TRIBUTO A CONSELHEIRO E CANUDOS

Prof Eduardo Simões

Obrigado aos amigos de EUA, Brasil, França e Ucrânia. Deus os abençoe!

__ Houve uma época em que os brasileiros gostavam de sua história e tinham tanto orgulho do que eram, que muitas pessoas, apesar de não serem especialistas na área, e sem qualquer pretensão comercial, dedicavam-se ao estudo e à pesquisa da História do Brasil, à suas próprias custas, como foi o caso do jovem e brilhante advogado Pedro Wilson Maciel Mendes – olha os Maciel aí de novo! –  que resolveu, em 1949, fazer uma viagem pelo interior do Ceará e da Bahia, para resgatar a memória de um seu antepassado muito conhecido. Graças a essa viagem, temos alguns documentos iconográficos incríveis sobre Antonio Conselheiro e a saga de Canudos-Belo Monte. Onde estavam os professores universitários e pesquisadores oficiais da época, exatamente onde estão hoje: preocupados com coisas mais importantes do que falar e ensinar para o nosso povo as peculiaridades e a grandeza de sua história, e ainda na vertente dessa tendência, conseguiram transformar a história na segunda disciplina mais odiada na escola, só perdendo para a matemática.

__ Vemos abaixo alguns estantâneos dessa épica viagem. Meus agradecimentos aos sites maninhodobaturite.com.br e cangaconabahia.blogspot.com.br

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__ Vemos, de boina, o jovem Pedro Wilson Maciel Mendes (nascido em outubro de 1913), ao lado de Vilanova, um dos mais conhecidos combatentes de Canudos e que escapou do massacre. José Wilson, infelizmente não conseguiu escapar do massacre pela violência unilateral e contumaz da nossa sociedade, sendo assassinado a tiros, de dia e em plena via pública, por um colega de profissão, contra o qual sustentava uma causa, em janeiro de 1952. O assassino de Pedro Wilson chamava-se Francisco Carvalho Pereira, pertencente a uma poderosa família local, e perpetrou o seu crime com a ajuda de mais dois filhos, quando Pedro Wilson se fazia acompanhar do pai cego. Uma típica execução como nos anos 1830, e mais um lance da saga sangrenta dos Maciel.

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__ Primeira parada, Quixeramobim. Foto de 1949, mostrando a casa que foi o fracassado ponto comercial de Antonio Vicente Mendes Maciel, e onde ele residiu um tempo, de 1856 a 57, junto com a sua esposa Brasilina.

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__ Ruínas da capela onde o jovem onde o jovem e mui devoto Antonio costumava rezar e devanear, imaginando-se, quem sabe, santo e amado por todos. Como devem ser os santos.

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__ Com o fracasso no comércio ele foi se dedicar à educação das crianças num país que, convenhamos nunca deu muita atenção para nenhum dos dois. Esse era o aspecto, de certa forma emblemático, da escola em que ele lecionou, na Fazenda Tigre, no longínquo ano de 1939. Sabemos que Antonio Maciel abandonou essa profissão por falta de condições financeiras, algo que é também emblemático até os dias de hoje.

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(idem)

__ Eis o que sobrou da escola em 1949.

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(idem)

__ Mas nem tudo foi perda e esquecimento no universo de Antonio Maciel. Na foto, de 1939, vemos um de seus alunos ainda vivo: o repentista Belarmino Flor.

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__ A nova Canudos, como era em 1949, antes de ser engolida pela barragem.

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__ Chiquinhão, um dos sobreviventes de Canudos.

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maninhodobaturite.com.br

__ O velho combatente Vilanova, muito citado, inclusive por Euclides da Cunha, com 85 anos, posando com a malincher, que ele usou nos combates, e uma espada tomada de um oficial do exército. Ele viverá até os 105 anos!

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__ Chiquinhão e Vilanova posam diante de um umbuzeiro histórico. Foi diante desta árvore, no local em que eles estão, que foi incinerado o cadáver de Moreira César e outros soldados mortos nessa infeliz expedição. Chiquinhão, como reza a rija e nobre cortesia sertaneja, tira o chapéu em sinal de respeito.

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(idem)

__ Vilanova, de pé, e o cunhado de Pedro Wilson posam diante do que sobrou da igreja velha de Canudos-Belo Monte, feita de pedra e cal. Vê-se sinais de balas no que sobrou do reboco.

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__ Vilanova e Chiquinhão diante da cruz que marca o local exato onde foi sepultado, e depois exumado e profanado, o cadáver de Antonio Conselheiro. Tudo isso, hoje, encontra-se sob as águas da barragem.

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(idem)

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(idem)

__ Dois instantâneos da população de Canudos em 1949. Acima com Vilanova à direita, embaixo uma viúva e mulheres jovens guardando luto fechado, atrás maridos ou irmãos. São exatamente as mesmas caras, a mesma miséria e a mesma situação de abandono de 52 anos antes.

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__ Dois flagrantes, frente e lado, da casa, em Uauá, onde a coluna do tenente Pires Ferreira foi surpreendida, em 1896. Foto de 1949.