A NAÇÃO
ESQUIZOFRÊNICA
Prof
Eduardo Simões
Em seu livro, “A Constituição
Britânica”, o constitucionalista inglês Sir Ivor Jennings afirma que a grande
vantagem do sistema político inglês é que eles primeiro deram educação ao povo,
e só depois o voto, e que, graças a isso, a Inglaterra se mantém imune há
vários séculos de golpes de estado e aventureiros políticos. Bem diferente de
nós, que, embalados por demagogos de direita e de esquerda, proclamamos a
sabedoria natural do povo, sem falar que se este for esperar por educação para
poder votar...
Mas que sabedoria é essa, quando vemos
que a desconstrução da candidata repentina provoca justo a ascensão meteórica
daquela sob a qual pesa o maior índice rejeição? Principalmente no estado
gabado pela educação de seu povo, o Rio, um dos poucos que se salvaram no
naufrágio do ideb recente. Não é esse estado que boa parte dos analistas mais
conceituados, e as evidências objetivas, afirmam apresentar um dos quadros
políticos mais estarrecedores?
Parece que todo mundo, no Brasil, está
sendo guiado pelo piloto automático, programado apenas para o curtíssimo prazo,
como os outros animais, e segue clamando por seriedade e compromisso, enquanto
vota em um palhaço de carreira. A solução para o ruim é o pior, ou mentalidade
de entretenimento, irradiada pela tela da é tão impregnante, que o buscamos
mesmo quando não o queremos?
Não se constrói uma democracia estável,
uma sociedade decente, com metas numéricas inviáveis, em substituição à
bajulação vazia do passado; o que falta à educação e à sociedade brasileira
como um todo é uma boa dose de vergonha na cara e senso de direção, que só tem
quem constrói e vive uma escala de valores morais, e se não conseguirmos
atingir essa meta com as futuras gerações, todos os problemas que tivemos até
agora não são nada... em comparação com o que está por vir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário