FANTASMAS
DO PASSADO
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Todos compadres e comadre.
Todos compadres e comadre.
Prof
Eduardo Simões
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Os acontecimentos do presente, me trazem de volta, e de uma forma insistente,
lembranças de um passado que eu pensei estarem encerradas, e que dizem repeito
à campanha presidencial de 1989.
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Na campanha do candidato à presidência Guilherme Afif Domingos, uma das figuras
mais exóticas que se lhe anexou foi o da vidente Neila Alckmin, que, segundo a
crença geral, havia tido uma visão com o ex-presidente Juscelino Kubitschek,
onde este lhe indicara as iniciais do melhor homem para vencer as eleições
daquele ano: GAD; mas havia mais...
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Certa vez, já no final da campanha quando vimos a chance de nosso candidato ir
pelo ralo, graças á sua inexperiência em debates e as “cascas de banana” postas
pelo candidato do PSDB, que, o quanto pode, sustentou um discurso de esquerda, meio
socialista meio socialdemocrata, como é do feitio dessa gente, enquanto, no
poder, implementava medidas tipicamente de direita ou do mais rasteiro e sanhudo
capitalismo. Pois bem, no meio da sondagem sobre que candidato apoiar, um dos
próceres do comitê, que tinha muito acesso ao grupo que privava com dona Neila,
nos alertou do seguinte:
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“O único candidato que não pode vencer de maneira nenhuma é Fernando Collor,
pois, numa visão, foi-lhe revelado, a dona Neila, que se Fernando Collor
vencesse o Brasil iria acabar numa crise sem precedentes, uma espécie de fim do
mundo”; as palavras foram mais ou menos essas. Houve ainda o relato de que a
vidente saíra do transe absolutamente aterrada com o que vira...
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“E sobre o PT, perguntou alguém, o que ela disse?”
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“O PT vai se autodestruir”. Como a ordem era combater a vitória de Collor, a
regra disposição do comitê foi apoiar Lula contra Collor. Eu não me convenci e
não votei em nenhum, pois achava que os dois só poderiam trazer desgraças a
esse país. O povo pensou o contrário, e foram os dois para o segundo turno.
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Fernando Collor foi eleito. O país começou a ser arrastado para o colapso, mas
a sociedade reagiu em tempo e a ameaça foi debelada. Eu, que ainda me lembrava daquela
profecia, respirei aliviado, assim como todo o Brasil. E nós vimos, mais tarde,
o governo equilibrado de Fernando Henrique, e mesmo Lula, em grande estilo,
surpreendendo a muitos, inclusive a mim. O discurso incendiário se transformara
numa prática reformista lógica, pragmática, elogiada por todos os especialistas.
As visões de dona Neila foram definitivamente sepultadas, afinal as coisas que
existiam entre o céu e a terra do Brasil, não pareciam assim tão numerosas e
graves a ponto de gerar memória compulsiva e maiores preocupações.
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Entretanto, tudo mudou. Collor, esse persistente enamorado dos cofres da nação,
retorna à vida pública ainda com mais poder: poder de ficar longe dos
holofotes, enquanto faz o que mais sabe e aprecia, e dessa vez de mãos dadas
com seu desafeto nas eleições de 89: Luis Inácio Lula da Silva e o seu
PT. Lula, por sua vez, resolveu aproveitar a aposentadoria presidencial para se
recompensar por tudo que fizera pela nação, e deixou uma sombra em seu lugar. E por falar em sombra, Lula também foi se aninhar com uma antiga assombração do Regime Militar: Paulo Maluf, o que ninguém jamais esperava nem podia conceber.
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Depois vieram dois anos de escândalos grandes, contínuos e infames, que só Deus
sabe quando e aonde vai parar, onde os maiores criminosos e principais
acusadores é gente do próprio PT ou gente a ele muito ligado (empreiteiros): Jose
Dirceu, Vaccari Neto, Delúbio Soares, Helio Bicudo, Marta Suplicy, Delcídio do
Amaral... Frei Betto, numa entrevista ao site do UOL, é taxativo: “o PT só
busca os movimento socais, quando está em apuros”. Nesse mesmo site uma notícia
quente: 26 deputados federais, entre eles um dos mais respeitáveis, Arlindo
Chinaglia, estariam preparando a sua saída do partido após as eleições deste
ano. No Rio Grande Tarso Genro prepara a criação de um novo partido.... Mais
um! Ufa!
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