sábado, 11 de outubro de 2014

A NAÇÃO ESQUIZOFRÊNICA

Prof Eduardo Simões

         Em seu livro, “A Constituição Britânica”, o constitucionalista inglês Sir Ivor Jennings afirma que a grande vantagem do sistema político inglês é que eles primeiro deram educação ao povo, e só depois o voto, e que, graças a isso, a Inglaterra se mantém imune há vários séculos de golpes de estado e aventureiros políticos. Bem diferente de nós, que, embalados por demagogos de direita e de esquerda, proclamamos a sabedoria natural do povo, sem falar que se este for esperar por educação para poder votar...
         Mas que sabedoria é essa, quando vemos que a desconstrução da candidata repentina provoca justo a ascensão meteórica daquela sob a qual pesa o maior índice rejeição? Principalmente no estado gabado pela educação de seu povo, o Rio, um dos poucos que se salvaram no naufrágio do ideb recente. Não é esse estado que boa parte dos analistas mais conceituados, e as evidências objetivas, afirmam apresentar um dos quadros políticos mais estarrecedores?
         Parece que todo mundo, no Brasil, está sendo guiado pelo piloto automático, programado apenas para o curtíssimo prazo, como os outros animais, e segue clamando por seriedade e compromisso, enquanto vota em um palhaço de carreira. A solução para o ruim é o pior, ou mentalidade de entretenimento, irradiada pela tela da é tão impregnante, que o buscamos mesmo quando não o queremos?
         Não se constrói uma democracia estável, uma sociedade decente, com metas numéricas inviáveis, em substituição à bajulação vazia do passado; o que falta à educação e à sociedade brasileira como um todo é uma boa dose de vergonha na cara e senso de direção, que só tem quem constrói e vive uma escala de valores morais, e se não conseguirmos atingir essa meta com as futuras gerações, todos os problemas que tivemos até agora não são nada... em comparação com o que está por vir.

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