quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

HISTORIA DA IGREJA BASEADA EM JEDIN – XI

Obrigado aos amigos da Rússia, Brasil, Estados Unidos, Canadá, Alemanha, França, Suíça e de outros países que acompanham esse blog. Que ele vos seja útil. Deus os abençoe.

Prof Eduardo Simões

O Apocalipse Judaico

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__ Na primeira metade do século I o judaísmo era uma religião ascendente na bacia do Mediterrâneo, o centro do mundo Ocidental. Era uma religião antiga, com uma doutrina minuciosa e consistente, um centro de culto famoso, situado numa região próspera, e, acima de tudo era uma religião que remetia a um mundo espiritual e a compromissos morais, que ultrapassavam ao infinito as alternativas similares das religiões mistéricas, que tanta gente atraíam, dentro do império. Essa dispersão ou conquista do judaísmo em diversas regiões do império romano, e até fora dele, é descrita com relativa minúcia em Atos (2,9-11), e parcialmente comprovada pelos achados arqueológicos apresentados no mapa acima. Essa auspiciosa tendência, porém, seria brutalmente encerrada, e posteriormente invertida, em pouco tempo.
__ Em 64, apadrinhado pela imperatriz Popeia Sabina, o “alpinista social” Gesio Floro assumiu o cargo de procurador da Judeia, com um apetite pelo enriquecimento fácil impressionante, sem falar de outras ações absurdas, que revelavam um desprezo completo pelo povo da região que iria administrar. Após uma série de incidentes escandalosos, a Judeia se encontrava em franco estado de conflagração, e Gesio não pensava em outra coisa que o aumento da repressão e de seus ganhos financeiros. Com um imperador tresloucado, remoendo a morte recente de Popeia, e um Senado enfraquecido, Roma demorou a tomar providências, e uma brutal guerra civil teve o seu início inexorável (1).

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__ Em Roma o Senado, afinal, reagiu, ordenando a deposição de Gesio e a nomeação de outro procurador, com ordem explícita de pacificar a região, mas já era tarde demais, os elementos mais radicais já haviam tomado a frente do conflito e a guerra tornou-se inevitável. Para complicar os judeus cometeram um erro terrível, logo no início da guerra: uma legião, a XII Fulminata, vinda da Síria, foi cercada por uma multidão de guerrilheiros, próximo a Beth-Horon, e completamente esmagada, tendo perdido, além de quase todo o seu efetivo, o distintivo de batalha da legião: a águia, o que era uma enorme desonra, não só para ela como para todo exército romano. Roma tinha um império grande e heterogêneo, onde nem todos viam com bons olhos a sua dominação, aquela derrota acachapante, seria um convite a todos os povos do império para a rebelião. Já não se tratava mais conter uma revolta, mas de aplicar uma derrota esmagadora aos judeus, que servisse de exemplo a todos os povos do império. Da parte dos judeus, os elementos radicais ficaram absolutamente convencidos de que poderiam derrotar romanos da mesma forma que os Macabeus derrotaram os selêucidas.
__ O comando foi entregue, bo começo de 67, a um general veterano, competente e duro chamado Vespasiano, um tanto desgastado por ter dormido durante uma apresentação artística de Nero, que equipado com três legiões veteranas, inclusive a temível a X Fretensis, e de um grande número de soldados de reinos aliados, esmagou rapidamente os focos de rebelião na Galileia (2), e assenhorou-se da região costeira, protegendo o fornecimento de trigo egípcio para Roma e isolando os rebeldes no interior da Judeia, enquanto se fortalecia para lançar o ataque final contra Jerusalém. Nesse meio tempo, Nero é assassinado e ele retorna às pressas a Roma, indicado que fora por importantes facções do exército ao cargo de imperador, deixando seu filho, Tito, para terminar a guerra na Judeia.

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Wikipedia

__ Enquanto os romanos paralisavam o seu avanço, em virtude da guerra civil que se seguiu à morte de Nero, os judeus se dividiram em numerosas facções, uma mais radical que a outra, e iniciaram uma guerra civil entre eles, da qual saíram vitoriosos os elementos mais radicais, dando tempo ao exército romano se recompor e se fortalecer, ainda mais que Vespasiano se tornara imperador, em 1 de julho de 69.
__ Em março de 70 começou o cerco de Jerusalém, sob o comando de Tito, com quatro legiões, inclusive a XII Fulminata, reconstituída e sedenta por vingança, além das tropas auxiliares. Tito tenta negociar um acordo com os revoltosos. Não haveria negociação, mesmo porque, dentro de Jerusalém, havia grupos de radicais furiosos rondavam vigilantes, prontos para matar quem tentasse fugir, guardar alimentos ou sequer sugerisse a rendição!  Em 9 de setembro de 70 a cidade caiu, em um cerco que ficou famoso pelos massacres, pela destruição e as cenas dramáticas que produziu, relatadas minuciosamente por Flavio Josefo, uma testemunha ocular. No início de 73, cai o último bastião dos revoltosos, a fortaleza de Massada, em uma guerra que acarretou a morte de umas 350 mil pessoas, combatentes ou não, a grande maioria de judeus – Flavio Josefo fala em mais de um milhão, um número exagerado – além de uns 100 mil novos escravos no mercado. Os líderes da revolta, capturados vivos, foram levados a Roma exibidos e executados, em meio a grandes festejos públicos. O maravilhoso Templo de Herodes, infelizmente carbonizado, estava em ruínas.  

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__ Com a guerra houve um grande aumento das comunidades da diáspora, por conta de famílias que perderam tudo e foram morar com parentes em outros lugares fora da Judeia, ao mesmo tempo em que uma grande quantidade de escravos judeus foi espalhada pelas várias regiões do império. De princípio isso seria uma oportunidade para expandir ainda mais a sua religião, mas não o que ocorreu e, presos ao culto estrito do Templo, os judeus no exílio não pensavam em outra coisa que voltar à Judeia e, se possível, vingar a destruição do templo pelos romanos. Essa gente achou que essa oportunidade, finalmente, aparecera na segunda década do ano 100.
__ No ano 113, por causa de disputas envolvendo a Armênia, romanos e partos entram em guerra, e as legiões do imperador Nerva Trajano avançaram fortemente na Mesopotâmia, capturando as cidades de Babilônia e Susa, onde havia importantes centros de estudos hebraicos. Ora, em 115, enquanto as principais forças romanas ainda se defrontavam com a resistência parta, os judeus de diversas comunidades da Mesopotâmia, preocupados com o seu futuro e ressentidos pelo que ocorrera a Jerusalém, começaram a atacar e massacrar as pequenas guarnições romanas deixadas para trás, atacando em seguida aos civis gregos e romanos. Fazendo jus à fama de sua coesão, da organização em rede, sempre muito bem informadas, as comunidades judaicas de áreas mais ao ocidente do império, levantaram-se em armas para ajudar os irmãos da Mesopotâmia, Síria e Judeia. Por outro lado, enquanto diversas comunidades judaicas, no Mediterrâneo, foram atacadas por gregos e romanos, em virtude do apoio que seus confrades davam aos partos.
__ Em 115 estourou uma grande revolta, levantando quase ao mesmo tempo as comunidades judaicas da Cirenaica (leste da Líbia), na ilha de Chipre e no Egito, em especial Alexandria. Foi um frenesi sangrento! Conforme autores antigos como Eusebio de Cesareia, Paulo Orosio, Dion Cassio, o número de vítimas civis greco-romanas nessas regiões atingiu a centenas de milhares; templos de divindades pagãs e de culto imperial foram sistematicamente destruídos, assim como símbolos de sua cultura civil, como as basílicas os banhos públicos, que chocavam a repugnância hebraica pela nudez pública.
__ Superadas as dificuldades no Oriente, o general romano Lucio Quieto comandou a reação, que sufocou um após outro, com mão de ferro, todos os focos de rebelião, exterminando completamente as comunidades judaicas rebeladas de diversas cidades e regiões inteiras, em 117 (3). Os judeus, que até ali provocavam surpresa e até zombaria, por causa da “estranheza” de sua religião, na massa média da população politeísta, começou, por causa disso, a despertar sentimentos cada vez mais hostis, nas regiões mediterrâneas do império. Nesse levante, entretanto, começou a circular entre os judeus um conceito que andava meio abafado, e que ressurgiu para arrastá-los à perda completa mais adiante: o de “messias”, usado por alguns líderes da Revolta Judaica de 115.
__ Em 117 o imperador Trajano morre e é substituído por Publio Aelio Adriano Augusto, que, a princípio, parece agir com simpatia pelos judeus, tendo pensado, inclusive, na reconstrução do Templo. Porém, a partir de 130/131, após um giro na região, onde visita pessoalmente Jerusalém, ele resolve transformar a cidade numa típica cidade romana, inclusive com um templo dedicado a Júpiter, bem em cima das ruínas do templo de Herodes. Um escândalo! As lideranças judaicas começam a preparar uma nova revolta às ocultas, com o cuidado de não repetir os erros e divisões da revolta anterior, entregando o comando absoluto do movimento a Simão bar Kokhba, se apresentou dizendo ser o Messias, pronto para libertar os judeus. Ora, o nome dele em aramaico quer dizer “Simão filho da estrela”, o que impressionou muito a mais conceituada autoridade religiosa hebraica: o rabi Akiba ben Yosef, que, baseado em uma passagem da Bíblia, Nm 24,17, dá o seu aval ao novo messias.
__ Teve início uma guerra de guerrilhas, com a destruição sistemática de pequenas guarnições, e o uso de um intrincado sistema de túneis, acobertado pelo apoio irrestrito da população judia – a população cristã da Judeia recusou-se a reconhecer Simão como messias, não vendo, por conseguinte, qualquer sentido na sua participação nessa guerra, e por isso foi cruelmente perseguida. Incapazes de convencer a população a não prestar auxílio aos revoltosos, os romanos contra-atacaram, acumulando mais forças e vindo, de norte para sul, destruindo uma por uma, todas as cidades e vilas de população judia que encontravam, num total de 50 praças fortificadas e 985 aldeias. Todas arrasadas. O último foco de resistência foi na fortaleza de Betar, que caiu após um longo cerco, e todos os seus ocupantes massacrados. A guerra foi sangrenta, as baixas muito elevadas, cerca de uns 550 mil judeus morreram, e um número enorme deles foi aprisionado, expulso ou vendido como escravos. Adriano não permitiu que os corpos dos defensores de Betar, onde morreu Bar Kokhba, fossem sepultados, o que só ocorreu no reinado de seu sucessor, anos mais tarde – contra os romanos os judeus ainda tentariam duas revoltas militares: a de Diocesarea (351-352), contra o crescimento do cristianismo helenizado e a perda de direitos na Palestina, e contra o imperador Heráclio, de Bizâncio, entre 613 e 617, quando eles conseguiram tomar Jerusalém-Aelia Capitolina, e massacraram a população cristã local.

O Rescaldo

__ Do lado judeu as consequências foram terríveis:
a) O judaísmo deixa de ser uma religião ascendente na bacia do Mediterrâneo, a ponta de lança do monoteísmo, perdendo gradualmente este lugar para o cristianismo, que não terá rivais nessa região até a ascensão do islamismo. A população do império, antes receptiva, começa a hostilizá-lo.
b) As perdas em vidas humanas e o trauma das guerras foram enormes e algumas feridas nunca cicatrizarão. Dos dois lados.
c) Mesmo após os dois primeiros levantes os judeus continuaram gozando de todos os privilégios e isenções especiais que sempre gozaram durante a república e o império, e que nenhuma outra religião gozou, mas com o levante de 133-135 a coisa mudou, uma vez que Adriano “proibiu a aplicação da Lei, do calendário judeu e executou vários sábios judeus. No ápice do antigo templo ele instalou duas estátuas: uma de Júpiter outra de si mesmo. Tentou apagar a memória da Judeia e do antigo Israel, mudando o nome da região nos mapas para Síria-Palestina [nome com que é conhecida até hoje]... ele reconstruiu Jerusalém, mas como uma pólis romana pagã, chamada Aelia Capitolina (5), onde os judeus eram proibidos de entrar, exceto no dia de Tisha B’Av (Wikipedia em inglês – Bar Kokhba Revolt)(6).
d) A expulsão ou mesmo a escravização de inúmeros judeus espalhou-os pelo império, o que aparentemente facilitaria uma difusão maior de sua religião, mas isso não aconteceu, seja pela hostilidade geral que se criou contra eles, após tão sangrentos levantes, seja por conta de uma atitude de fechar-se sobre si, aferrando-se à memória do Templo e da Palestina. O isolamento dos judeus em guetos, ao longo da Idade Média e a seguir, na Europa Ocidental, é fruto de dois movimentos de repulsa simultâneos: dos judeus em relação aos cristãos, dos cristãos em relação aos judeus.
e) O abandono em massa da Judeia, numa tentativa de evitar perseguições, preconceitos e acertos de conta reduziu drasticamente o número de judeus residentes, talvez para algo em torno de 200 mil. Muitos rabinos tentaram deter a emigração, ameaçando tratar os emigrados como idólatras.
f) O fim do sacerdócio judaico. Uma função familiar passada de geração a geração, não havia mais como resgatar essa genealogia, sem falar que faltava o essencial: o Templo para eles oficiarem. A vida religiosa dos judeus na diáspora vai girar em torno da sinagoga, dirigida por lideranças laicas, até os dias de hoje (começo de 2016)
__ Do lado cristão também houve consequências:
a) As comunidades cristãs da Judeia, compostas esmagadoramente por judeus convertidos, ficaram entre dois fogos, durante a guerra de 66, uma vez que não eram aceitos pelos romanos, que não os distinguiam dos judeus, e eram por estes hostilizados, há décadas, e, por conseguinte, não viam a guerra como uma causa sua. Seja pela lembrança das palavras de Cristo (Lc 21,20-23; Mt 24,15-20; Mc 13,14-18), seja por conta de uma revelação, como diz uma tradição, os cristãos de Jerusalém e da Judeia fugiram para o outro lado do rio Jordão, para a cidade de Pella, na atual Jordânia, e outras, antes do cerco final de Jerusalém. Deus, aparentemente, escutou o pedido de Cristo e dos cristãos, e o cerco não se deu no inverno...
b) Na revolta de 132, o fanático messias Bar Kokhba, um homem obcecado, autoritário e visceral, que obrigava os seus recrutas a uma demonstração de lealdade, cortando a ponta do dedo mínimo, atacou ferozmente todos os judeus que recusassem se engajar na guerra, em especial os cristãos, que segundo alguns historiadores eclesiásticos antigos, foram torturados e até mortos por não reconhecer o messianismo de Bar Kokhba, sem falar que a mensagem de paz dos cristãos devia parecer uma forma de contemporização com os romanos. Ao mesmo tempo em que os cristãos também eram violentamente perseguidos em algumas regiões do Império Romano.
c) Os cristãos da Judeia se viram muito isolados da sede cristã de Roma. Com eles iriam acatar determinações que vinham de uma cidade, cujas tropas estavam arrasando o seu país? Por isso as comunidades judias-cristãs acabaram por se separar gradualmente da Igreja, formando, pequenas seitas cristãs, com uma doutrina própria, diferente do cristianismo “oficial”. Entre esses grupos podemos citar:
c.1 – Os nazarenos: que “seguem as crenças e os preceitos do judaísmo e da lei judaica, enquanto reconhecem a Jesus, que eles qualificam como “servidor de Deus”... foram progressivamente suspeitos de heterodoxia em torno da segunda metade do século IV, antes de se fundir à “grande Igreja”, em uma data indeterminada, no século V... trata-se de um movimento de cristãos de origem judia que tem a sua fonte em dois grupos cristãos anteriores à destruição do Templo, em 70, um ligado à pessoa de Tiago e outros à de Pedro” (Wikipedia em francês – Mouvements Baptistes Antiques).
Entre suas práticas se conta: utilizam-se do hebreu, pelo menos nas leituras do Primeiro Testamento; teriam fugido para Pella e Damasco (na Síria), vindos de Jerusalém, e foram também chamados “issenos” (no Corão, Jesus é chamado de Issa, e pode ter sido através deles que os muçulmanos entraram em contato pela primeira vez com o cristianismo, o que indicaria também sua presença missionária na Arábia e regiões circunvizinhas)); praticavam o mitzvot (os 613 mandamentos dos fariseus); foram alvo de perseguição dos judeus; criam na morte redentora de Jesus, mas se dirigem à sinagoga, e não à igreja, para as suas orações. Logo guardam o sábado e não o domingo.
c.2 – Os ebionitas: cujo nome quer dizer “pobres”, apresentam alguns costumes muito parecidos com os dos essênios ou os da comunidade Yahad. Entre seus costumes observa-se: guardar o sábado e a circuncisão; fazer várias abluções durante o dia, (baseando-se em supostas práticas do apóstolo Pedro); rejeição a qualquer tipo de carne (vegetarianos); recusam a praticar os sacrifícios prescritos na Torá, uma vez que Jesus teria vindo acabar com esses sacrifícios, e mesmo o sacrifício da eucaristia é celebrado apenas uma vez por ano; rejeitam o celibato, e antes proclamam a obrigatoriedade do casamento. Para eles Cristo é o Messias de Deus, dotado de poder divino pelo Espírito Santo, e o único homem que cumpriu perfeitamente a Lei.
A origem desse movimento é controvertida assim como suas manifestações, pelo que se sabe haveria, dentro desse movimento, uma corrente farisaica, uma essência, uma gnóstica. Uma linha de pesquisadores modernos acredita que eles se separaram dos nazarenos, entre a primeira e a terceira guerra judeu-romana. Expulsos do entorno palestino, pelos romanos, eles procuraram abrigo na Arábia e na Pérsia, onde subsistiram até o século X.
c.3 – Os elkasaítas: Uma seita judeu-cristã batista e gnóstica, fundada la pelo ano 100, por um profeta chamado Elkasai, a partir de certas “revelações” espirituais. Esta seita pregava que Jesus era uma espécie de anjo revelador, chamado de Filho de Deus (um ser, na verdade, gigantesco e poderoso, associado a um ser feminino, por eles chamado de Espírito Santo), e entre os seus preceitos estava o do crente poder, em caso de perseguição, renegar publicamente a sua fé, desde que a preservasse no coração, além de fazerem uso da adivinhação e da astrologia. No reinado de Constancio II, no século IV, apareceram entre eles duas mulheres que, dizendo-se descendentes de Elkai, foram muito cultuadas por esse grupo, a ponto de o pó de seus pés e a sua saliva serem usados como remédio (isso nos remete a trechos conhecidos dos evangelhos de Mc 8,23 e Jo 9,6). Como cristãos eles praticam o batismo e como judeus fazem numerosas abluções rituais. A existência do grupo está precariamente documentada entre os séculos III e X.
c.4 – Os mandeus, cujos fundamentos os remetem para o século II, embora eles se apresentam seguidores de imediatos de São João Batista, provavelmente discípulos de João Batista que se recusaram a seguir Jesus, e que teriam fugido da Judeia durante a repressão às revoltas judaicas. Eles ainda batizam seus adeptos em rios, onde eles entram vestidos de uma túnica branca, antes de serem imersos por um sacerdote;  para eles todos os rios onde praticam o ritual do batismo se chama “Jordão”. Cultuam Adão, Seth, Enoque, Noé, Sem e, especialmente, João Batista, o maior de todos. Para eles Abraão, Moisés, Jesus e Maomé são falsos profetas. Acreditam em dois mundos antagônicos: o “mundo de cima” e o “mundo de baixo”. No mundo de cima habita um deus misterioso que eles chamam de “Vida” ou “Senhor da Grandeza”, enquanto o mundo de baixo é feito de trevas. Esta visão bipolar do mundo e do universo espiritual aponta a influência de correntes filosóficas e religiosas persas.  
Eles voltaram ao foco da imprensa mundial, por causa da invasão americana ao Iraque, em 2003. Meste país, até esse ano, vivia a maior parte dos mandeus, entre 60 e 70 mil, concentrados principalmente na região do delta dos rios Tigre e Eufrates, mas com o colapso da ordem no país, provocado pela invasão, a maioria teve que fugir para países vizinhos, em especial o Iran. Estão muito dispersos.
__ Além desses grupos mais importantes contam-se outros, como os sabeus, os masboteus, os hemerobatistas, diversas correntes de ebionitas, etc., que ora se fundem ora se separam ficando muito difícil de delimitar doutrinalmente a uns e outros, sem falar na confusão doutrinária reinante, com as variações mais estranhas, mas sempre apontando numa direção: para Cristo, seja para enaltecê-lo seja para deformá-lo seja para combatê-lo, ao mesmo tempo em que preservam ritos centrais do judaísmo, como que querendo preservar o melhor de dois mundos, sem optar por nenhum deles. Agora nós sabemos aonde foram parar aquelas multidões que aparecem nos evangelhos a seguir a Cristo no Sermão do Monte, na multiplicação dos pães, na entrada triunfal em Jerusalém, e que desaparecem nos últimos capítulos dos evangelhos ou no início dos Atos dos Apóstolos. Infelizmente a Igreja não conseguiu cooptar a todos, confirmando a angustiante profecia de Cristo dos muitos convidados e poucos escolhidos, mostrando que a Igreja também perdeu, e muito, com os combates na Judeia (7).
__ É possível que, em paz, com tempo, com o trabalho dos missionários e a ação do Espírito Santo, essa gente acabasse por se aproximar da Igreja de Pedro e Paulo, assumindo o cristianismo como o entendemos, porém, havia também o oposto: a presença onipresente do Templo, uma construção monumental, e um testemunho concreto impressionante da espetacular história da salvação dos homens, escrita e guardada pelos judeus. O seu fim, em 70, agravado pela catástrofe de 135, causou um enorme baque na caminhada da humanidade para o monoteísmo e a saudável convivência entre as religiões, pois, embora os cristãos não tivessem culpa, tinham até boas razões para não crer na conveniência dos levantes na Judeia, não foi assim que os judeus consideraram, aumentando ainda mais seu ressentimento contra a nova religião. Esses acontecimentos, ao que parece, fecharam definitivamente o parco diálogo que havia, naquele tempo, entre judeus e cristãos, e as chances de conversão recíprocas. Os gentios ficaram na Igreja, mas os judeus se foram. Em pouco tempo não haverá mais um único bispo com nome judeu na Plalestina. Essa foi a maior perda da história da Igreja, depois da morte de Cristo, e que, inclusive, “atrasa” a segunda vinda de Cristo (Rm 11,25-26), segundo a interpretação mais comum.

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Um Martír do Monoteísmo
__ A revolta de 135 teve como uma de suas mais trágicas consequências a morte de uma figura legendária no judaísmo: o rabi Akiba ben Yosef. Segundo a tradição ele era um pastor pobre e ignorante que decidiu, já adulto, aprender a ler e se tornar um perito na Torá, o que conseguiu após 24 anos de estudos dedicados ininterruptos, o que o tornaram a mais acatada autoridade na Torá de seu tempo, cujos ditos e comentários são garimpados até hoje pelos estudiosos judeus.
__ Segundo a tradição, Akiba, que era um simpatizante da revolta de Bar Kokhba, preso por ordem do governador romano Quinto Tinneio Rufo, por estar ensinando ostensivamente a Torá, em algum momento do levante. Como Akiba se recusasse a parar com o seu ofício, segundo ele “o judeu sem a Lei era como um peixe sem água”, o governador romano ordenou que fosse torturado e morto; teria sido esfolado vivo com ferros incandescentes, inclusive com os cuidados de um médico para prolongar seu sofrimento, na esperança que repudiasse a sua crença. Dizem que, indagado de porque continuava calmo e orando, como se não sentisse dor, ele teria respondido: “eu não sou feiticeiro, antes regozijo-me com a oportunidade que me foi dada de amar a Deus ‘com toda a minha vida’, uma vez que até agora eu só fui capaz de amá-lo com ‘todo o meu entendimento’ e com ‘todas as minhas forças’”. Numa clara alusão a Shemá. Sua última palavra foi um prolongado “Uuuuno!” (Wikipedia em inglês – Akiva ben Joseph)
__ O fato de Akiba, para nós cristãos, ter escolhido um falso profeta, não esgota seus méritos de devotado estudioso da palavra de Deus e um exemplo vivo para as futuras gerações, tanto no seu comportamento cotidiano, doméstico, como no testemunho de sua fé, padecendo na Judeia aquilo que os cristãos vinham padecendo em várias partes do mundo romano, nem o valor dos seus ensinamentos, em especial aqueles que ressaltavam a necessidade de acolher e não criar constrangimentos, por falta de recursos, às pessoas mais pobres. De sua vida ficaram umas anedotas muito saborosas:
a) Vendo uma pedra furada pelos pingos de água que caíam de um balde ele disse: “se esses pingos, por uma ação contínua, podem furar essa pedra, quanto mais pode, a insistente Palavra de Deus, penetrar no maleável e flexível coração de carne do homem que a Ela se dedica com persistência” (idem).
b) “O mundo é julgado com benevolência [por Deus], mas tudo depende da maioria de nossas ações”. Não podemos nos fiar na bondade de Deus e nos eximirmos de fazer o bem (Wikipedia em espanhol).
c) “Tudo está previsto [por Deus], mas o homem tem o livre arbítrio” (idem).
d) “As brincadeiras e a frivolidade conduzem o homem à imoralidade. A tradição é como uma trincheira que protege a Torá, a caridade protege a riqueza, os votos conduzem a abstinência, enquanto o silêncio conduz à sabedoria” (idem)
e) Certa vez rabi Akiba deu uma bela joia à sua esposa. A esposa de rabi Gamaliel, quando a viu, ficou com inveja e cobrou do marido: “Por que tu não me dás uma joia como aquela?” Ao que Gamaliel respondeu: “Porque tu não fizeste por mim o que ela fez por ele, porque se o tivesses feito eu ti presentearia a joia”. Como Akiba era pobre, a sua esposa cortava o seu cabelo para vendê-lo e pagar o seu curso – considere-se que ela era de família rica e o quanto a mulher oriental antiga era apegada aos seus longos cabelos.
Etc.
__ A morte de rabi Akiba, nas condições em que ocorreu foi desnecessária, cruel e muito covarde, assim como o martírio dos cristãos, desonra a grande civilização romana. Mas a vida continuava e a Igreja de Cristo, envolvida por perseguições sangrentas, injustiças, calúnias e defecções, em vários lugares do império, se erguia, pouco a pouco, tijolo a tijolo, alicerçada na Pedra Fundamental, unida e animada pelo Espírito Santo, enquanto via ascender a primeira geração que se seguiu após os apóstolos. A mensagem de Jesus Cristo sobreviveria?

Notas
(1) Segundo a Jewish Encyclopedia e a Wikipedia (em espanhol e inglês), o incidente que deu início a essa guerra foi o seguinte: um grupo de judeus, em Cesareia, foi se queixar ao procurador de que alguns pagãos haviam feito o sacrifício de um animal em frente à sua sinagoga, tornando o local impuro. Gesio, que inclusive havia cobrado uma grande quantia (8 talentos) para receber os queixosos, não só não lhes deu ouvidos como mandou prendê-los. Quando a notícia chegou a Jerusalém, o filho do sumo sacerdote, Eleazar ben Hananias, reagiu de chofre e determinou o fim imediato dos sacrifícios e das orações pelo imperador, ao mesmo tempo em que grupos isolados de judeus começaram a atacar cidadãos gregos e romanos que lá estavam. A coorte romana, aquartelada na torre Antonia interviu, ocupando o templo, enquanto roubava 17 talentos do tesouro do templo, sob as ordens do procurador. A alegação de Gésio era que, já que os judeus não iriam rezar para o imperador, não mereciam ficar com o tesouro, que financiava a manutenção do templo, uma vez que este tesouro seria do imperador! Os jerosolimitanos reagiram com humor, fazendo passar um “chapeuzinho” pela cidade, para tirar o procurador da “miséria”. Este reagiu mal à brincadeira, mandando mais tropas a Jerusalém, para reprimir aquilo, mandando posteriormente prender, torturar e até crucificar vários judeus, inclusive alguns que eram cidadãos romanos, o que era ilegal, além de estimular elementos da comunidade greco-romana de Cesareia a atacar os judeus de lá, o que aquela fez com vontade, matando diversos deles. Ninguém conseguiu mais deter os ódios e os conflitos se generalizaram em Jerusalém, obrigando as autoridades judias pró-romanos, a abandonar a cidade às pressas. A guarnição romana de Jerusalém foi completamente massacrada, e logo após se seguiu um sangrento ajuste de contas contra gregos, romanos e simpatizantes.
(2) Entre junho e julho de 67, Vespasiano cercou a fortaleza de Yodfat, onde estava o comandante das forças rebeldes da Galileia, um jovem de família importante chamado Yosef ben Matityahu, que conseguiu escapar com vida da matança que os romanos promoveram com a queda da cidade – ele refugiou-se dentro do poço de água da fortaleza, onde os romanos o encontraram. Segundo Yosef, os romanos mataram todos os homens, dezenas de milhares, e escravizaram umas 1.200 mulheres e crianças. Feito prisioneiro dos romanos, Yosef ben Matityahu, consegui-lhes as graças após ter previsto que Vespasiano seria imperador em pouco tempo, o que de fato aconteceu, e acabou sendo adotado por Tito, que mudou o seu nome para Flavio (sobrenome da família de Tito) Josefo (latinização do primeiro nome de Iosef). Era uma adoção de pleno direito, inclusive sobre os bens do adotante. Flavio Josefo seria o responsável por escrever uma obra minuciosa sobre essa guerra, que felizmente chegou até nós, chamada Guerras Judaicas.
(3) Lucio Cassio Dion, escritor romano do final do século II, escreveu: “Os judeus da região de Cirene, encabeçados por um tal Andreas, partiram a exterminar tanto aos gregos como romanos. Eles cozinharam suas carnes, fizeram cintos para si próprios com as entranhas daqueles, ungiram-se com o seu sangue e vestiram-se com a pele deles. Alguns foram colocados de cabeça para baixo e serrados ao meio. Outros foram jogados às feras e obrigados a lutar como gladiadores. Ao todo pereceram umas 220 mil pessoas [na Cirenaica]. Praticaram ações semelhantes no Egito e em Chipre, sob o comando de Artemio. Aí cerca de 240 mil pessoas morreram. Por esse motivo nenhum judeu pode mais por os pés aí [em Chipre], e se ocorre de um deles vir para na ilha trazido pelos ventos [num naufrágio], é condenado à morte” (traduzido da Wikipedia em inglês – Kitos War).
Paulo Orosio, um escritor cristão do século IV, escreveu “Os judeus... fizeram guerra aos habitantes da Líbia da maneira mais selvagem e de tal forma extensa, que a região ficou desabitada, uma vez que seus agricultores foram massacrados; e essa terra teria ficado completamente despovoada se o imperador Adriano não tivesse mandado para lá colonos de outras regiões, para substituir os que haviam sido exterminados” (idem, idem).
A Jewish Encyclopedia, de 1906, reconhece que “para o conhecimento da Revolta Judaica sob Trajano e Adriano, Dion é a fonte mais importante... embora suas descrições sobre as crueldades perpetradas pelos judeus em Cirene e Chipre sejam, provavelmente, exageradas” (idem, idem).
Outros fatos foram: no Egito: a ocupação, e destruição pelo fogo, da cidade de Alexandria, destruição especialmente dirigida contra os templos egípcios e a tumba de Pompeu (um símbolo para a história romana); em Chipre o que marcou foi o massacre indiscriminado contra civis gregos e romanos; houveram ainda combates na Judeia, onde se destacou o duríssimo cerco de Lida, que acabou do mesmo jeito que os outros focos: sacrifícios e mortes desnecessárias.
(4) O verbete Hadrian, da Wikipedia em inglês diz o seguinte (sempre entre aspas): “segundo o oerudito moderno Giovanni Bazzana, a intenção original de Adriano sempre foi construir Jerusalém como uma colônia romana, como Vespasiano fez com Cesareia Marítima, com vários privilégios honoríficos e fiscais, com uma população majoritariamente pagã. Aceitar-se-ia, como em outras colônias semelhantes, que os judeus residentes ficassem isentos do culto oficial”. Essa regalia, como uma política oficial do estado romano, os cristãos nunca tiveram antes de Constantino. “É possível que nessa viagem [e nas suas declarações] ele apenas procurasse o apoio judeu à ordem imperial romana, como o atestado em inscrições de Cesareia, onde a epigrafia revelou o nome de vários elementos judeus que serviram no exército romano nas rebeliões de 66 e 132”.
“Tem-se especulado que Adriano pretendia assimilar o templo judeu à base de apoio cívico-religiosa ao seu reinado, como ele vinha fazendo nos lugares tradicionais de culto dos gregos e de outros povos. Também se aventou que Adriano tentou juntar todos os sistemas de crença do Império num todo coerente, que serviria de suporte para o seu projeto de uma autocracia imperial... Os vizinhos samaritanos já haviam se submetido a um processo semelhante de helenização e sincretismo religioso, integrando os seus ritos com os dos helenistas. Adriano provavelmente sancionou esse culto... ele construiu um templo para o helenístico, e possivelmente sincrético, Zeus Hypsisto (Zeus Altíssimo) no Monte Garizim”. Ou seja, estava em curso um processo de absolutização religiosa em favor do culto do imperador, distante da primitiva tolerância politeísta, e que, na melhor das hipóteses, transformaria os deuses de outros povos em divindades menores frente aos deuses romanos ou à figura do imperador, sinal privilegiado da unidade imperial, que não poderia mais subsistir diante da variedade multiforme e anárquica do politeísmo tradicional, sem falar que os povos orientais sempre sem mostraram muito receptivos a à divinização dos governantes, ao contrário dos ocidentais que resistiam. Porque com os judeus, que eram orientais, seria diferente? Deve ter pensado o imperador. Cristãos e judeus combateram essa tendência, que era contra a evolução que eles pregavam, de conversão ao monoteísmo. Os primeiros pelo enfrentamento pacífico, os segundos de armas nas mãos; venceram os primeiros, mas os segundos não perdoaram a Adriano, por isso, sempre que as antigas fontes judaicas citavam o seu nome, ele era imediatamente seguido da invocação: “que os seus ossos sejam quebrados!”
(5) Jerusalém, transformada numa cidade romana, foi chamada de Aelia Capitolina de 136 até 638, quando os árabes a tomaram, chamando-a de “Iliya”, forma arabizada de Aelia, e, posteriormente, Al-Quds (a Santa).
(6) É um dia de luto, lamentação e jejum (um jejum severo de 25 horas), considerado o mais triste do calendário litúrgico judeu, semelhante à nossa Sexta-feira Santa, que relembra os grandes desastres da história judaica. Até o final da antiguidade eram lamentados: o episódio dos doze espiões de Moisés (Nm 13;14); a destruição do Templo de Salomão pelos babilônios; a destruição do segundo Templo pelos romanos, em 70; a derrota da rebelião de Bar Kokhba; a aragem da área ao redor do Templo, em 135, pelos romanos. A essas calamidades, ao longo dos tempos, foram acrescentadas outras como: o episódio do bezerro de ouro da Bíblia; os massacres que se seguiram à Primeira Cruzada; a expulsão da Inglaterra, em 1290; a expulsão da Espanha, em 1492; a entrada da Alemanha na 1ª Guerra Mundial, que a levou, no momento seguinte a provocar a 2ª Guerra; o Holocausto da 2ª Guerra; o atentado em Buenos Aires (1994); a saída voluntária das colônias da Faixa de Gaza (2005). Nesse dia o judeu não pode comer ou beber, se lavar ou tomar banho, não usar perfumes e cremes para a pele, não usar algo em couro, não manter relações sexuais. Também ficava proibido o estudo da Torá, que traz alegria ao coração, exceto algumas partes que falam de castigos e desgraças, como nos livros de Jó e Jeremias, excluídas, é óbvio, as que falam em consolo. Existem vários grupos mais esclarecidos no judaísmo, propondo o fim dessa “celebração”, que já não é unânime.
(7) Para informações mais detalhadas, com muitas citações, notas de rodapé, abundante bibliografia, eu recomendo o verbete da Wikipedia em francês Mouvements Baptistes Antiques, e os links que dele derivam para os movimentos específicos.
(8) Essa ação de Tito é apresentada, em espanhol no seguinte endereço: http://www.gecoas.com/religion/historia/antigua/sigloI-Z.htm ; enquanto o texto de Flávio Josefo, que narra o episódio, pode ser encontrado, em francês, no endereço: http://remacle.org/bloodwolf/historiens/Flajose/guerre6.htm#_ftnref18

Bibliografia
Bíblia de Jerusalém; 3ª impressão; Paulus; São Paulo; 2004
Bíblia Sagrada; 144ª edição; Ave-Maria; São Paulo; 2001
Bloch, Raymond e Cousin, Jean; Roma e o seu destino; trad Ma. Antonieta M Godinho; Cosmos; Lisboa-Rio de Janeiro; 1964
Cornell, Tim e Matthews, John; Roma legado de um império; col. Grandes Impérios e Civilizações; trad Maria Emilia Vidigal; Del Prado; 2 vol; Madrid, 1996;
Diacov, V. e Covalev, S.; História da Antiguidade – Roma; trad João Cunha Andrade; Fulgor; São Paulo; 1965
Feldman, Sergio A.; Entre o Imperium e a Ecclesia: os judeus no Baixo Império; Anais di XIX Encontro Regional de História: Poder, Violência e Exclusão; ANPUH/SP-USP; São Paulo; 8-12 de setembro de 2008  
Giordani, Mario Curtis; Antiguidade Clássica II – História de Roma; 9ª edição; Vozes; Petrópolis; 1987.
Jedin, Hubert (org); Manual de Historia de la Iglesia – e la Iglesia primitiva a los comienzos de la gran Iglesia - tomo primero; versión castellana Daniel Ruiz Bueno; Herder; Barcelona 1966; (online)
Jewish Encyclopedia; 1906 - www.jewishencyclopedia.com
McKenzie, John L.; Dicionário bíblico; trad. Álvaro Cunha e outros; 8ª edição; Paulus; São Paulo; 2003.
Mora, Jose Ferrater; Diccionario de Filosofia; Sudamericana; Buenos Aires (online)

Reale, GiovanniAntiseri, Dario; História da Filosofia – Patrística e Escolástica; trad. Ivo Torniolo; 4ª edição; Paulus; vol 2; São Paulo; 2009

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