sábado, 11 de outubro de 2014

FREUD PRESIDENTE

Prof Eduardo Simões

         A campanha à presidência deste ano está tão ruim, que chega a ganhar contornos de pesadelo freudiano. Assim, quando o candidato Aécio Neves provocou a sua oponente do PSOL, Luciana Genro, suposta alternativa ao quadro político atual, citando-a como uma continuidade do PT, partido de seu pai, Tarso Genro, ouviu um sonoro, “é uma ova!”, dito em um debate para o qual ela deve ter se preparado. Já imaginaram o que ela não diz quando pega de surpresa? Será que essa mulher sabe fazer a diferença entre ser presidente de uma rinha de galo de briga ou de luta na lama, e a presidência da República? Fosse o auditório circular, e poderia ter havido uma tragédia, ou mais uma comédia pastelão, nesse pleito.
          Para quem assistiu políticos como Tancredo Neves, Leonel Brizola, Ulysses Guimarães, e até o Lula antes da presidência, etc., fazendo campanha, não pode ficar mais desalentado, pois esses homens eram mestres da palavra e do carisma, capazes de criar fatos políticos em um simples aceno de mão. Havia sempre uma tirada inteligente, uma provocação sutil, gerando resposta igualmente finória. Hoje somos obrigados a presenciar isso!
         De um lado pequenos candidatos, nanicos, não por causa do tamanho de seus partidos ou possibilidades eleitorais, mas pela baixa qualidade de suas intervenções e propostas, e do outro as grandes “estrelas”, com script pronto, dando botinadas desajeitadas ou fazendo promessas mirabolantes, pesando cada palavra como quem pesa grama de ouro, não por lhe sobrar riqueza de erudição e resposta, mas para não fugir do script montado por um marqueteiro, que governa, ou manipula, como a marionetes, quem promete nos governar melhor. Eu só queria acreditar!
         Os grandes políticos se foram, e o que vivemos agora é um teatro de uma peça só, uma opereta bufa, que se repete uma eleição pós outra, onde os atores principais, inseguros ou canastrões, representam tudo, menos a si mesmos, vendendo-nos toda sorte promessas, a custa de nosso precioso tempo, que recebemos acompanhadas de muita mentira como brinde, e a certeza que estamos cada vez mais parecidos com o que gostaríamos de evitar. 

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