A
MALDIÇÃO DA VERDADE 5 – SUPREMA COVARDIA
Prof
Eduardo Simões
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Não dá para negar: o STF foi sem dúvida coerente, após haver pacientemente
tolerado 34 recursos do corruptíssimo Luis Estevão, um mero ex-senador, por que
não dar uma colher de chá a Lula, que é ex-presidente, tirando-o da alçada do juiz
mais admirado do Brasil, o único que nos deu a esperança de que a nossa egrégia
justiça não pune apenas os pobres. Há também os gritos e a postura agressiva da
militância profissional do PT, além dos desaforos do ex-presidente, por isso
também é compreensível que os nobres juízes preferissem botar as barbas de molho,
ou em banho-maria, como é tradição no nosso Judiciário.
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Enquanto os lances da batalha do impedimento oscilam, fica cada vez mais claro
o que querem, e com urgência, os dois lados: o PT, escuda a sua inocência em minúcias
textuais da lei, enquanto promove ruidosas manifestações no dia do golpe
militar – a esquerda brasileira, como a latino-americana, nunca vai deixar os
anos sessenta? – os verde-amarelo, por sua vez, o fim imediato, ou pelo menos o
controle, da corrupção e da roubalheira endêmica e generalizada, corroborada
por fatos e delações há pelo menos dois anos! Quem aguenta mais? Será que o STF
vai esperar que essas denúncias completem 34 anos para começar a agir?
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A inoperância e a velocidade geológica do nosso Supremo compromete tudo na
Câmara, uma vez que é lá que Eduardo Cunha está sendo julgado, mostrando o
quanto é correta a designação de “FORO PRIVILEGIADO”, colocando para a nação
uma situação simplesmente absurda: o impedimento da presidenta pode sair muito
mais rápido que a cassação de um mero deputado. Isso não é possível! O supremo
precisa agir! Certamente que não há covardia, mas os efeitos são os mesmos.
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Enquanto isso nas ruas a multidão desse povo, historicamente capado e recapado,
no dizer do brilhante historiador cearense Capistrano de Abreu, assiste
bestificado, a gangorra político-judiciária subir, ora para um lado ora para o
outro, como se os crimes absurdos, imensos, públicos, danosos, genocidas, que
aparecem nas investigações da Polícia Federal, não tivessem nenhuma
importância. As ruas clamam “fora PT” e “não vai ter golpe”, os ouvidos mais
sensíveis, porém, podem escutar perfeitamente: “quousque tandem abutere
patientia nostra?” (até quando abusarás de nossa paciência?).
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O STF recuou, com receio do agito das ruas, que, até agora, tem sido ordeiro e
democrático. A única exceção é o Congresso Nacional. Óbvio! Achou-se melhor
deixar tudo em compasso de espera. Entretanto, a economia dificilmente se
submeterá ao ritmo do Supremo, e em breve essas multidões poderão se
transformar em grupos de saqueadores que, exasperados pela pobreza; falta de verbas para a saúde, em meio a epidemias gravíssimas; aumento da insegurança; o consumo sem fim da juventude pelas drogas, sem remédio, etc., gerados pela
desconfiança generalizada em um governo putrefato, começarão a
assaltar mercados e lojas, como aconteceu nos anos oitenta e noventa, mas com
muito mais gana, o que poderá também suscitar o retorno de pretensões, que
pareciam sepultas: o separatismo.
__ Aliás, a esse respeito o
Lula já deu o pontapé inicial ao se referir à “República de Curitiba”. Esse velho desvairado e reptiliano cutucou um vespeiro, e pode, assim como o velho Caifás, Jo 11,50, ter profetizado sem o saber. E já que o Supremo optou por deixar tudo como está, eu faço a minha escolha pela República de Curitiba.
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