MAROCAS
NA CASA DE IRENE
Prof
Eduardo Simões
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Hipocrisia estrutural
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A esquerda brasileira é tão encarniçada na acusação dos corruptos alheios
quanto no acobertamento de seus próprios. Mesmo que a presidenta Dilma não
tenha, ela própria, cometido qualquer ato direto com má intenção, algo difícil
de sustentar após a delação de Delcídio do Amaral, como negar a sua incomparável
capacidade de se cercar com gente “corrupta”, “ladra”, “traidora”, inclusive seu outrora dileto ex-presidente, conforme o dizem os fatos, a justiça... e os petistas? O objetivo
de qualquer pessoa séria é combater a corrupção, venha de onde vier. Aqueles
que votaram sim ao impedimento estão livres para aprovar, quando chegar a vez, a
cassação de Eduardo Cunha, mas aqueles que votaram não, se votarem pela
cassação de Cunha, mudarão a área de concentração da hipocrisia no Congresso,
de acordo com a geografia da Professora Marcivânia do PC do B.
O que é que os
vizinhos irão dizer?
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Excessivamente preocupados com o açodamento das manobras no processo de
impedimento, engendradas por Eduardo Cunha, na Câmara, os
magistrados do STF, ao redefinir o rito, ignoraram um paquiderme na sala: a
realidade atual do país, cuja situação política e econômica é muito mais grave
que a do tempo de Collor de Mello.
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Talvez os magistrados pensassem no caso paraguaio, quando a nossa distinta presidenta
comandou um boicote internacional contra um aliado e parceiro histórico, por
causa da celeridade, embora legal, do processo de impedimento de Fernando Lugo.
Foi estranho! Entretanto, não dá para negar que foi excelente para o país, uma
vez que a crise não se arrastou e os problemas internos puderam ser imediatamente
equacionados. Digamos assim: os paraguaios, e, de uma maneira menos legítima,
mas eficaz, os hondurenhos, em 2009, agiram pensando mais nos problemas de seus
países. E nós, o que fazemos?
__ Desconfiados de nós mesmos, o velho complexo de inferioridade ou de “vira latas”, de Nelson Rodrigues, olhando apenas para a política do Congresso, ignorando a falência do país e a polarização das ruas, de olho mais no rito, que no conteúdo das acusações, prolongamos indefinidamente a nossa agonia. Cada dia parece um ano, tantos são os acontecimentos!
__ Desconfiados de nós mesmos, o velho complexo de inferioridade ou de “vira latas”, de Nelson Rodrigues, olhando apenas para a política do Congresso, ignorando a falência do país e a polarização das ruas, de olho mais no rito, que no conteúdo das acusações, prolongamos indefinidamente a nossa agonia. Cada dia parece um ano, tantos são os acontecimentos!
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Mas é apenas o início das dores, pois, se o Senado acatar, por maioria simples,
a indicação de impedimento da Câmara, daqui há um mês, a presidenta se afastará
e o vice assume, até que um julgamento, daqui sete oito meses, definirá, por
maioria de dois terços, se a presidenta sai ou se retorna ao poder, desfazendo tudo que o vice fizer nesse período,
o que é o mais provável. Ou seja, o país ficará de sete a oito meses com uma
dupla presidência, a de fato e a possível, chefiadas por dois inimigos
inconciliáveis. O que não sairá de golpe baixo e manobras escusas? Que sustos que nós não tomaremos? O país aguentará? Qual é o estrangeiro,
com um pingo de juízo, que vai por um único centavo neste país?
__ Por imposição do STF, a pacificação do Brasil depende hoje única e exclusivamente da boa vontade, ou gesto de grandeza, da senhora presidenta. O país que se exploda – é mais fácil tirar um soberano inepto de uma monarquia absoluta do que um presidente inepto da república democrática do Brasil. O rito do processo de impedimento foi feito a partir de uma noção abstrata e moralmente suspeita de justiça, a mesma que favorece a absolvição de culpados pela prescrição do crime – Maluf e Calheiros sabem disso – e na judiciarização do Congresso Nacional, ignorando-se o mais elementar bom senso e as necessidades do povo.
__ Por imposição do STF, a pacificação do Brasil depende hoje única e exclusivamente da boa vontade, ou gesto de grandeza, da senhora presidenta. O país que se exploda – é mais fácil tirar um soberano inepto de uma monarquia absoluta do que um presidente inepto da república democrática do Brasil. O rito do processo de impedimento foi feito a partir de uma noção abstrata e moralmente suspeita de justiça, a mesma que favorece a absolvição de culpados pela prescrição do crime – Maluf e Calheiros sabem disso – e na judiciarização do Congresso Nacional, ignorando-se o mais elementar bom senso e as necessidades do povo.
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Susto n° 1... da semana: o presidente do Senado acusa o presidente da Câmara de atrapalhar o processo, dando munição
para os partidários da presidenta alegarem perseguição.
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Susto n° 2... da semana: a chefa de governo já avisou que irá à ONU defender o
seu governo. Eu espero, pelo amor de
Deus, que ela, pela primeira vez, meça cuidadosamente as suas palavras, pois
o seu vice, e substituto, já mandou um recado: o que ela disser lá terá
resposta aqui. É Luís XVI, indo outra vez se abrigar no colo dos estrangeiros,
com uma promessa prévia de guilhotina. Onde ficará a nossa Varennes (vila onde
Luis XVI foi detido)? Estamos protagonizando o Cândido, às avessas.
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Enquanto isso, o processo de impedimento prosseguirá com toda cautela possível,
para que ninguém acuse de nada aos nobres senadores, nem de eficiência,
e, principalmente, não dê motivo para falatório entre os vizinhos ou a outro
rompante bombástico da “Professora” Marocas do PC do B.
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Quem quiser saber o que é a casa de Irene acesse https://www.youtube.com/watch?v=riG1RQzzy6g
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