É CULTURAL OU POLÍTICO?

Prof Eduardo Simões

__ É comum aqui no Brasil se apresentar índices financeiro-quantitativistas como uma panaceia para os problemas educacionais, contaminando de tal forma o debate que qualquer outro viés se torna impossível. O critério para a avaliação do bom e do mau político é o percentual de recursos que ele se compromete investir na educação caso eleito, e nesse sentido Dilma extrapolou ao se comprometer com o repasse de 100% dos recursos do pré-sal para a educação. Como dar mais do que isso? Até parece um leilão! Mas pode ser que a valorização da educação possa acontecer de um forma bem mais simples e barata do que se possa imaginar.

__ Os Estados Unidos, que segundo dados da OCDE de 2014, investem 5,30%, menos que os 5,7% do Brasil – que deverá se tornar 7% em 2019 e 10% em 2024, segundo leis recentes – têm um cultura de estímulo à educação e aos estudantes que talvez dê mais resutados que a nossa cultura quantitativista em relação à educação. A filha de meu irmão, que estudou lá, por um ano, mais ou menos, recebeu uma cartinha de congratulações do prefeito da cidade por ter tirado notas boas na escola... pública. Os melhores alunos do Ensino Básico do país são recebidos pelo presidente em pessoa.

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http://thecaucus.blogs.nytimes.com/

__ Numa de suas iniciativas em educação, por exemplo, o presidente Barack Obama resolveu criar um fato educacional relevante, em 2010: Uma feira anual de ciências na Casa Branca – a White House Science Fair – a residência oficial do presidente, sede do Poder Executivo, americano. Na foto acima vemos Obama com o estudante Joey Hudy, testando o canhão de marshmallow do garoto. Quando Obama viu a geringonça, perguntou ao inventor se o marshmallow fosse disparado contra uma parede ficaria grudado nela, ao que o garoto respondeu: “não sei”. “Vamos experimentar?”, acrescentou ele, e ele mesmo bombeou pressão para o canhão. Um projétil foi disparado contra uma das paredes do Salão Azul da Casa Branca, mas não grudou nela.

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http://www.houstonchronicle.com/

__ Acima Obama recebe Elana Simon, recebida na feirta de 2014, e posta para falar no púlpito oficial da Presidência, onde são anunciadas as mais importantes decisões e feitos os mais graves esclarecimentos do governo à nação. Essa garota, com 17 anos anos na época, é portadora de um grave tipo de câncer no fígado, e não só o enfrenta com galhardia como começou empreendeu estudos genéticos sobre a sua doença, com a ajuda do pai que é um professor universitário (biofísico celular), tornando-se uma uaotridade no seu tipo de câncer.

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https://www.whitehouse.gov

__ Obama conversa animadamente com algumas jovens bandeirantes, vindas do distante Oklahoma, na feira de 2014, que venceram uma feira de ciências local, para o nível delas, é claro, por teram inventado uma ponte a prova de inundação.

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__ No Brasil é diferente; nas manifestações dentro do Palácio do Planalto temos muito mais gente e democracia, como podemos ver acima, em eventos que recebem amplo destaque da imprensa.  

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__ Para não dizerem que não falei em educação no Palácio do Planalto eis uma manifestação de apoio à presidenta Dilma, com a presença inclusive de professores, comemorando a decisão do presidente da Câmara, Valdir Maranhão, em anula o processo de impedimento da presidenta. As crianças são os grandes ausentes, no Palácio do Planalto, dos projetos de educação e das preocupações dos brasileiros. A criança brasileira é uma abstração definida pela lei, feita em última instância, para garantir a reeleição de seu autor.

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__ Não quero ser injusto! Veja-se a preocupação do presidente Michel Temer com a educação de seu filho. Após anunciar solenemnte à imprensa que iria pegar seu filho, Michelzinho, numa escola cuja a mensalidade é mais de qutro salários mínimos, ele sai com a criança, cumprindo rigorosamente o ritual da presidência. A esposa, por sinal mãe do menino, fica uns dois metros atrás como manda o protocolo, para ninguém ter dúvida sobre quem é o verdadeiro presidente. Todos guardam distância respeitosa e ritual.

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__ Por que não pode ser assim? O que mais odiamos nos americanos é a sua capacidade de nos desmentir e revelar as nossas insuficiências e preconceitos, que tentamos caprichosamente esconder. Nós somos “afetivos” e eles “frios”, nós somos “familiares” e eles “formais”, nós “humanos” e eles “máquinas”, nós somos “revolucionários” e eles “reacionários”, “capitalistas”, “imperialistas”. Fantasiamos tanto sobre nós, para nós mesmos, que já não conseguimos mais saber quem somos e aonde queremos chegar. É tempo de abrir os olhos.

__ O bom exemplo de grandes e pequenos, mais que índices e verbas minimamente necessárias, nos ajudará a promover as nossas crianças, a educação e ainda nos ajudará a libertar-nos de nossas mentiras históricas...