BRASIL
NEANDERTAL
Prof
Eduardo Simões
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A melhor modelo chinês de progresso e desenvolvimento humano.
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Uma coisa curiosa se observa nos sepultamentos do extinto homem de Neandertal:
seus ossos se encontram em perfeito estado, dando ensejo à crença de que eles
compunham uma super-raça. Entretanto, a explicação pode ser mais prosaica e
mais trágica: vivendo em comunidades nômades ou seminômades de caçadores e
coletores, o mais provável é que eles abandonassem os feridos e os doentes à
própria sorte, nos seus deslocamentos, de onde viria a aparência tão saudável dos
ossos daqueles que mereceram a honra de ser sepultados, por morrerem num
momento de estabilidade, após uma vida breve, que também transparece nos ossos.
A vida era dura, e não se gastava energia sepultando gente velha demais.
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Entretanto, os neandertais, com uma atitude tão “pragmática”, estavam perdendo
um manancial de experiência de vida, uma infinidade de macetes e manhas de
caçadores, formidável, que, se fossem transmitida, para as gerações futuras,
supondo que os neandertais sabiam falar, teria ampliado muito as possibilidades
de sobrevivência dessa raça. De maneira diferente, menos “esperta”, agiram os
homo sapiens que, preservando seus velhos, ampliaram sua bagagem de
conhecimento e de quebra, ao cuidar deles, aprimoraram os sentimentos de
cuidado e lealdade que lhe permitiram conquistar o mundo.
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Os neandertais, enquanto raça, estão definitivamente extintos, mas o neandertalismo,
enquanto um conceito de sociedade, está mais vivo do que nunca, principalmente
nos países onde o povo se deixa deslumbrar pelo brilho fácil da propaganda
enganosa, do volume, em detrimento do conteúdo, e cobre com votos e doações
generosas os líderes que o esfolam diuturnamente, seja em cargos políticos seja
em outras instituições, igualmente públicas, que prometem ampará-lo e
protegê-lo... desde que paguem! Tal é o Brasil.
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Vemos o escandaloso caso do Estado do Rio de Janeiro, onde a justiça, dando voz
ao desespero de pobres trabalhadores, bloqueou todos os recursos financeiros do
Estado, inclusive os necessários para investimentos prioritários, para usá-lo
como pagamento de pensão e aposentadoria, atrasados há quase dois meses! O
eminente governador do Rio, Francisco Dorneles, que não é mais nenhum “brotinho”,
nem precisa se preocupar com sua farta aposentadoria de deputado contumaz, deve
achar que idoso pobre vive de brisa, ou que, como os antigos neandertais, pode
ser deixado pelo caminho, à disposição da natureza, para não atrapalhar a
marcha da civilização brasileira rumo o progresso. Aliás, essa situação pode
trazer uma vantagem para os idosos! Eles já não serão o principal alvo dos
assaltantes, nas ruas e dentro de casa, quando parentes os constrangem a
assumir dívidas que não serão pagas. Aonde fomos parar?
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O pior é saber que essa gente um dia foi trabalhadora, e ajudou, com imposto,
senão com mensalidade voluntária também, os sindicatos, em especial os de esquerda,
que imediatamente puseram multidões nas ruas, com um amplo e custoso aparato de
showmícios, caravanas, etc., para salvar o mandato da “companheira” Dilma, que,
ao que consta, está com seu salário em dia e já tem uma vultosa aposentadoria
garantida por lei. Ora, esses sindicatos não estão mexendo uma palha para
denunciar essa situação covarde, e mobilizar a sociedade brasileira em favor
dessa pobre gente, que os sustentava diretamente, além dos milhões de
desempregados, para não ter que tocar num assunto que eles não admitem em
absoluto: a responsabilidade do Governo Federal nessa tragédia econômica e
social. É mais um testemunho da dupla moral da nossa esquerda.
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É situação de país emergente! Diria alguém. Nem tanto. A China também é um
emergente e continua cultuando os mais velhos e os seus ancestrais. Aliás, foi
um velhinho, Deng Xiaoping, com 78 anos, quem começou a revolução que
transformou a China numa potência mundial, que começa a revelar ao mundo seus
sublimes heróis. Vejam o belíssimo filme, sobre a vida e os ensinamentos de
Confúcio, disponível no You Tube (Confucius
a batalha do império – o título, como sempre, não tem nada a ver com o
filme). Nesse filme, e em quase todos os outros, a China nos dá duas lições
memoráveis sobre o valor dos mais velhos e da família.
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