FREUD
PRESIDENTE
Prof
Eduardo Simões
A campanha à presidência deste ano está
tão ruim, que chega a ganhar contornos de pesadelo freudiano. Assim, quando o
candidato Aécio Neves provocou a sua oponente do PSOL, Luciana Genro, suposta
alternativa ao quadro político atual, citando-a como uma continuidade do PT,
partido de seu pai, Tarso Genro, ouviu um sonoro, “é uma ova!”, dito em um
debate para o qual ela deve ter se preparado. Já imaginaram o que ela não diz
quando pega de surpresa? Será que essa mulher sabe fazer a diferença entre ser
presidente de uma rinha de galo de briga ou de luta na lama, e a presidência da
República? Fosse o auditório circular, e poderia ter havido uma tragédia, ou
mais uma comédia pastelão, nesse pleito.
Para quem assistiu políticos como Tancredo
Neves, Leonel Brizola, Ulysses Guimarães, e até o Lula antes da presidência,
etc., fazendo campanha, não pode ficar mais desalentado, pois esses homens eram
mestres da palavra e do carisma, capazes de criar fatos políticos em um simples
aceno de mão. Havia sempre uma tirada inteligente, uma provocação sutil,
gerando resposta igualmente finória. Hoje somos obrigados a presenciar isso!
De um lado pequenos candidatos,
nanicos, não por causa do tamanho de seus partidos ou possibilidades
eleitorais, mas pela baixa qualidade de suas intervenções e propostas, e do
outro as grandes “estrelas”, com script pronto, dando botinadas desajeitadas ou
fazendo promessas mirabolantes, pesando cada palavra como quem pesa grama de
ouro, não por lhe sobrar riqueza de erudição e resposta, mas para não fugir do
script montado por um marqueteiro, que governa, ou manipula, como a marionetes,
quem promete nos governar melhor. Eu só queria acreditar!
Os grandes políticos se foram, e o que
vivemos agora é um teatro de uma peça só, uma opereta bufa, que se repete uma
eleição pós outra, onde os atores principais, inseguros ou canastrões,
representam tudo, menos a si mesmos, vendendo-nos toda sorte promessas, a custa
de nosso precioso tempo, que recebemos acompanhadas de muita mentira como
brinde, e a certeza que estamos cada vez mais parecidos com o que gostaríamos
de evitar.
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