sexta-feira, 1 de abril de 2016

A MALDIÇÃO DA VERDADE 5 – SUPREMA COVARDIA

Prof Eduardo Simões

http://whowhatwhy.org/wp-content/uploads/2011/05/SleepingJudge_thumb1.jpg
http://whowhatwhy.org/

__ Não dá para negar: o STF foi sem dúvida coerente, após haver pacientemente tolerado 34 recursos do corruptíssimo Luis Estevão, um mero ex-senador, por que não dar uma colher de chá a Lula, que é ex-presidente, tirando-o da alçada do juiz mais admirado do Brasil, o único que nos deu a esperança de que a nossa egrégia justiça não pune apenas os pobres. Há também os gritos e a postura agressiva da militância profissional do PT, além dos desaforos do ex-presidente, por isso também é compreensível que os nobres juízes preferissem botar as barbas de molho, ou em banho-maria, como é tradição no nosso Judiciário.
__ Enquanto os lances da batalha do impedimento oscilam, fica cada vez mais claro o que querem, e com urgência, os dois lados: o PT, escuda a sua inocência em minúcias textuais da lei, enquanto promove ruidosas manifestações no dia do golpe militar – a esquerda brasileira, como a latino-americana, nunca vai deixar os anos sessenta? – os verde-amarelo, por sua vez, o fim imediato, ou pelo menos o controle, da corrupção e da roubalheira endêmica e generalizada, corroborada por fatos e delações há pelo menos dois anos! Quem aguenta mais? Será que o STF vai esperar que essas denúncias completem 34 anos para começar a agir?
__ A inoperância e a velocidade geológica do nosso Supremo compromete tudo na Câmara, uma vez que é lá que Eduardo Cunha está sendo julgado, mostrando o quanto é correta a designação de “FORO PRIVILEGIADO”, colocando para a nação uma situação simplesmente absurda: o impedimento da presidenta pode sair muito mais rápido que a cassação de um mero deputado. Isso não é possível! O supremo precisa agir! Certamente que não há covardia, mas os efeitos são os mesmos.
__ Enquanto isso nas ruas a multidão desse povo, historicamente capado e recapado, no dizer do brilhante historiador cearense Capistrano de Abreu, assiste bestificado, a gangorra político-judiciária subir, ora para um lado ora para o outro, como se os crimes absurdos, imensos, públicos, danosos, genocidas, que aparecem nas investigações da Polícia Federal, não tivessem nenhuma importância. As ruas clamam “fora PT” e “não vai ter golpe”, os ouvidos mais sensíveis, porém, podem escutar perfeitamente: “quousque tandem abutere patientia nostra?” (até quando abusarás de nossa paciência?).
__ O STF recuou, com receio do agito das ruas, que, até agora, tem sido ordeiro e democrático. A única exceção é o Congresso Nacional. Óbvio! Achou-se melhor deixar tudo em compasso de espera. Entretanto, a economia dificilmente se submeterá ao ritmo do Supremo, e em breve essas multidões poderão se transformar em grupos de saqueadores que, exasperados pela pobreza; falta de verbas para a saúde, em meio a epidemias gravíssimas; aumento da insegurança; o consumo sem fim da juventude pelas drogas, sem remédio, etc.,  gerados pela desconfiança generalizada em um governo putrefato, começarão a assaltar mercados e lojas, como aconteceu nos anos oitenta e noventa, mas com muito mais gana, o que poderá também suscitar o retorno de pretensões, que pareciam sepultas: o separatismo.
__ Aliás, a esse respeito o Lula já deu o pontapé 
inicial ao se referir à “República de Curitiba”. Esse velho desvairado e reptiliano cutucou um vespeiro, e pode, assim como o velho Caifás, Jo 11,50, ter profetizado sem o saber. E já que o Supremo optou por deixar tudo como está, eu faço a minha escolha pela República de Curitiba.

Nenhum comentário:

Postar um comentário