O PALHAÇO RETUMBANTE
Prof Eduardo Simões
O
campeão de votos do estado mais poderoso da Federação Brasileira está de volta:
o palhaço Tiririca. É verdade que da primeira vez em que foi eleito, alguns
intrigantes quiseram por em xeque a profundidade de sua cultura. Analfabetismo
à parte, a cultura do palhaço Tiririca é mais profunda que os oceanos quando
comparada à cultura de muitos que saem formados das atuais escolas públicas, e
quiçá privadas, do estado; o problema foi a fórmula que ele escolheu, desta
vez, para chamar a atenção.
Travestido
de Roberto Carlos, e fazendo menções que não deixam dúvida a quem se referia,
ele fez uma paródia da música “Portão”, de Erasmo e Roberto, enaltecendo a sua
candidatura, que, evidentemente, logo se transformou em tema de uma disputa
judicial entre ele e os dois autores. Aparentemente só mais uma piada nessas
eleições já não muito sérias, mas com um agravante: fazer isso é crime; ou
seja, o palhaço candidato está, por meio de um crime, pedindo votos para a sua
candidatura ao Poder responsável por fazer as leis da República. Alguém duvida
de que ele conseguirá? Ele sabe o que faz, ele é do meio artístico! Se não sabe,
então podemos desconfiar seriamente do QI de seus neurônios.
“Pior
são os que prometem e não cumprem”, afirmam alguns, mas mentir em campanha, a
princípio, não afeta a ninguém, “é só” sinônimo de falta de caráter, e se até
isso fôssemos exigir da atual geração de políticos brasileiros, embora o
devêssemos, talvez não acontecessem as eleições. Ele está requerendo um cargo
público, e um cargo público exige, no mínimo, a obediência à lei, ou pelo menos
não colocar a sua não obediência de forma tão explícita. Mas quem se importa
com isso?
É
verdade que nós devemos levar a vida com humor e aprendermos a rir de nós
mesmos, mas fazer isso a um custo R$ 6,6 milhões, por mandato (ver
http://www.transparencia.org.br/docs/parlamentos.pdf), pode ser muito dinheiro
por algo que não tem nenhuma graça.
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