sábado, 11 de outubro de 2014

A LIÇÃO DO ESTADO ISLÂMICO

Prô Eduardo Simões

            Não dá mais para esconder: já são milhares, os jovens, inclusive um meio-brasileiro, o belga Abu Qassem Brazili, que largaram o conforto de um país “civilizado”, pacífico e próspero para se enfurnar nas areias escaldantes do deserto iraquiano, na esperança de não ser contado entre os mortos do próximo combate, seja lá a que horas for seja lá quando for.
            O que leva tantos jovens a uma resolução tão “ilógica” de abandonar um paraíso capitalista para viver o inferno e a selvageria de uma guerra sem front, em um país distante, de costumes estranhos? Talvez esteja na hora de os educadores e formuladores de políticas sociais públicas, no mundo e no Brasil, começarem a olhar os jovens como seres humanos, com necessidades e anseios muito mais diversos e válidos que o de apenas ganhar mais dinheiro, se é que este vale sequer tanto quanto aqueles.
            Como dizia Raul Seixas, falando pelos jovens: “eu, que não me sento no trono de um apartamento, com a boca escancarada, cheia de dentes, esperando a morte chegar”. Os jovens precisam de, e querem, heroísmo e valores humanistas, e não uma educação burocrática que os prepare apenas para serem produtores e consumidores de bens tangíveis, como se dinheiro fosse o único valor apetecível e a lógica do capital a única com razão.

            Precisamos re-agir, antes que velhos e decrépitos burgueses decretem o fim da evolução, enquadrando as futuras gerações, como já enquadraram os seus professores; aquelas, pelo menos, já estão esperneando.

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