sábado, 13 de agosto de 2016

ESCOLA SEM PARTIDO, DOUTRINAÇÃO DA EXTREMA DIREITA E FRUTO DA DESINFORMAÇÃO 6

Prof Eduardo Simões

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__ Durante a década de 1990, a elite governante brasileira, inchada pela demagogia onipresente à direita e à esquerda, resolveu intervir na escola pública, para forçar artificialmente a baixa da inflação, e, de quebra, esvaziar os reclamos por mais investimentos na escola pública de qualidade, sem falar da angústia de certa classe média, que se via obrigada, em meio à sua crescente proletarização, a tolerar seus filhos interagindo com crianças pobres e negras.
__ A grande questão educacional brasileira desse período era o controle da planilha de custos das escolas privadas, para cuja montagem era necessário um custo de tempo e energia enormes, que poderiam ser gastos em novos empreendimentos e melhorias educacionais, bem como convencer aos pais de que você, caso fosse diretor de escola, não o estava lesando. Era um situação esdrúxula, bem ao gosto da chipocrisia dessa classe média, uma vez que a escola era tratada como uma empresa pública na hora de cobrar seus honorários e como uma empresa privada na hora de pagar impostos e obrigações trabalhistas. A escola pagava mais impostos que motel.
__ O resultado disso é que aqueles projetos educacionais nascidos do ideal de professores idealistas, provectos e competentes, que está na raiz de todas as grandes escolas do passado, cujo memória nos deixa saudosos, se inviabilizaram ante os custos materiais e psicológicos, crescentes tornando-se cada vez mais difícil encontrar um sócio-capital para esse tipo de mepreendimento, enquanto açulados pela unanimidade da imprensa e por políticos fanfarrões  as famílias atiravam-se contra os diretores de escolas – os úncos membros da sociedade que não tinham a seu favor o direito constitucional da inocência prévia – assacando-lhes as piores acusações, a fim de poder manter os seus filhos longe das escolas dos pobres, a escola pública - só isso consegue explicar, com o mínimo de lógica, o fato de esses pais, mesmo acreditando que as esolas particulares eram dirigidas por criminoso (diretores foram para a cadeia), faziam de tudo para não tirar seus filhos de lá. Quem estava mentindo mais?
__  Li recentemente no site do estapafúrdio movimento Escola Sem Partido –a leitura desse site é a melhor propaganda contra ele próprio – que existe entre professores e alunos uma relação doentia do tipo Síndrome de Escocolmo (creio que os "sábios" do ESP quiseram dizer Estocolmo), que ocorre quando as vítimas de algum sequestro criminoso ou terrorista, entram numa espécie de estado de choque, que as induz extravagantemente a nutrir uma simpatia pelo seu opressor (deve ser algo derivado do instinto de sobrevivência testado no seu limite, claramente perceptível no caso do sequestro da filha de Silvio Santos), e por conseguinte a lei proposta pelo ESP viria no sentido “proteger’ os alunos disso.
__ O professor, portanto, é, previamente, tratado como um sequestrador, um terrorista, e os estudantes, inclusive aqueles que, mais informados e educados, saírem à defesa de seus professores estão na verdade “denunciando” o crime cometido por estes, e da mesma forma que os pais dos anos 90, cegos pela imprensa e pelos políticos, invadiam as escolas no passado para por diretores na cadeia, independente de seu passado e trabalhos pela educação, os pais agora se sentirão no direito e na obrigação de encurralar qualquer professor, a qualquer pretexto, e tratá-lo com a um sequestrador, um terrorista, porque nenhum deles vai para a escola com uma etiqueta na testa dizendo se é “doutrinador” ou não, se é que não vão impor, tampouco a lei especifica onde começa e acaba a doutrinação. É uma lei inexequível. Estamos, portanto, diante de uma doutrina totalitária e maliciosa de um grau que não se via desde a implantação do nazi-facismo na Europa, a maior ameaça não só à educação, mas a toda sociedade brasileira, como nunca talvez na história desse país, pois nunca antes os maus buscaram ocultar, de forma tão acintosa e covarde, as suas taras, preconceitos  e perversões atrás de crianças e jovens.
__ Aos professores, entretanto, cabe uma grave reprimenda. Quando ocorreram os sucesso dos anos 90, o seu posicionamento e o de seus órgãos de classe, os sindicatos, foi o de silêncio profundo e completa indiferença, enquanto a escola privada, fonte da renda e dos sonhos de muitos professores idealistas era chacoalhada de cima a baixo. A causa disso era a miopia histórica da esquerda brasileira que, naquela ocasião, ficou exposta, uma vez que ao assumir a defesa da liberdade administrativa das escolas privadas, dentro da economia de mercado, estaria defendendo o inimigo de classe dos trabalhadores, a burguesia, representada pelos diretores e proprietários de escolas privadas, ao mesmo tempo em que ela sabia que se os diretores fossem impedidos de aumentar as mensalidades, a sual luta por recomposição e/ou aumento de salário real, acima da inflação, ficaria inviabilizada, na escola privada. Ficar do lado dos pais simplesmente paralisaria a luta salarial dos professores. A hipocrisia e o oportunismo gritou no seu silêncio.
__ Os inimigos da razão e da escola nunca descansam, e agora, depois de terem arrbentado com a educação privada, afastando os diretores idealistas, quebrando as pequenas escolas centradas em métodos pedagógicos revolucionários,  e transformar esse setor numa bancada de negócios – as grande realizações desse setor são procuradas, hoje, na bolsa de valores – agora avançam contra os professores, não para amordaça-los, mas para agrilhoá-los, para escravizá-los, e as estes não resta senão arrepender-se de suas antigas e frequentes omissões, e começar uma luta decidida contra essec projeto, para não sentir ainda mais na pele a dolorosa atualidade daquela frase de Martin Niemöller (pastor luterano alemão e notório antinazista; 1892-1984), numa adaptação de uma frase do poeta russo Maiakovsk, dita durante as perseguições nazistas:

“Primeiro, os nazistas vieram buscar os comunistas, mas, como eu não era comunista, eu me calei. Depois, vieram buscar os judeus, mas, como eu não era judeu, eu não protestei. Então, vieram buscar os sindicalistas, mas, como eu não era sindicalista, eu me calei. Então, eles vieram buscar os católicos e, como eu era protestante, eu me calei. Então, quando vieram me buscar... Já não restava ninguém para protestar”.

Observação: para que o leitor não imagine que exagerei em minhas colocações reproduzo, abaixo, um texto inteiro, copiado do site do Escola Sem Partido,


Vítima de um verdadeiro “sequestro intelectual”, o estudante doutrinado quase sempre desenvolve, em relação ao professor/doutrinador, uma intensa ligação afetiva. Como já se disse a propósito da Síndrome de Escocolmo, dependendo do grau de sua identificação com o sequestrador, a vítima pode negar que o sequestrador esteja errado, admitindo que os possíveis libertadores e sua insistência em punir o sequestrador são, na verdade, os responsáveis por sua situação. De modo análogo, muitos estudantes não só se recusam a admitir que estão sendo manipulados por seus professores, como saem furiosos em sua defesa, quando alguém lhes demonstra o que está acontecendo”.
http://www.escolasempartido.org/sindrome-de-estocolmo

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