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Mais
uma vez essa história! Ela mostra o quanto as crianças adolescentes e jovens,
no Brasil e no mundo estão abandonados, maltratados, vilipendiados pelos
adultos, eternos descumpridores de promessas, a começar pela de cuidar daqueles
a quem geraram. A culpa disso, aqui no Brasil, é a miopia moral e a ausência de
valores sociais sólidos, coerentes com o mundo civilizado, enfim a ausência de
modelos sadios dos adultos para os jovens, que se sentem cada vez mais
abandonados, mimados ou machucados. Na minha juventude eu ouvia dizer: “não
abandone o seu filho, para que um traficante não o adote”, pois a desgraça era
quase certa, hoje é a Internet que os está adotando e desgraçando de várias
maneiras possíveis, dentro de seu próprio lar: não há mais lugar seguro – naquela
época, pelo menos em casa nós estávamos seguros.
E
qual é a bandeira do principal grupo de pais mobilizados nesse momento, no Brasil?
Fazer aprovar uma lei que obrigue os professores a se calarem dentro de sala de
aula, a pretexto de os filhos não se verem propensos a apoiar candidatos e partidos
políticos que os pais não querem, nem provocar uma situação que obrigue a eles,
os pais, a falar com seus filhos, nem que seja sobre política... no Brasil! Escola
Sem Partido: porque desgraça pouca é bobagem!
Papais,
mamães, professores e adultos em geral, está na hora, e até já passou,
de abrir
os olhos, arregaçar as mangas e assumir as suas obrigações, num nível e
numa
intensidade muito superiores às que foram feitas até agora, porque a
mensagem que esses episódios passam é a de que o mundo criado pelos
adultos é tão ruim, tão "pesado" que é preferível sair dele o quanto
antes, e da pior forma possível. A nossa missão é refazer o mundo, pois
nem os jovens, tão autoconfiantes, o aguentam mais.
Polícia investiga grupos no Facebook suspeitos de incitar suicídio de
jovens no Brasil
Vinicius Lemos De Cuiabá para a BBC Brasil
A morte trágica de um
adolescente de 15 anos, que morava em Goiás e se enforcou em fevereiro deste
ano, deu o alerta para a Polícia Civil do Estado sobre a atuação de um grupo
online de incentivo ao suicídio nas redes sociais. Outras mortes de
adolescentes, que teriam sido encorajadas pelos mesmos perfis online, também
são investigadas. De acordo com os investigadores, os casos estariam
relacionados a dois grupos de Facebook cujos nomes, por questões de segurança,
a BBC Brasil optou por omitir.
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Uma das páginas foi retirada do ar, a outra continua ativa, apesar de já ter
sido temporariamente removida após denúncias. Ambas são apontadas como
responsáveis por incentivar jovens a atentar contra a própria vida. Induzimento
ao suicídio é crime previsto pelo Código Penal brasileiro: quando o resultado
da indução é a morte de alguém, o acusado pode pegar até 6 anos de prisão.
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De acordo com as investigações, as duas páginas de Facebook possuem o mesmo
administrador, um perfil supostamente pertencente a um brasileiro. Juntas,
chegaram a somar mais de 43 mil membros. A primeira, que segue ativa, possui,
atualmente, 25,6 mil membros.
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Os líderes dos grupos que incentivam suicídios se apresentam como adolescentes de
diversos Estados, entre eles São Paulo, Mato Grosso, Rondônia e Amazonas. Há
também administradores em outras regiões do Brasil, que não foram reveladas
pela polícia.
__Por
meio de desafios, cuja missão final é atentar contra a própria vida,
participantes dos grupos teriam sido induzidos ao suicídio.
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As tarefas são repassadas aos adolescentes por meio de grupos de WhatsApp, para
os quais são convidados os participantes dos grupos de Facebook que se
interessam pelos desafios. "Nesta segunda fase, somente aqueles que
recebem um link de convite podem entrar. É mais complicado termos informações
sobre esses grupos, porque são fechados", afirma a delegada Sabrina Leles,
da Delegacia Estadual de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DERCC) de Goiás.
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Entre os desafios estão: invasão a redes sociais e computadores de terceiros,
disseminação de fake news e automutilação.
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"Os grupos dizem que o objetivo deles é fazer piada, contar histórias e
apoiar uns aos outros. No entanto, temos provas que mostram que o objetivo é
criminoso", diz a delegada.
O jogo
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Os desafios têm início quando os jovens são chamados para participar dos jogos.
Na maioria dos casos, os convites são feitos por meio de mensagens privadas no
Facebook, motivadas pela participação em páginas pertencentes aos grupos na
rede social.
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Segundo a Polícia Civil, os grupos investigados têm como figura mais importante
o curador, cujo nome não será divulgado pela BBC Brasil. Abaixo dele estão os
administradores e depois os moderadores. Cada um possui funções no jogo, que
variam da cooptação de jovens à invasão de computadores.
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Um adolescente que participou do grupo relatou à Polícia Civil que os
organizadores se tornam íntimos dos participantes, perguntam sobre questões
familiares e relacionamentos amorosos.
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"Eles pegam nos pontos fracos dos participantes. Dizem que a família não
os ama e que os amigos não gostam deles. Depois de um tempo, começam a incutir
a ideia de que ninguém gosta do adolescente de verdade e, por isso, seria
melhor ele acabar com o sofrimento e se matar, porque todo mundo morre no
final. Aconselham o adolescente a 'adiantar o processo'", relata Leles.
Abaixo alguns trechos de bate papos reproduzidos pelo site da BBC em português
https://ichef.bbci.co.uk/news/624/cpsprodpb/8031/production/_101271823_suicidio3.jpg
https://ichef.bbci.co.uk/news/624/cpsprodpb/172C5/production/_101271949_suicidio2.jpg
https://ichef.bbci.co.uk/news/624/cpsprodpb/3E2D/production/_101271951_print10.jpg
É
impressionante o número de entradas nos vídeos de desafio na Internet, invariavelmente
passam das centenas de milhares, quando não milhões, onde perfeitos idiotas,
espertalhões e toda sorte de canalhas aparecem fazendo coisas perigosíssimas ou
convidando os jovens a se machucarem, inclusive gravemente, para se tornar uma
celebridade ou simplesmente dar fim à sua vida.
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