A LIÇÃO DO ESTADO ISLÂMICO
Prô Eduardo Simões
Não dá
mais para esconder: já são milhares, os jovens, inclusive um meio-brasileiro, o
belga Abu Qassem Brazili, que largaram o conforto de um país “civilizado”, pacífico
e próspero para se enfurnar nas areias escaldantes do deserto iraquiano, na
esperança de não ser contado entre os mortos do próximo combate, seja lá a que
horas for seja lá quando for.
O que
leva tantos jovens a uma resolução tão “ilógica” de abandonar um paraíso
capitalista para viver o inferno e a selvageria de uma guerra sem front, em um
país distante, de costumes estranhos? Talvez esteja na hora de os educadores e
formuladores de políticas sociais públicas, no mundo e no Brasil, começarem a
olhar os jovens como seres humanos, com necessidades e anseios muito mais
diversos e válidos que o de apenas ganhar mais dinheiro, se é que este vale
sequer tanto quanto aqueles.
Como
dizia Raul Seixas, falando pelos jovens: “eu, que não me sento no trono de um
apartamento, com a boca escancarada, cheia de dentes, esperando a morte chegar”.
Os jovens precisam de, e querem, heroísmo e valores humanistas, e não uma
educação burocrática que os prepare apenas para serem produtores e consumidores
de bens tangíveis, como se dinheiro fosse o único valor apetecível e a lógica
do capital a única com razão.
Precisamos
re-agir, antes que velhos e decrépitos burgueses decretem o fim da evolução,
enquadrando as futuras gerações, como já enquadraram os seus professores;
aquelas, pelo menos, já estão esperneando.
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