantes.
__ Tanta preocupação de nossos juízes com a criança, chega a ser tocante... Quem pode afirmar depois disso, do ECA e de uma infinidade de dispositivos e anexos legais, que a criança brasileira não é a mais protegida do mundo, mas é isso que vemos na realidade? Para que se tenha ideia do tamanho da hipocrisia, da loucura, do desvario que tomou conta de nosso país, vejam esse exemplo: uma criança menor de 14 anos, mesmo acompanhada do pai, não pode trabalhar na montagem de uma festa de igreja, onde ela vai exercitar o valor do trabalho, da convivência comunitária, da doação aos outros, mas pode, ainda que mais jovem, frequentar uma exposição pornográfica. Esse é o resultado dessa estratégia aplicada às relações humanas quando prevalece o politicamente correto de esquerdistas, sociais-democratas e liberais ingênuos, os sempre indispensáveis inocentes úteis.
__ Bem, atingido o estágio de liberdade perfeita, com a sociedade dando claros sinais de desagregação difusa, polarização por tudo e por nada, ninguém aceita mais as regras previamente combinadas, quando o resultado não lhe agrada – nem vou dizer que estou falando do Brasil – resta-nos o produto final da liberdade perfeita (que é outro nome que se dá para a ausência absoluta de Deus): a solidão perfeita onde o outro é visto sempre “obstáculo”, e que, apesar dos adjetivos criados para mascarar a hostilidade latente e crônica a resolução de conflitos se dá sempre pela forma mais violenta, como acontece, por exemplo entre os “revolucionários” (vide os expurgos, apesar dos “camaradas” e “companheiros”) e o crime organizado (vide os acertos de conta, apesar dos “manos”, “irmãos”, “parças”).  
__ O problema é que a perfeita solidão não consegue suprir a necessidade emocional do outro. A solidão de quem se sente perfeitamente “liberado” é uma solidão mental, que o fragiliza a cada momento, lançando-o a conflitos e depressões inesperadas, até ele ficar totalmente convicto que precisa de alguém para o conduzir, sob pena até de ameaça à sua sobrevivência. E é justamente aí que entram os grupos organizados de revolucionários de esquerda, perfeitamente compactos, coesos, obedientes, a ponto de fechar os olhos até para as contradições e provas mais escancaradas – mesmo que fosse apresentado um filme com Lula assinando o contrato do tríplex, bastaria ele dizer que é uma falsificação, uma montagem, que os seus correligionários admitiriam, e morreriam e até matariam por isso.

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Cid Gomes. Bastou ele especular a necessidade de o PT fazer um “mea culpa”, “reconhecer que cometeu erros”, que a militância em peso prorrompeu em vaias, xingamentos e até ameaças físicas. A estratégia da esquerda pode, portanto, ser definida da seguinte maneira: “liberdade perfeita para “os de fora”, obediência perfeita para “os de dentro””. E como fica a famosa autocrítica? Na verdade, não há uma autocrítica consciente, toda ela é imposta por um grupo a outro, pois se não houver autocrítica, seria necessário reconhecer que a teoria, ou melhor seria dizer a doutrina?, está errada. Então alguém assume a culpa para salvar a comunidade de um proveitoso, enriquecedor e libertador debate sobre a necessidade de atualizar ou reformar a doutrina, já ela toda transformada em dogma. A autocrítica é também um ritual para amainar a fúria de revolucionários frustrados e confusos, de sorte a que eles não se atirem com muita gana contra um suposto culpado, evitando ou diminuindo a virulência da guerra interna pelo poder, que quando ocorre é sempre dramática e por vezes sanguinolenta, principalmente quando se chegou ao poder no Estado.

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Fidel Castro e a multidão delirante e esperançosa: “Revolução é igualdade e liberdade plenas, é ser tratado e tratar os demais como seres humanos, é emanciparmo-nos por nós mesmos e com os nossos próprios esforços”. “Esta é a revolução democrática dos humildes, com os humildes e para os humildes”. Quem não desejaria o melhor para os humildes e para os pobres?

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De certa forma esse objetivo foi atingido por Fidel, que, enquanto se manteve fiel ao seu modelo original, a única coisa que conseguiu socializar foi a pobreza – todos os cubanos ficaram pobres e “humildes”, menos a camarilha castrista – situação que começou a ser revertida aos poucos, quando o país começou a se abrir para o capitalismo, o ex-inimigo incondicional. Quantas pessoas não perderam tudo, e até a vida, tentando fugir do “paraíso dos humildes” fundado por Fidel Castro e sua trupe. Acima vemos alguns dentre milhares de cubanos, que, desesperados buscaram fugir da ilha nessas últimas décadas – 125 mil só durante a crise do Êxodo de Mariel, em 1980 – enfrentando um mar traiçoeiro e repleto de tubarões, para chegar aos Estados Unidos. Com a decadência dos esportes, fruto da pobreza, pelo menos não há mais a humilhante situação de atletas fugindo, nas competições internacionais, para pedir asilo em outros países. Na foto um grupo de "balseros" cubanos, pedindo pelo resgate e que não sejam mandados de volta, em 1994.

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Como é proibido a um cidadão cubano a posse de barco, a miséria local e o desespero de sair de lá forçam a criatividade dos jovens cubanos, que nem conheceram a época da fartura pré-comunista, e tudo que ouvem é que os EUA são uma terra de injustiças e pobreza. Na foto de cima vemos um caminhão Chevy, 1951, adaptado para servir de embarcação para doze pessoas em uma fuga ocorrida em 2003; na foto abaixo um táxi Mercury 1948, com algo entre 13 e 16 pessoas, é interceptado pela guarda costeira americana. Aliás, a guarda costeira dos EUA tem atuado como zagueiro de futebol americano, tentando impedir que toda população de Cuba se transfira para o seu país. Os passageiros dessa última embarcação foram repatriados...       


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Rompendo uma tradição na Igreja e até um preceito evangélico (Mt 18,15)! João Paulo II faz uma dura correção pública no padre nicaraguense Ernesto Cardenal, um dos principais ideólogos do Movimento Sandinista, em sua visita à Nicarágua em 1983. A postura de absoluto enfado com que o Papa escutou o discurso de Daniel Ortega e a sua irritação durante a missa em Manágua, não foi entendida por quase ninguém, uma vez para o público leigo, não iluminado pelo Espírito Santo, os sandinistas haviam derrotado uma ditadura feroz e a democracia aparentemente fazia seu retorno ao país. Dizem alguns versos de Cardenal: “Maldito o sistema que tenta matar no homem a dimensão de transcendência/ E coloca no seu lugar o “deus dinheiro”, o “deus sexo”, e “deus progresso”,/ Destruir-se-á por dentro irremissivelmente,/ Porque o coração do homem foi bem feito/ E ninguém pode matar em nós/ Esta sede de infinito que nos queima”. Quem divergia disso? Magoado Cardenal afasta-se da Igreja institucional. O teólogo franciscano Leonardo Boff, comentará quando da morte de João Paulo II: “Ele não entendeu nada da América Latina!”

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Forte comoção acompanha o sepultamento de mais uma vítima da ditadura marxista-leninista-sandinista na Nicarágua de Daniel Ortega, em 2018 - 350 pessoas teriam morrido na repressão - enquanto igrejas no país foram atacadas por paramilitares a mando do ditador, e os bispos que se posicionaram com o povo eram achacados de “golpistas”, a mania que a esquerda brasileira exportou para nossos vizinhos, e que substitui o tradicional “reacionário”, muto associado ao comunismo, e eventual “fascista”, um tanto desgastado. Como João Pulo II sabia que ia dar nisso? Hoje o príncipe dos inocentes úteis nicaraguenses, o ex-padre Ernesto Cardenal, fala de uma “revolução perdida”. Por que não procurou escutar o Papa?

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Dois pajens de cavaleiros do apocalipse e nutrizes de ditadores frustrados. Frei Betto (a direita) chegou a afirmar num programa de entrevistas, disponível no Youtube, que a Igreja Católica, a sua igreja, até hoje, discrimina as mulheres, enquanto Leonardo Boff  (a esquerda) afirmou, num Roda Viva, que a Igreja faz batismos diferentes para meninos e meninas – que MENTIRA! Aliás, a leniência com que essas e outras afirmações tão ousadas e públicas são tratadas nos remetem a outra questão ainda mais delicada: as denúncias do Youtuber Bernardo Kuster, baseada em muitos documentos e vídeos, de que a CNBB estaria sendo aparelhada pela esquerda brasileira, em especial o PT, o que apontaria para uma insólita aliança, onde a esquerda entra com os enganos e as mentiras, e o clero com os inocentes úteis.

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“Juro sobre a maravilhosa Constituição e por Cristo, o maior socialista da história, que não darei descanso ao meu braço, nem repouso à minha lama, entregarei a minha vida à construção do socialismo venezuelano... O sistema de governo mais perfeito é aquele que produz a maior soma de felicidade possível, a maior soma de segurança social, e maior soma de estabilidade política... Esse sistema não tem outro nome a não ser sistema socialista... o que o sistema capitalista gera é a maior soma de infelicidade” (discurso de Hugo Chavez, em 10 de janeiro de 2007, ao assumir a pela segunda vez a presidência de seu país). Dez anos depois dessas palavras, mais de cem pessoas foram mortas por discordar do governo, oposicionistas estão presos ou exilados, umas duas milhões de pessoas fugiram do país, sobrecarregando os vizinhos, há dois congressos em funcionamento no país, a Constituição, tão elogiada, “foi para o saco”, a inflação chega a um milhão por cento, o índice de assassinatos é um dos maiores do mundo, um protegido dileto de Chavez se instalou como ditador em Caracas, os pobres comem cães, cachorros, gatos, ratos, passarinhos, e até carne estragada, comprada em açougues, para não morrerem de fome (foto acima)! E eu desafio um esquerdista latino-americano a cantar que “Isso é a felicidade!”

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